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A mostrar mensagens de junho, 2018

DANÇARINA EXÓTICA - PARTE III

Apresenta-se como Luis Pontes e diz que tem algumas perguntas a fazer-me. Que o posso interromper em qualquer altura se me sentir cansada, mas que tenho que entender que querem esclarecer a morte da Anabela. " Mas eu não sei nada! " protesto " Nem a conhecia muito bem!" " Não eram amigas ? Não saiam juntas, praticavam juntas? " insiste o detective Pontes. " Não! Eramos colegas de trabalho; podíamos falar sobre os temas das danças, o guarda-roupa, mas mais nada. " exclamo e começo a ficar agitada. O Pontes olha para mim, desconfiado. " Por favor... não me lembro de mais nada! Não se importa de chamar a enfermeira? " peço. " Era habitual a Anabela dançar em festas privadas? " pergunta-me " Aqueles gabinetes são para festas privadas, não são? " " São, mas eu raramente faço festas privadas! " respondo. " Ah, sim? Mas disseram-me que é uma das favoritas e mais bem pagas

DANÇARINA EXÓTICA - PARTE II

Estão todos a falar alto e continuam, mesmo quando as luzes se apagam e começo a dançar. Há uns assobios, uns palavrões e alguém tenta invadir o palco, mas o segurança impede-o. Termino o número mais cedo, não estou com cabeça para aturar esta multidão, mas ao sair do palco, o gerente faz-me sinal para o seguir. " O que se passa contigo? Nem pareces tu!" interpela-me " Vais fazer uma dança privada no gabinete 3. Apressa-te a mudar de roupa e está lá dentro de 5 minutos!" Suspiro.... O que mais me vai acontecer esta noite? Mudo para uma lingerie mais reduzida, um vestido muito transparente e lá sigo para o gabinete. Ele disse 3 ou 13?  Indecisa, abro a porta do gabinete 13 e vejo a Anabela caída no chão coberta de sangue. Abafo um grito e ajoelho-me.  Pego-lhe na mão e tento ver se respira. Ouço um barulho atrás de mim, mas antes de ter qualquer reacção, sinto uma pancada forte na cabeça. Desmaio... Acordo meses mais tar

DANÇARINA EXÓTICA

Sou fã da Demi Moore e vi e revi todos os filmes dela. Talvez tenha sido por isso que me tornei dançarina exótica num clube exclusivo e tenha escolhido como música para o número de abertura a canção de Annie Lennox. Exactamente como no filme " StripTease"... Claro que tive que inovar, ter aulas de jazz e dança de varão para aperfeiçoar os números, mas as músicas escolhidas são quase sempre de Annie Lennox. E, antes de entrar em cena, penso sempre no que a Demi diria ou faria. Mas, esta noite, estou aborrecida.  Se me perguntarem porquê, não sei responder. Talvez não devesse ter concordado em substituir a Ivone...  Talvez devesse ter ido ao cinema, sei lá. Qualquer coisa do que ter que dançar e despir-me para desconhecidos. Ainda por cima, hoje é noite livre, o que significa que podemos ter uma audiência mais rude. CONTINUA

A TRAVESSA DO LAÇO - O FIM

A família parece que não me vê há anos, tal é a festa que me faz. Interessam-se pelo artigo, fazem imensas perguntas e os meus irmãos imaginam uma história de terror. Depois de uma última revisão, entrego o artigo ao professor. Estou confiante de que vou ter uma boa nota e é uma desilusão quando o professor o devolve com várias notas. " Pesquisa bem feita " escreveu " Lucidez, fluidez de escrita, coerência. Podia ter desenvolvido, explorado mais o facto de ter tido pouco acesso a informação relevante. No geral, um bom trabalho."  A Mãe tenta consolar-me da " derrota" que não é " derrota, é uma aprendizagem" como diz o Pai. Mal sabemos que aquele artigo, os diários do Inspector Leandro servem de base para os meus romances policiais anos mais tarde. São um sucesso; recebo várias propostas para filmes, séries e só concordo porque sou eu quem vai adaptar o livro. O nome do meu Inspector? Claro que tinha que ser LEANDRO, u

A TRAVESSA DO LAÇO - PARTE VI

A minha Mãe não me acorda a tempo no dia seguinte e eu refilo. Ela diz sensatamente que eu não lhe pedi nada e peço-lhe desculpas pelo meu comportamento. Saio a voar de casa, já estou atrasado para uma aula. Depois passo a tarde encafuado nos arquivos do jornal a tentar descobrir mais notícias sobre o Bando dos Poderosos. Prendem os membros "dispensáveis", mas os verdadeiros culpados desaparecem convenientemente. " No diário que deixou, o Inspector Leandro fala num bando chamado " do Morto ", mas a Brigada Anti-Gangue diz que estavam a investigar na altura o gangue dos Poderosos. O Zé do Laço estava a trabalhar para esse Gangue quando morreu e a conclusão óbvia é que havia um infiltrado da brigada que, talvez para salvar a pele, acusou o " Bobo da Travessa". O Inspector Leandro estaria talvez a investigar um homicídio relacionado com o Bando do Morto, mas penso que esse era o nome de código do pobre do Zé do Laço. A Bri

A TRAVESSA DO LAÇO - PARTE V

O meu professor diz que estou doido e a confundir as coisas. Artigo de opinião? Fui convidado por algum jornal ou revista? " Não está a ter dificuldades em obter informações? Escreva sobre isso. Qual é o problema? "  Saio do gabinete um pouco desorientado e leio novamente as notas. Talvez tenha razão e eu possa especular sobre as razões de não ter acesso a certas informações. Até porque o caso do Zé do Laço deve estar encerrado... não é uma "ongoing investigation" como dizem nos CSI. Por isso, começo a escrever: " Quem diria que o Zé do Laço, nascido e criado na Travessa do Laço, acabaria os seus dias como informador da polícia? Na Travessa do Laço, todos dizem que ele era um pequeno ladrão, não muito esperto, mas que era engraçado. Tornou-se no "bobo" da Travessa, porque os esquemas que montava quase nunca resultavam. Terá sido em resultado de um desses esquemas que o Inspector Leandro o conheceu e é a partir d

A TRAVESSA DO LAÇO - PARTE IV

" OLHA O MEU AMIGO" berra o Leão " Está a escrever uma história sobre o Zé do Laço que rima com bagaço..." e todos riem. O Peres pergunta-me: " Então, que tal vai a investigação? " e sou sincero quando respondo que não sei. " Os Homicídios mandam-me falar com a Brigada Anti-Gangues e estes dizem muita coisa. Oh, pá, conheces alguém no Ministério? Preciso de falar com um detido." " AH, AH..." ri-se o Leão que ouviu a última parte " Até já fala como eles. Não é preso, é detido... Bebe mais uma cerveja." No dia seguinte, estou com uma tremenda dor de cabeça. Mas tento contactar o Ministério... Sem sucesso... Com muita dificuldade, consigo descobrir o nome do advogado do tal membro do gangue. Explico a situação numa carta simples, sincera e espero semanas até receber uma resposta muito seca. " Lamento informar V.Exa. de que o nosso cliente não autoriza nem uma visita nem qualquer referência à sua pe

A TRAVESSA DO LAÇO - PARTE III

O contacto da Brigada Anti-Gangues explica-me que demora meses, mesmo anos a preparar uma operação como a que estava em curso quando o Zé do Laço morreu. Não, não era o Bando do Morto, suspeitavam do Bando dos Poderosos. Ah, sim, muito importante, muito mais que o outro bando e o Zé do Laço foi crucial no desenrolar da acção. " Então, tinham um infiltrado? E o Zé do Laço sabia? Terá sido por isso que ele morreu? " as perguntas chovem e eu quase não deixo falar o inspector. " Talvez sim... Mas eu só sei o que se passou relativamente à operação desta brigada. O Leandro era dos homicídios e se contactou alguém da brigada relativamente ao assunto... não sei." sorri e eu fico com a impressão de que está a esconder alguma coisa. Levanto-me, agradeço e resolvo ir até ao Jornal. Vasculhar o arquivo, desenterrar notícias sobre estes Bandos de nomes tão curiosos. Fico frustrado por não descobrir muito material sobre o Zé do Laço.  Mas encontro o nome

A TRAVESSA DO LAÇO - PARTE II

O Sargento Bernardes confessa-se surpreendido, pois não sabia que o Inspector Leandro tinha uma irmã e um sobrinho da minha idade. " Ele raramente falava da família.  Lamento, se soubesse, tinha ligado quando ele morreu." acrescenta. Quer saber o que se passa, fica surpreendido pelo tema do meu artigo e confirma a opinião dos velhotes do café da Travessa do Laço. " Às vezes, trabalhava para nós como informador e não sabemos exactamente se descobriram e foi por isso que o mataram." explica " Não te posso dizer mais do que isto; alguém empurrou um carro contra a esquadra na Noite de Natal com ele lá dentro." " Mas foi algum gangue?" insisto " O diário do Tio só se refere à morte do Zé do Laço, como infeliz, azar dos azares... Depois escreve " Terá sido o gangue do Morto"? Quem é o gangue do Morto? " Bernardes ri-se bem humorado.  " Posso dar-te o contacto de alguém da Brigada Anti-Gangue. Podem exp

A TRAVESSA DO LAÇO

" É... Esta Travessa sem o Zé do Laço... não é nada!" dizem. " Que ideia! O Zé do Laço era um pequeno ladrão que foi incriminado e apanhado no fogo cruzado dos gangues!" riem-se. Estou num pequeno café na Travessa do Laço, um café bem limpo e com instalações modernas. A clientela é constituída por velhotes, que se reúnem ali para falar sobre Futebol, jogar damas e recordar os tempos em que havia por ali uns rufias poderosos. " Eu sei disso, mas era engraçado falar sobre as desventuras do Zé. Ouve lá, porque é que estás tão interessado nele? " interrogam-me. " Sou estudante de jornalismo e tenho que escrever um artigo sobre criminosos." respondo. Os velhotes riem-se e um comenta: " E escolheste o Zé do Laço?" e as gargalhadas são mais intensas. Fico a pensar se não terá sido uma má ideia, mas o meu Tio, o Inspector Leandro conhecia o Zé do Laço. Encontrei uns diários dele quando estivemos a limpar a

O CLANDESTINO - O FIM

Mas a Noémia telefona nessa noite. Quer passar uma semana com os meninos.   " Estão no Algarve com a tua Mãe? Não há problema... estou em Huelva, é só atravessar a fronteira." diz. Esteve a pensar e talvez seja uma boa ideia vender as casas. Investir parte do dinheiro num fundo para os estudos dos meninos. O que acha o Gustavo? Talvez não seja má ideia, pensa o Gustavo. Pode comprar um andar perto da Mãe e do colégio. Facilita a vida a toda a gente e é isso que faz quando regressa das férias. Leva a D.Margarida (" Oh, Engenheiro, eu também? Mas porquê?" protesta a senhora, mas vê-se que fica feliz quando o Gustavo responde " A D.Margarida é parte da família.") e a Mãe. Por isso, em meados de Outubro, os cinco mudam para um duplex cheio de Sol e ainda a cheirar a novo. Apesar de já ter começado as aulas na Universidade, a Luísa aparece para darem passeios ditos "misteriosos" e que as gémeas adoram. O Pedro continua

O CLANDESTINO - PARTE IV

N o dia seguinte, Gustavo fala com a D.Margarida que o ouve atentamente. " Não posso dizer que estou surpreendida; a D.Noémia passava mais tempo a viajar do que em casa." comenta " Não se preocupe, Engenheiro, eu ajudo-o. Vamos lá dar o pequeno almoço aos meninos. Já pensou em contratar uma babysitter? " sugere. Entre os dois, convencem os miúdos a levantarem-se, a vestirem-se e a tomarem o pequeno almoço. Depois, o Engenheiro Gustavo leva-os ao colégio e fica a pensa no que a D.Margarida disse sobre uma babysitter. " Se quiser, a minha sobrinha Luísa é a pessoa indicada. Está na Universidade com uma bolsa e está à procura de um part-time para ganhar uns trocos. Eles vão ficar em férias dentro de duas semanas e podem ficar num ATL de manhã. A Luísa vai buscá-los à hora de almoço para passearem. O que acha? "  O Gustavo acha que é uma boa ideia. Uma das avós telefona e diz que vai buscar os meninos ao colégio para lancharem fora. Até

O CLANDESTINO - PARTE III

Lídia entra e pede desculpa por incomodar, mas telefonaram do colégio. Ninguém foi buscar os meninos, será que o Engenheiro Gustavo os pode ir buscar? Gustavo suspira e comenta: " Estás a ver porque é que eu queria ficar clandestino? " " Não adianta nada; tens que enfrentar os problemas!" responde o Dr Gonçalves. Nessa noite, o Dr Gonçalves pergunta à mulher: " Diz-me uma coisa, o nosso filho não anda na mesma turma que o do Gustavo?" A mulher confirma e questiona:  " Qual o interesse nisso agora? " " O Gustavo e a Noémia vai divorciar-se e, se calhar, vamos ter que dar apoio ao Gustavo. Parece que ele vai ficar com a custódia dos miúdos." Ifigénia quer mais detalhes, mas o marido diz que o próprio Gustavo ainda não sabe o que vai fazer. Entretanto, o Gustavo explica cuidadosamente a situação aos filhos, mas não tem a certeza de que eles compreenderam. " Não vamos ver mais a Mãe? &q

O CLANDESTINO - PARTE II

O Dr Gonçalves abre a porta do gabinete e pergunta: " O que é que se passa contigo? Estou farto de te ligar e tu não respondes? A D. Lídia parece não saber por onde andas, mas pelos vistos, só estás escondido no gabinete." Faz sinal a Lídia que murmura uma desculpa que nenhum dos dois parece ouvir e esta saí. O Gonçalves senta-se e volta a perguntar: " O que se passa? Algum problema com a Noémia? " Gustavo endireita-se na cadeira e responde: " Há sempre um problema com a Noémia! Vamos avançar com o divórcio; os advogados já estão a tratar disso, mas pouco ou nada há a discutir. Apenas se fico com a casa no Gerês, o apartamento no Algarve e a casa aqui." " Então? Qual é o verdadeiro problema? " insiste o Dr Gonçalves. " Os miúdos. A Noémia quer ir para Nova Iorque... não os quer levar e eles também não querem ir. Tenho que ficar eu com eles e tenho muitas dúvidas." desabafa o Engenheiro Gustavo. " Seria e

O CLANDESTINO

" Hoje, não estou para ninguém, entendeu??? Fui para a China, para onde quiser... Mas não estou cá...  Hoje, sou um clandestino!" diz o Engenheiro Gustavo à secretária que o olha... Estupefacta? Aterrorizada? Petrificada? Lídia não sabe...  Nunca na vida o Engenheiro Gustavo lhe falou assim... Exigente, sim, mas sempre bem-educado, polido. Será que se zangou novamente com a mulher? Lídia ouviu uns rumores de que a D. Noémia é um pouco convencida e arrogante e que estão sempre a discutir. " Será bipolar? " sugere a Amélia na pausa para o café. " Sei lá! Além disso, o homem pode estar preocupado com outra coisa." responde Lídia. " Dinheiro! Dizem que ela é uma gastadora!" exclama a Sofia do Departamento do Contencioso. " Não creio que isso seja isso que o preocupe. Ela tem dinheiro de família e um cargo bem remunerado." diz a Lídia. Mas antes que Amélia ou Sofia dissessem qualquer coisa, o Dr Gonçalve

O " IDIOTA" - O FINAL

Estão tão concentrados que parece que não respiram. Até eu e a Sílvia, que me veio ajudar, tentamos não fazer barulho quando servimos as bebidas. A partida é renhida, mas há um vencedor. A euforia é total e há risos, apertos de mãos e palmadas nas costas. Depois da entrega dos prémios, alguém pega no microfone e começa a cantar. Todos o acompanham e só damos a noite por terminada por volta das três da manhã. Estou exausto, mas feliz. Ainda mais porque o contabilista diz-me que a semana foi bastante positiva nas receitas e aconselha-me a organizar mais eventos. Depois de uma discussão acesa com a Sílvia, organiza-se uma noite de karoeke. Um sucesso tão grande que estou a considerar a hipótese de organizar noites de karoeke temático duas vezes por mês. O Zeca também fica entusiasmado e sugere os anos 80 para a primeira edição. O avô vai ao bar jogar bilhar com os amigos e diz que está pronto para ser novamente arbitro. A Sílvia aceita a proposta de tra

O " IDIOTA" - PARTE V

O avô entra nesse momento e ouve a última parte. " Oh, Zeca, outra vez nesses esquemas? Não te disse que era a última vez que te livrava de apuros??? Por amor de Deus, pensa!" diz o avô. O quê? O Zeca tem um problema de jogo? Agora compreendo a razão porque nos pede dinheiro emprestado. A Sílvia recusou-se numa das últimas vezes, porque o Zeca faz-se de "esquecido" e nem sempre paga. O Zeca está envergonhado, murmura uma desculpa, mas o avô está irredutível. " Este teu irmão!" desabafa o avô e volta para a sala. Eu também volto, mas estou preocupado. Tenho que conversar com a Sílvia. Mas a Sílvia está mais interessada na proposta de trabalho que recebeu do meu fornecedor e também se mostra irredutível. " Oh, Jaime, o nosso irmão tem que crescer. Podemos ajudar, claro, não o vamos deixar passar fome ou ir para a cadeia, mas também temos que olhar pela nossa vida." " Não me importava que ele ajudasse no ca

O " IDIOTA" - PARTE IV

Entramos nas semi-finais. A Sílvia actualiza os resultados no site do bar e até configura uma caixa de sugestões. Estou a ponderar seriamente dar ok à noite de Karoeke e à sessão de poesia. Recebo também um mail de uma pequena editora que procura um espaço para organizar um workshop de escrita criativa. " Nunca pensei que um torneio de bilhar tivesse tanto sucesso e fosse o ponto de partida para outras coisas!" confesso aos meus irmãos. " Terias mais lucro se organizasses este tipo de coisas em vez dessas maluquices de poemas e afins!" aconselha o Zeca. " Mas eu quero que o meu bar seja diferente!" respondo, mas o Zeca abana a cabeça, descontente e murmura qualquer coisa que eu não entendo. Não penso mais no assunto até ao dia em que na semi-final dos Médios o avô declara um empate. O espanto é geral; há quem se manifeste a favor e quem fique verdadeiramente exaltado. " Disseste que era dinheiro garantido!" d

O " IDIOTA" - PARTE III

Alguns dos meus clientes interrogam-me sobre o torneio. Deve ter sido a Sílvia que publicou no site do bar.   Um dos meus fornecedores aceita ser particionador; em troca, tenho que servir cerveja daquela marca. O meu avô fica entusiasmado com a ideia e oferece-se para ser o arbitro.   Marca-se a data para a primeira ronda, a Sílvia configura o formulário para a inscrição que custa EUR 5,00. O consumo minimo é duas bebidas. " Oh, pá, vais cobrar? E consumo minimo? " reclama o Zeca. " Claro que sim! Isto é um negócio! " replico e a Sílvia concorda comigo. O poster do torneio está a ter sucesso e a marca da cerveja mostrou-se interessada no trabalho dela. Tem uma reunião com eles na próxima semana e a perspectiva de um trabalho estável e bem remunerado é aliciante. E, cá estamos na primeira ronda de Juniores. Até quem procura o canto sossegado assiste à primeira partida. O avô vestiu umas calças pretas e uma camisa às

O " IDIOTA" - PARTE II

A discussão foi tão violenta que a minha irmã teve que intervir. " Acabem já com isso! A ideia até é boa; gosto muito de estar no "canto sossegado" a ler ou a escrever. Não sei qual é o teu problema!" diz. " Não sei porque é que os meus amigos não podem ir!" explica o Zeca. " Porque falam alto demais e perturbam quem lá está!" respondo. " Não é justo..." lamenta-se o Zeca e a Sílvia olha-o exasperada. Mas fica pensativa e sorri-me travessa. Oh, Deus, o que é que vai sugerir? " Que tal um torneio de xadrez? " sugere " Entre os idiotas e os não idiotas? " " Um torneiro de xadrez???" exclamamos eu e o Zeca. " Sim, devem ter amigos que gostam de jogar. Ou bilhar, se consideram o xadrez chique demais." observa a Sílvia. " Sim, o bilhar é capaz de ser mais interessante." concedo " Regras? Prémios? " " Juniores, Médios e Seniores? 3 parti