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A mostrar mensagens de julho, 2016

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO ZÉ DO LAÇO - PARTE IV

" Vamos lá ver se sabes conduzir." diz o homem dos óculos escuros. Entro no Jeep e ele senta-se ao meu lado. " Vamos dar um passeio pela cidade. Nada de ruas principais! Quero saber se conheces verdadeiramente a cidade." e acrescenta " Podes chamar-me Alfredo." Obedeço e durante uma hora e meia divirto-me a percorrer a cidade. Não penso muito; concentro-me no carro e na condução. Alfredo está calado; abre a janela e acende um cigarro.  Fuma calmamente e não incentiva qualquer conversa. Ao passar pelo Largo da Mercês, manda-me parar.  Ficamos em silêncio uns minutos e ele abre a porta. Sai e diz: " Serves! Fica com o Jeep e apresenta-te amanhã às nove em ponto na Garagem do Ouro. Receberás novas instruções." Entra num carro vermelho estacionado perto da Fonte e arranca. Eu continuo sem saber o que pensar... 

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO ZÉ DO LAÇO - PARTE III

Meia hora, uma hora....  Nada... Ninguém me pergunta se tenho lume, a senha dada pelo Zé da Viola. O café está tranquilo, sem muitos clientes...  Acho que não compreendi muito bem as instruções e preparo-me para abandonar o local quando entra um homem alto, de óculos escuros e um boné preto. Pede um café ao balcão e tira um cigarro da cigarreira de prata. Dirige-se à minha mesa e pergunta: " Tem lume? " e eu estendo o isqueiro. Ele acende o cigarro e segreda: " Lá fora, na primeira esquina está um Jeep preto. Espera por mim lá. Dez minutos. Saí primeiro!" e volta para o balcão. Pago o café, pego no jornal e saio. Viro a esquina e lá está o Jeep preto, novinho em folha... Será o carro que vou conduzir?

A HISTÓRIA DO ZÉ DO LAÇO - PARTE II

O Zé da Viola olha em volta para se certificar de que estávamos sozinhos e sussurra: " O meu patrão anda à procura de um motorista discreto... Que saiba estar calado, percebes? Mesmo que as situações lhe pareçam, digamos, estranhas..." concluiu. Estranhas? "Não há nada de estranho em guiar um carro ! " penso e digo-o alto. O Zé da Viola ri-se e bate-me no ombro: " Vais ser perfeito!"  Inclina-se mais e em voz baixa, dá-me uma série de instruções que sigo rigor osamente no dia seguinte. Não conheço bem esta zona da cidade e por isso, chego cedo de mais. Escolho a mesa em frente à janela e peço um café. Dobro o jorna l, como disse o Zé e c oloco-o na cadeir a da mesa ao lado. E espero....  (CONTINUA)  

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO ZÉ - PARTE I

Desengane-se quem pensa que a minha alcunha - Laço - é porque ando sempre com um laço... Ah,ah... Perdoem-me se rio, mas detesto andar com laços e gravatas... Não, deram-me essa alcunha, porque sou alto e esguio e sempre morei na Travessa do "Laço"... Ninguém sabe o porquê desse nome e ninguém quer saber...  É uma travessa pacata e raramente a polícia ali entra... Se bem que eu seja conhecido da polícia; já passei algumas noites na esquadra do Bairro, mas as provas que têm contra mim baseiam-se no " não tenho a certeza; estava tão escuro que não lhe vi bem a cara..." e por isso, soltam-me. A minha desgraça foi ter conhecido numa dessas noites o Zé da Viola. Achamos muita graça termos o mesmo nome e  alcunhas diferentes. Conversa puxa conversa e de repente, o Zé pergunta-me se sei conduzir. " Claro que sim!" respondo indignado " De vez em quando, encontro uns XPTO que levo até à Oficina do Cais. Mas porquê?" pergunto, curioso.

DEMAIS IV (O FIM)

O jantar tinha sido um verdadeiro sonho... Um restaurante no último andar, acesso exclusivo a membros e a comida requintada... Mena sorria quando entrou no carro e o motorista (Zé, João do Laço? Seria?) fechou a porta com deferência. " Será que este é o homem dos meus sonhos?" pensou instantes antes de receber um beijo exigente que a fez estremecer... De paixão? De desejo? Mena não quis aprofundar e relaxou contra o peito do homem. E pensar que tinham decorrido apenas 48 horas desde que se conheceram no evento que tinha organizado. Ele destacava-se dos demais... Emanava um ar de poder e de perigo que a fascinou... " Mmm..." disse a Elvira, o seu braço direito " Este homem não é de confiança! Há qualquer coisa nele que não bate certo." Mas Mena encolheu os ombros e quando ele lhe ofereceu uma taça de champagne, embora fosse contra as regras, ela aceitou-a. FIM  ======= Aqui fica a minha história (tentativa) escrita do fim do pri

DEMAIS III

" Compreendes, estamos no meio de uma operação delicada e não podemos ter a polícia a bisbilhotar..." explicou o "Boss"... Como o Zé do Laço não disse nada, o "Boss" continuou: " Não te pedimos nada demais. Apenas que te declares culpado e te cinjas à história que preparamos. E... " fez uma pausa, como se procurasse as palavras certas e acrescentou: " O advogado trabalha para nós e também vamos tentar que seja um dos nossos a presidir o julgamento para que cumpras o mínimo. Quando saíres, tens a vida garantida." esboçou um sorriso nada simpático e saiu. " Mas o que estás a fazer?" perguntou, alarmada, a Mena e o homem esbofeteou-a de novo.   V iolentamente... " Larga-me! Estás a magoar-me!!!" gritou, mas ninguém a ouviu.  A vivenda estava um pouco isolada; os vizinhos mais próximos estavam a 1 Km de distância. (CONTINUA)

DEMAIS II

Nem sequer pestanejou quando o prenderam no Bar da Eunice, numa viela escura perto da Travessa do Padre... Até parecia que estava à espera deles, pois levantou-se prontamente e disse: " Está à minha procura, Inspector? Já calculava!" e não resistiu quando o Bernardes lhe pôs as algemas. 72 horas após o assassinato de Maria Filomena Telmo, gerente da Flower Eventos. A porta não tinha sido forçada; na sala, havia sinais de luta e manchas de sangue.  Mas o golpe fatal tinha sido dado no quarto, onde encontraram a vítima meia despida e com o crânio esmagado . O ale rta tinha sido dado por um dos funcionários da empresa que ficou preocupad o quando a Mena, como lhe chamava, não apareceu para a reunião semanal.  (Continua) Nota: Ler o post anterior, uma vez que é a continuação da história. 

DEMAIS

E aqui está a minha tentativa de escrever uma história do fim para o princípio... Sem promessas... Apenas boa vontade... ================== Embora o Zé do Laço tivesse confessado o crime e o julgamento estivesse marcado para o mês seguinte, o Inspector Leandro continuava a achar que ele estava a proteger alguém... A história que ele contou era perfeita demais...  As respostas eram rápidas, objectivas e o Zé parecia sempre relaxado, mesmo sabendo que poderia ter uma pena entre 5 a 10 anos... Os jornais não se calavam com o crime que classificavam de "horripilante" e exploravam todos os ângulos possíveis da história... E na morgue, à espera que alguém a reclamasse, estava uma mulher assassinada em casa, uma vivenda luxuosa perto da Trofa e  de quem o Zé do Laço dizia ser o "companheiro"... " Namorado?" riu-se o Inspector, pois o que faria uma empresária com um ladrão de pequeno calibre como o Zé do Laço? Mas o Zé apenas sorriu... Calmamen

DÉCADAS

Tive uma ideia extravagante... Desvendar o fim da história e explicar passo a passo os acontecimentos que precipitaram tal conclusão... Como Ruben A...  Mas eu não sou o Ruben A e não escrevi ainda um romance...  Não sei se tenho coragem...  A minha primeira tentativa, era ainda adolescente, foi um verdadeiro fracasso... Mostrei o rascunho às minhas irmãs e elas gozaram-me tanto que desisti... Durante décadas...  Até me deparar com o poema da Sophia " A hora da partida"... Que ainda leio quando me sinto triste, desiludida...

FELIZ

Alguém disse que sou uma pessoa feliz...  Surpreendeu-me, pois não me considero nada feliz...  Há até quem diga que pareço estar sempre aborrecida, mas nem todos temos    que falar e rir tão alto que incomodamos os outros... Talvez a pessoa o tenha dito, porque conversou verdadeiramente comigo... Partilhamos ideias, planos.... E descobrimos interesses comuns... Sem falarmos da vida alheia... Porque a nossa não é vazia... Por isso, considerando todos os aspectos da minha vida, sou uma pessoa FELIZ...