O NOVO HOMEM
Estar novamente solteira e com duas crianças não é fácil.
Mas é tudo uma questão de organização e isso aprendi cedo ao viver naquela casa barulhenta e aparentemente caótica.
Os Pais não se importam de ficar com netos quando tenho que trabalhar até tarde, mas eu não os quero sobrecarregar e contrato uma babysitter.
Nos fins de semana que o Tadeu fica com os miúdos, a babysitter fica de folga e eu aproveito para relaxar.
Este fim de semana, resolvi aceitar o convite de uns amigos e fomos até ao Parque Natural.
O grupo é interessante, divertido e eu e o Gaspar somos os únicos solteiros.
Divorciou-se há pouco, confidencia-me a Cláudia, achamos que podiam fazer companhia um ao outro, acrescenta, maliciosa.
Sorrio, mas não estou a pensar ter uma relação nos tempos mais próximos, tenho a vida ocupada demais.
Anda lá, aproveita a vida, insiste a Cláudia e trata de nos sentar um ao lado do outro no jantar de despedida.
É num clube, tem uma pista de dança no exterior, a noite é quente e a orquestra decide tocar músicas sul americanas.
O Gaspar é simpático, descobrimos que os nossos filhos têm idades semelhantes e acabamos por combinar um encontro no parque no sábado seguinte.
Trocamos números de telemóvel, ele telefona um dia na semana, vamos tomar um café numa confeitaria perto do meu consultório.
Combinamos os detalhes do encontro infantil, esperemos que não haja birras, diz o Gaspar, não suporto que falam birras!
Todas as crianças as fazem, observo, tudo depende da forma como as encaramos! Basta não ficarmos nervosos, ainda é pior se perceberem isso!
Como sabes isso? pergunta e eu encolho os ombros, quatro irmãos, vários primos...
Ah, tens uma família grande, repete o Gaspar e sinto que não fica muito satisfeito.
CONTINUA
Comentários
Cumprimentos poéticos
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Embriaguei meu coração ...
Beijos. Boa noite