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A mostrar mensagens de julho, 2018

JANTARES E AFINS - PARTE IV

No sábado de manhã, o Carlos leva os miúdos à piscina.  Almoçam depois no Centro Comercial e depois de um duche rápido e mudança de roupa, leva-os a casa dos Pais. De Raquel nem sinal.   A cozinha está desarrumada, num tabuleiro estão os famosos mini-folhados e o Pedro, o filho mais velho, " rouba" um descaradamente. " Ainda bem que a tua Mãe não está aqui para ver. " recrimina o Carlos, mas também não resiste à tentação de comer um e dar outro ao Bernardo, o mais novo. Voltam a sair e a Raquel chega poucos minutos depois. Foi ao cabeleireiro e trouxe uns ramos de flores. Deixa-os no pátio e entra para ir buscar as toalhas. A Carolina bate à porta uma hora depois.  Está gira com um saia mini de ganga clara e uma blusa florida.  Prendeu os cabelos com uma fita numa das cores da blusa e calçou umas sandálias prateadas. Como de costume, a Raquel não consegue decidir se veste a saia verde ou a preta e Carolina, exasperada, e

JANTARES E AFINS - PARTE III

Nessa noite, Carlos encontra a mesa atulhada de papeis e revistas e depreende que a mulher está a ter " ideias". " Manda vir uma pizza. Os miúdos estão em casa dos avós!" diz a mulher, sem levantar a cabeça. Carlos sorri e telefona a encomendar a pizza. O Luis almoçou com ele e acabaram por se rir como perdidos com a ideia " mirabolante" da Raquel para o jantar. " Casaste com a irmã mais sensata!" lamenta-se o Carlos. " Oh, a Carolina tem as suas ideias exuberantes, só que impõe limites a si própria!" responde o Luis. Os dois compram calções de ganga e T-Shirts com dizeres absurdos. Decidem passar palavra aos amigos para ver quem tem a T-Shirt mais absurda no sábado. Entretanto, Raquel já mudou de ideias várias vezes.  Duas das amigas já confirmaram que levavam as sobremesas. Uma vai levar arroz à grega (comi isso em casa dela? pensa Raquel, não me lembro nada) e outra diz que leva rosbife. "

JANTARES E AFINS - PARTE II

" Um... quem é? Que horas são?.. Raquel?  Aconteceu alguma coisa? " pela cabeça da Carolina passam todo o tipo de desastres. Contudo, à medida que a irmã fala, fica furiosa. " E acordas-me porque tiveste uma discussão com o Carlos por causa do tema de uma festa? Sabes, estou totalmente de acordo com ele. Isso só tem piada naquele restaurante." diz. " Queria fazer qualquer coisa diferente!" argumenta a Raquel. " Mini saias e calças à boca de sino... também seria engraçado!" responde a Carolina. " Mini saias e    calças à boca de sino? " repete a irmã " Pode ser engraçado, mas agora não se usam calças à boca de sino!" " Podem alugar... Ou então simplifica e diz mini saias para as senhoras e calções de ganga para os homens. Quem não tiver, pode comprar." aconselha a Carolina. A irmã concorda e desliga com a promessa de que ela, Carolina, levará a sua famosa salada de alface com presunto, qu

JANTAR E AFINS

" Hoje, vamos jantar fora!" anuncia Raquel naquela manhã de 5ª Feira. Carlos olha-a desconfiado. Um jantar a meio da semana? " É o meu fim de semana de folga. Só vou trabalhar na 2ª Feira e estou a pensar em dar um jantar no sábado. E temático!" acrescenta. " Mas eu trabalho amanhã e a maior parte dos nossos amigos também!" opina o Carlos " Achas que vão ter tempo para se organizarem? " " Claro que sim! Para facilitar as coisas, cada um traz qualquer coisa para comer. Eu ofereço os aperitivos, uma sopa e o espaço. Tu combinas com os rapazes as bebidas e eu converso com as raparigas sobre a comida." explica a Raquel. " E o tema? " pergunta o Carlos a medo. " Lingerie. É por isso que hoje vamos ao Lingerie Restaurante para eu ter uma ideia." diz a mulher. " Mas nem penses que vou andar de tronco nu, só com boxeurs e meias!" explode o Carlos. " Ah, ah, então já lá foste e

DESAFIO AOS COMENTADORES

Isto é um desafio para os meus comentadores. Como sabem, gosto muito de histórias policiais, mas desta vez, pensei que poderia descrever um jantar. O desafio é: Um jantar com um tema?   Se acham que sim, digam se preferem o 1, o 2, etc Máscaras de Veneza? Mini Saias e Calças à Boca de Sino? Roupa de Cabedal? Lingerie? Nomes das personagens principais? De qual gostam mais? Podem indicar dois de cada Carolina Raquel Sofia Maria Isabel Mateus Luis  Francisco Carlos Ivo Ementa? Podem dar uma ideia para o cardápio.  Gourmet Tradicional Ou cada um leva o que quer? Aguardo os vossos comentários para colocar o primeiro post no sábado...

SURPRESA - O FIM

Dias depois, o Mário recebe um telefonema de um tipo chamado Francisco. Uma caça ao tesouro? Canções com pistas? Que tipo de pistas? etc.  O Mário inventa os detalhes e fica tudo combinado para o fim de semana seguinte. O Bento fica lívido quando sabe que a festa vai ser na casa de praia dos Pais. " Tu estás completamente louco. O que é que vou dizer aos meus Pais se desaparecerem coisas? "  " Relaxa! Não vai acontecer nada, eu vou falar com o tal sargento. E, depois a tua casa era a única com piscina!" explica o Mário. O Sargento chama-nos irresponsáveis, loucos, mas quando se acalma, até percebe que a ideia é boa. No sábado, estamos todos presentes, as raparigas acederem em participar depois do Mário ter garantia a segurança delas. O Sargento e mais uns colegas também estão presentes e para tornar a coisa mais verossímil, até mergulham na piscina. Em breve, chega a dita banda. Não devem ter mais do que 25, 30 anos e após uma b

SURPRESA - PARTE VI

Mário assume o controlo da operação e em breve está a trocar impressões com o barman. Ficamos a saber de que há uma orquestra residente e que duas vezes por semana há a chamada " noite das oportunidades", ou seja, bandas novas que queiram gravar um álbum ou conhecer agentes tocam ali. " Ah, compreendo!" diz o Mário " E, não actuam em casas particulares? Em festas temáticas, por exemplo? " e nós nem nos atrevemos a respirar. " Às vezes... " observa o barman " Porquê? Vão dar alguma festa? " olha-nos curioso. " Estamos a pensar nisso! É uma festa na piscina com caça ao tesouro e necessitamos de alguém que vá dando as pistas. E que melhor maneira do que cantar uma canção alusiva? " responde o Mário, muito sério. O Bento engasga-se e tem que sair. Lança um olhar que interpretamos como " qual é dele?" mas ninguém lhe liga. Queremos saber qual vai ser o próximo passo. " Ah, sim, não me qu

SURPRESA - PARTE V

" Quis saber porque é que eu não fui à festa. Se era habitual o Daniel organizar festas deste tipo. Se sabia onde ele tinha contratado a banda... Bolas, pá, trataram-me como se fosse um suspeito!" desabafo mais tarde com o Bento. " Deixa lá... também fui tratado da mesma forma. Como se tivesse culpa!" queixa-me o meu colega de quarto. " Todos temos culpa!" diz o Mário, malicioso " Esta noite, vamos ao tal bar onde o Daniel se encontrou com o cúmplice do assalto!" " Será boa ideia? E sabes lá se o tipo com quem se encontrou é um mafioso???" contrapõe o Bento. " Eu quero ir! Quero ver aquele ambiente decadente!" responde o Mário. " Querem vir?" convida. O Bento nunca diz não a uma aventura e eu aceito ir, pois alguém tem que ter a cabeça fria. Carrego o telemóvel, pois quero gravar tudo. Quem sabe se não ajudará a Polícia a apanhar os culpados? As raparigas decidem não ir e há alguns rapa

SURPRESA - PARTE IV

Perdi uma noite emocionante, lamento-me.  Que burrice ter ficado a dormir ou não, como o Mário comenta quando me vê. " Ainda bem que ficaste a dormir; estás livre desta trapalhada. São chatos... Não se lembra disto? Tem a certeza de que ele disse isso? Bolas, pá." " O Bento diz que ainda estão a interrogar o Daniel por causa da banda." digo. " O idiota andou a pesquisar na Net, encontrou um contacto de um agente e foi falar com ele a um bar. A um bar, já viste??? É mesmo idiota!" conta o Mário. " Quem sabe se o escritório do agente não é nesse bar? " goza o Luis que aparece nesse momento. " Não quero saber! Tudo isto é culpa do Daniel!" grita o Mário. " Não sabemos! Até podia ser um contacto legítimo!" contrapõe a Vera. Inicia-se ali uma discussão na qual não estou interessado e fujo rapidamente. Encontro o Professor Silvestre que me pede para o acompanhar ao gabinete dele. Quer discutir

SURPRESA - PARTE III

" O quê??' Ainda estás assim???... Já sei, não digas nada. Não tens nada pronto." concluí o Bento. " Mas não te preocupes. O Francisco trouxe imensa coisa, pomos-te nos anos sessenta em minutos. Anda daí!" convida. Mas eu não me levanto; estou muito cansado, sem disposição para festas.  O Bento apercebe-se disso, faz uma observação trocista e parte com a promessa de contar tudo ao pormenor. Adormeço profundamente e só acordo quando o Bento me abana violentamente. " Oh, pá, nem sabes o que aconteceu! Fomos assaltados! " e eu sento-me imediatamente na cama. " Como??? Porquê??" e o meu colega de quarto ergue as mãos desesperado. " Ao que parece, o Daniel contratou uma Banda para cantar êxitos dos anos sessenta. Apareceram quatro tipos, vestidos a rigor e com máscaras dos Beatles. O pessoal delirou e sentou-se à espera da primeira música. " conta o Bento. " Então, o vocalista, melhor o que pensamos

SURPRESA - PARTE II

Fico fascinado com o que leio sobre as máscaras e o Carnaval Veneziano. Acrescento à minha lista de desejos uma viagem a Veneza.  Infelizmente, o Bento entra nesse momento e arranca-me a agenda das mãos. Ri-se com vontade, diz umas piadas sarcásticas e quando lha tento tirar, corre a toda a velocidade para a sala comum. Quando lá chego ofegante e muito vermelho, já está em pé em cima de uma mesa a gritar para que todos o ouçam. " OS DESEJOS DO CARLOS.... Ganhar o Prémio Nobel, ah,ah... De quê? "  " Será da Física? " sugere um e outro responde: " Não, ele é uma nódoa a física." " ECONOMIA!" brada a Raquel, mas o Manuel apressa a contradizer: " Tenho a certeza absoluta de que é a Matemática!" e o Bento chama-lhe burro, porque, diz ele,  " a Matemática enquadra-se na economia.". Isto leva a uma discussão acesa sobre se a Matemática é ou não parte da Economia e aproveita a oportunidade para fu

SURPRESA

Convidado surpresa??? Mas que ideia foi essa de um jantar temático ?  " Sabes do que se trata? " mas ninguém me responde. Estão todos preocupados com a maquilhagem, o vestuário, há mesmo alguém que está a pesquisar o tipo de comida na época. Oh, pá, são os anos sessenta. Sexo, droga, rock'n roll... não há que enganar.... Ignoram-me... Claro que me ignoram, não digo nada alto. Quero fazer qualquer coisa diferente e é quando me lembro das máscaras de Veneza. Porque não?  Basta escrever no Google " máscaras de Veneza nos anos sessenta " e vou encontrar a informação que preciso.... Talvez o convidado surpresa tenha também uma surpresa. E ligo-me ao Google.... CONTINUA

O INDECISO - O FIM

Gonçalo aceita fazer trabalhos como freelancer. Não é muito seguro, sabe que tem que se esforçar muito, mas é perfeito para a sua mente organizada. Controla o processo todo e em breve, há algumas empresas que o chamam para completar os seus próprios projectos. Oferecem um lugar na empresa, mas Gonçalo está a gostar de estabelecer as suas próprias rotinas. Até que um dos amigos da universidade fica desempregado e contacta-o. Teve uma ideia " maluca ", chama-lhe, mas não tem nada de louca quando lha explica. Abrir uma pequena empresa, o amigo já fazia algum trabalho de consultadoria e pode trazer essa pequena carteira de clientes. O Gonçalo também tem alguns clientes fieis e para já, pode resultar. " Vamos avançar com cuidado!" diz o amigo e o Gonçalo concorda. Estabelecem um plano e escolhem um espaço. O pai resolve emprestar-lhe "algum capital", o amigo entrega o projecto na Segurança Social e abrem ao público com

O INDECISO - PARTE V

A Cláudia não resiste, não podem fazer mais nada por ela. Não, não pode ser verdade, mas é. Gonçalo sente-se vazio, está a viver um pesadelo. Refugia-se na noite, ele que raramente saia, esquece-se de si no pior lado da vida. Álcool, muito álcool, amigos duvidosos.  Tudo para esconder uma dor absurda. Até que acorda uma manhã num local desconhecido no meio de gente que não sabe quem. Como veio aqui parar? Quem são? Não se lembra e volta para casa, arrastando os pés e uma cabeça pesada. A Mãe está novamente lavada em lágrimas, mas é por ele, não por Cláudia. Isso choca-o... Não sabe o que fazer... Pedir desculpas não é suficiente... Gonçalo pede ajuda então...  Há muito que a empresa onde trabalhava o despediu, mas não está preocupado com isso. Cláudia, onde estás?  Faz-lhe falta o riso, as observações irreverentes, os ditos engraçados... Gonçalo sorri... De certeza absoluta que a Cláudia não queria que ele vivesse assim... Derrotado

O INDECISO - PARTE IV

Atende irritado, pronto para repreender. " Oh meu Deus, Gonçalo, é a Cláudia! " grita a Mãe. Teve um acidente, pensa Gonçalo, como,  onde, quer perguntar, mas a Mãe não dá tempo. " Vem ter comigo ao Hospital! " e todos na sala o olham assustado. " Há algum problema? " pergunta a recepcionista e Gonçalo fita-a sem compreender. " Podemos ajudar? " repete e Gonçalo diz que não pode ficar, que a irmã teve um acidente. É grave? mas Gonçalo não sabe, está completamente desorientado. A empresa não o deixa sair sozinho e alguém o conduz até ao Hospital, onde Gonçalo encontra a Mãe em lágrimas. " Não sabemos nada... Mas é grave, Gonçalo, temos que nos preparar para o pior." explica o pai. O motorista aperta-lhe a mão, despede-se educadamente. E esperam.... A noite inteira.... Gonçalo tenta saber o que aconteceu, mas nem o Pai nem a Mãe querem falar do assunto. A tia Isabel chega entretanto e o ti

O INDECISO - PARTE III

O primeiro emprego é um choque para a mente organizada do Gonçalo. Prazos, metas, exigências, pressões... O que é isto?  Ter que justificar cada passo, cada decisão... " Chama-se trabalho em equipa!" goza a Cláudia. Gonçalo está extenuado, acha que não vai conseguir.  Fala com uns amigos, mas estes gostam de sentir a adrenalina, de trabalhar sobre pressão. Tenta adaptar-se, mas exigem cada vez e entra em pânico quando pensa que não vai cumprir o prazo. Consegue, mas pensa que errou na carreira. Ou é ele, a maneira de ser que está errada. " És introvertido, não te expressas. Oh, pá, dá um soco na mesa e anda para a frente." aconselha a irmã. Gonçalo tenta falar mais, pesquisa mais, apresenta ideias inovadoras. Algumas são aceites, outras rejeitadas de imediato com umas piadas à mistura. Fica ofendido e começa a procurar outro local para trabalhar, mais calmo. " Oh, pá, não ligues. Já te disse, anda para a frente!

O INDECISO - PARTE II

" Gonçalo, o que queres fazer na vida? " pergunta a Mãe. Gonçalo fica calado... Não sabe verdadeiramente o que quer. Sabe o que os outros esperam dele, mas ele apenas quer que o deixem em paz. " Tens que ter algum objectivo... alguma coisa que te interessa e te faça vibrar... " insiste a Mãe. Gonçalo sorri e nem tenta explicar o vazio que há dentro dele. Nunca o entenderia... Às vezes, nem ele próprio entende. Este aborrecimento, esta tristeza sem limites... Ok, tem uma família simpática, gosta do curso e até é um bom aluno. Mas... maldito "mas" que não o deixa avançar e ser livre como a Cláudia que vive apenas o momento. A irmã entra como uma furação na sala e distraí a Mãe. Gonçalo murmura uma desculpa e fecha-se no quarto. Tem umas fotos para descarregar, actualizar o blog e acabar de ler aquele livro. Este é o seu Mundo... não lhe preenche o vazio que sente, mas não o agride. Foi ele quem o criou. Sabe

O INDECISO

" Mas afinal o que queres? " pergunta, desesperada, a Cláudia. O irmão encolhe os ombros e responde. " Não sei!" e a irmã tem vontade de lhe bater. Há mais de dez minutos que olha para os cartazes do cinema e é incapaz de decidir qual o filme que quer ver. " Desisto! " explode Cláudia " Vou ao cinema e quero lá saber se tu vens ou não!" " A Mãe disse-me para não te perder de vista." insiste o Gonçalo. " Quero lá saber. Vou ver um filme e está decidido!" e avança para a fila. Gonçalo vê-a comprar o bilhete e entrar, mas continua indeciso. Acaba por não ir e fica à espera da irmã, que reaparece duas horas, eufórica. Foi um bom filme, uma história bem explorada, com bons actores.  " Não podia ser melhor e tu? Não fizeste nada? " pergunta. Gonçalo mostra-lhe o livro que comprou e agora é a vez da Cláudia encolher os ombros. Chegados a casa, a Mãe não sabe o que dizer.

DANÇARINA EXÓTICA - O FIM

O detective Fontes aparece com novidades. A culpa foi do Mateus... Perguntou à Anabela se queria ganhar um dinheiro extra e sem o conhecimento do Mendes. Anabela aceitou e deve ter achado muito estranho entrar num gabinete vazio. " Claro que o deve ter questionado e ele agrediu-a. " conta o detective " Ela tentou fugir, mas ele tinha travado a porta e bateu-lhe até ela ficar inconsciente. " " E eu? " pergunto. " Ele preparava-se para sair, mas a Cristina entrou, viu a Anabela naquele estado e tentou socorrê-la. Antes que gritasse por socorro, agrediu-a também, o que lhe deu tempo para fugir." " Não me lembro de nada. Senti que estava alguém atrás de mim... mas é tudo o que sei." confesso. " Não há problema! Já o apanhamos e ele confessou. "  O detective sorri e diz: " Sei que lhe vão dar alta. Vai voltar a dançar no Clube? Vai ter coragem para isso?" " Não, não. Env

DANÇARINA EXÓTICA - PARTE VI

Nem de propósito, o Brites visita-me nesse dia. Entrega-me um ramo de flores e uma caixa de bombons e instala-se numa cadeira, pronto para uma conversa. Não resisto e pergunto-lhe: " Estavas de folga quando mataram a Anabela? " " Não, o Mendes mandou-me tomar conta da sala principal e disse ao Mateus para estar de guarda ao corredor dos gabinetes." diz. " Não me lembro de ver o Mateus no corredor... Foi o que disse ao detective que esteve cá." comento. " Acho que ele já sabia, mas queria confirmar contigo! " avisa o Brites " Afinal, és uma vitima e uma testemunha!" acrescenta. " Quem me encontrou? " e o Brites suspira. " O cliente que estava à tua espera quis falar com o Mendes e este pediu-me para te procurar. As meninas no vestiário disseram que tinhas mudado de roupa, pois ias dançar para um gabinete. Ora, não estavas no gabinete 3, por isso, procuramos em todos." conta o seguran

DANÇARINA EXÓTICA - PARTE V

" Vamos falar daquela noite, do que se lembra, pode ser? " sugere. " Sei que não queria trabalhar, mas não me lembro porquê.." admito " Talvez porque era " noite livre". " acrescento. " O que é a noite livre? " quer saber Fontes. " É um clube exclusivo, só para membros nas noites de sexta-feita e sábado. Mas o gerente resolveu abrir à quinta-feira à todos aqueles que têm dinheiro para gastar." explico. " Portanto, uma clientela não tão selecta, cuidada." termina o detective " Quem lhe pediu para fazer a dança privada? Estava mais alguém presente? " " Foi o gerente, pouco tempo depois de eu terminar a minha dança. Não me lembro de ninguém no corredor.... mas onde estava o segurança? " digo. " Devia estar um segurança no corredor? Tem a certeza? Essa informação é muito importante!" repete o detective. " Há, geralmente um segurança no corredor dos gabinete

DANÇARINA EXÓTICA - PARTE IV

Dão-me um sedativo, acalmo. Disse a verdade ao detective Fontes, não sei quem era a Anabela. Um corpo admirável, uma dançarina perfeita, mas também muito arrogante e invejosa. Vigiava as nossas roupas, as nossas danças e até os clientes que pediam uma dança privada. Dizia-se que era amante de alguém poderoso, mas apenas se suspeitava que estava ligada a tráfego de droga, pois a Anabela tinha um carro topo de gama e a roupa era de marca. Ganha-se bem como dançarina exótica, mas não a esse ponto. Havia uma certa rivalidade entre nós, o detective tinha razão.  Eu também era muito solicitada para danças privadas. Mas eu seleccionava os meus clientes, a Anabela não. Impunha uma tarifa e dançava para todos que a pagassem. Teria sido um deles que a matou? Por ciúmes? Para atingir o dito amante dela? Ou simplesmente por estar no sítio errado à hora errada? O detective volta no dia seguinte e pergunta: " Então, fazia ou não danças privadas? Por