Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2005

PENA NÃO AMAR

Continuas a fazer-me falta! Como é que eu posso esquecer o teu riso maroto, o brilho nos teus olhos quando brincas comigo? Ou como torces o bigode quando te sentes nervoso? E como nunca elevas a voz, porque sabes que eu reajo mal quando me falam aos gritos? Há sempre o e-mail, o telemóvel, mas não é a mesma coisa, porque há coisas que não ficam escritas! Sentem-se, deduzem-se, inspiram! Tu inspiras-me, com a tua atenção, com o teu carinho! Sinto-me feminina na tua presença, porque para ti, eu sou quem sou! Uma mulher, de quem tu gostas! Pena que não me ames!

LIÇÕES DE VIDA

Diz a minha Mãe que se não fossem os “ se” e os “mas ”, a vida não seria tão complicada!! Infelizmente, ela tem toda a razão, embora eu ache que ela se deixa dominar por “essa sensação” e não tenta ver mais o lado positivo das coisas. Devemos sempre deixar a porta entreaberta, mas a minha Mãe sempre foi assim e não é agora que vai mudar. Contudo, não posso concordar quando dizem que “mentimos” quando falamos em “estar completamente felizes”. Não sabemos qual é a noção de felicidade da outra pessoa e se há qualquer coisa que não corresponda ao que ela concebeu, não é assunto que ela discuta à mesa do Café e com toda a gente. É um assunto que ela poderá discutir com uma irmã, como a minha irmã faz comigo e vice-versa. Eu fiz confidências a quem não devia e o resultado foi uma verdadeira catástrofe, com muitos “ se ” e “ mas” à mistura. Bem diz o ditado “ Vemos caras; não vemos corações” ! O que aconteceu, aconteceu, é passado – é uma lição que nunca esquecerei – ganhei fama de “import

PÁGINAS ESCRITAS

Porque não organizar uma soirée musical numa noite perfeita de Verão? Uma noite perfeita de Verão é uma noite estrelada, temperatura amena – nem quente demais nem com muito vento – ideal para estar cá fora. O local ideal ? Um desses solares, agora recuperados para Turismo de Habitação para recriar de certa forma o ambiente romântico que associo à música de Vivaldi. E tem que ser à beira-rio para que o pano de fundo do concerto seja a água calma do rio a correr para um destino, que só ele conhece e dê mais ênfase ao som do violino. Porque, como adoro o violino e como estamos no Verão, escolhi “ As 4 Estações” para mergulharmos profundamente na música e deixarmos que o nosso “ jardim secreto”venha à superfície. É um concerto leve, repousante, que enche de emoções novas o nosso coração! É transparente e ajudou-me a perceber que há realmente pessoas a quem não devemos dar uma segunda oportunidade. Pode parecer radical, cruel mesmo, mas como alguém me disse, não podemos estar sempre à mer

PEDIDOS E FAVORES

Que fazes tu por aqui, “menino mau”? Descobriste que, apesar de tudo, não podes passar sem mim ou será que os portos, por onde agora andas, deixaram de ser “ excitantes”? “Excitante ” é a tua palavra favorita e eu sei bem que não me achas “ excitante” a esse ponto. E creio que tudo ficou dito naquele bilhete agressivo que me deixaste em cima da mesa e que reli várias vezes para ter a certeza que tinha compreendido bem. “Não entendo qual a sua dúvida” ? “A minha dúvida? Nenhuma! Não há uma explicação mais pormenorizada a dar?” - era tudo o que eu queria saber, mas parece que, como sempre errei! E andaste por aí, evitando-me, servindo-te dos outros para me dizeres do que precisas! Mas precisas mesmo de falar comigo, queres mesmo a minha ajuda, não é? E precisas que eu faça um milagre, porque não gostas de ser pressionado, que te chamem a atenção... Olha que eu também não! E, ser humilhada publicamente, muito menos! Não te preocupes; eu resolvo o problema, nem que tenha de abdicar do meu

LEVES COMO A BRISA

Num dos seus posts, a Dora fala nas “ salas do seu coração”. Achei curioso o tema e li com interesse o post até ao fim, porque nunca tinha ponderado muito nesse aspecto da realidade. Como sempre vivi numa “ Torre ”, o meu coração só conhecia uma “sala”. Aquela onde eu me fechava, onde mais ninguém entrava! No dia em que comecei a descer aquela escada em espiral, deparei-me com vários patamares. O primeiro patamar é o patamar dos meus amigos verdadeiros, que me abriram os braços (como é bom receber um abraço!) e se prontificaram a ajudar-me. Um marcou-me a consulta; outro telefonou-me a perguntar como é que tinha corrido e todos os dias, havia uma palavra carinhosa, uma sugestão, um sorriso vindo do fundo do coração. É neste patamar que encontro o meu amigo perfeito , que tem sempre tempo para tomar um café comigo! No segundo patamar , estão os indiferentes – os que acham que nada há a discutir; limitam-se apenas a observar e a dirigir uma breve saudação. Considero-os mais honestos qu

MUITO PRAZER

Há histórias engraçadas, que estão inscritas no Livro de Ouro das recordações familiares. .........................E eu achei que devia partilhar convosco 2 dessas histórias: Embora tenha sido a protagonista de uma baseio-me no que as outras pessoas dizem...... ........................ Porque era muito pequenina; teria uns 4, 5 anos!! ..............Mas a minha mãe conta-a com certo orgulho, porque ninguém esperava uma reacção assim de uma criança! Nasci em Chaves; como tínhamos lá família, o mês de Setembro era-lhes dedicado e costumávamos ficar hospedados em casa de uns primos da mãe. O primo da mãe, embora gostasse muito de crianças, também gostava de as arreliar e quando me viu, lançou-se num discurso que me deve ter parecido um autêntico disparate: “O que é que vens cá fazer? Comer da minha comida, beber da minha água, dormir nos meus lençóis?” etc Eu ouvi tudo até ao fim e aproveitei quando ele parou para tomar fôlego, para lhe estender a mão e dizer muito séria, compenetrada do

MUITO POUCO

Fui muito má ! Arrependi-me, claro está e pedi desculpa porque, realmente não eras a pessoa a quem eu devia dirigir a minha frustração e a minha indignação. Fui gozada indecentemente e compreendi que qualquer coisa que dissesse serviria apenas para “atear” ainda mais a “ fogueira” de uma vaidade impossível de aceitar e compreender ou mesmo de aturar. Porque não representa nada; é completamente oca! Talvez devesse ter encolhido os ombros e “deixado correr”; respondido ironicamente quando me perguntaram porque é que determinada coisa não foi feita: “ Porque o computador bloqueou e ninguém se preocupou em encontrar uma solução.” Porque há uma solução para tudo, se a pessoa se empenhar; mas, não houve nada – apenas um sorriso irónico, um comentário hipócrita e no pensamento “ Lá está a Marta a ter um ataque de nervos! Coitada!”. A Marta foi contratada para executar uma determinada tarefa e só a pode fazer se tiver os instrumentos necessários para isso! Parece que ninguém compreende isso….

AINDA SOBRE RAMON

As coisas acontecem simplesmente e nada têm a ver com a cultura e com a educação. Verdadeiras “ horas do Diabo ”, em que, por qualquer motivo, ou Deus nos abandonou ou nos desafiou. Para saber e nos obrigar a saber o quanto valemos. Posso estar a dizer um grande disparate e estou a falar, ainda por causa de Ramon Sampedro e do meu post “Com dignidade”, porque aquele homem, conhecedor profundo do mar, fez um erro de cálculo ao mergulhar e acabou tetraplégico. E eu? Só compreendi verdadeiramente o quão doente estava quando comecei a vomitar, durante 3 dias sem interrupção. Levaram-me para o Hospital, no limite das minhas forças e passaram-se semanas até eu ser capaz de reflectir e pensar no que aconteceu, como podia minimizar os danos e que volta poderia dar à minha vida. A minha pergunta é: Poderia ter evitado? Nunca vou saber – na altura, eu estava muito infeliz, muito vulnerável! 2ª pergunta: Tem a cultura alguma coisa a ver com isso? Nada – é impossível prever! Por muito culta que se

COM DIGNIDADE

De quem vou falar? De Ramon Sampedro e porquê? Porque estive com o livro dele nas mãos, Cartas do Inferno na mão e gostei muito do pouco que li . O retrato de um homem, que argumentou a sua causa perante os tribunais e quando lhe negaram o direito de morrer, não hesitou em suicidar-se. Não vou dizer se acho que o suicídio é um acto de cobardia ! Nem tenho o direito de questionar os motivos que levam uma pessoa a cometer tal acto! Posso apenas dizer que tenho pena que não tenha pedido ajuda; que não a tenho encontrado a tempo! Claro que a morte “assistida” de Ramon Sampedro levantou a questão da eutanásia. Sim ou não? Não sei: acho apenas que se ele pensava, e escreve na última página do livro: “ A vida vale a pena ser vivida enquanto podemos valer-nos por nós próprios; quando deixa de ser assim, é melhor terminá-la, pois continuar não tem sentido ” tinha o direito de morrer, como morreu, consciente e com dignidade . Como todos nós temos o direito!

PERGUNTAS E MAIS PERGUNTAS

Quando era pequena, tinha a mania de fazer uma pergunta e dar eu própria a resposta! Era um “mau hábito” que exasperava a minha mãe, mas fazia rir os outros! Depois, deixei de fazer perguntas e até mesmo de dar respostas. Não sei se era porque não gostava das respostas que obtinha; se porque era mais fácil “ deixar correr ” do que procurar e deslindar o que estava mal! “Tenho tempo ” e adiava sempre a decisão para o dia seguinte, para o mês seguinte, para o ano seguinte. E, se bem que o tempo possa ser um bom amigo, também se torna num inimigo mortal. Porque houve decisões que adiei, que podiam ter resolvido muita coisa e agora tenho que me adaptar às circunstâncias. Recomecei a fazer perguntas, mas agora faço-as de uma maneira diferente. Quero esclarecer uma dúvida, saber uma opinião, pedir um conselho, mas exponho o que penso, digo porque é que fiz isto ou aquilo e até posso estar insegura, baralhada, vulnerável . Não tenho vergonha de o admitir, porque posso modificar muita coisa, m

ANSIOSA

Pensei em te dizer quanto ansiei por um telefonema teu quando estive doente, mas optei por não o fazer, porque nunca o entenderias. Como nunca entenderás porque é que agora tento descobrir porque é que sempre que falo na Sophia de Mello Breyner penso na cor azul . Talvez porque ela escreveu muito sobre o mar e eu adoro o mar! E, quando num dos seus poemas ela fala sobre “cavalgar nas ondas”, eu vejo um cavalo elegante e poderoso, a sacudir orgulhosamente a crina e a rasgar em mil pedaços com o seu galope rápido a crista das ondas, antes destas fugirem pela areia e recomeçarem a formar-se. Ou talvez se esteja numa prancha de surf, à espera da “grande”, que nos leva para fora dos limites, que nos dá a sensação de que somos maiores que o espaço! Que podemos vencer o infinito! Como sabemos que não o podemos vencer, ou talvez sim, procuramos mimar (e Deus sabe como eu preciso de mimo) o nosso corpo, a nossa vista e a nossa alma! Quem sabe, se cavalgando no meu cavalo elegante eu não venc

HISTÓRIAS

Não me lembro do título, mas sei que era um filme com a Diana Keaton, com a Meg Ryan e Walter Mathaw . A história é sobre as relações entre 3 irmãs e o pai, que se encontrava num lar. Uma era uma executiva de sucesso; a outra tinha o seu próprio negócio, mas tinha um marido e um filho para cuidar e a terceira aspirava a ser actriz. Até parece ser a história da minha família, de qualquer família e talvez tenha sido por isso que me tenha lembrado do filme. Mas a cena de que quero falar é a cena em que a Meg Ryan cede às pressões que lhe estão a roubar tempo para pensar e tratar de si e começa a chorar em frente de alguém, que a aconselha: “ Às vezes, precisamos de desligar” e a Meg Ryan desligou tudo, desde a televisão aos telefones e foi dormir com o filho, para sentir o calor humano que precisava. Foi o que fiz este fim-de-semana – desliguei-me completamente do mundo; acabei por fazer nada do que tinha planeado! Adormeci calmamente, sonhei com a brisa e com o mar, ouvi as novas histór

EM JUNHO

E entramos em Junho, com calor que nos faz correr e transpirar, porque é preciso: Tirar do armário a roupa leve e colorida do Verão passado e descobrir que: “ Oh, meu Deus, não acredito! Engordei! Como é que isto aconteceu? Tenho que entrar já em dieta ”. Telefonar frenética, desesperadamente à esteticista e pedir muito, “ por amor de Deus”, “ faça um esforço, nem que seja à hora de almoço ”, uma horinha para fazer a depilação e arrumar de vez as meias. Entrar nesta e naquela agência de viagens e pedir folhetos e mais folhetos de viagens agradáveis e não muito caras! Combinar, discutir, regatear com os outros a data das férias… Não dormir de noite, por causa do calor! Abrir vezes sem conta o frigorifico para beber água fresquinha! Levantar cedo para passar a ferro aquele vestido que decidimos que temos que vestir forçosamente hoje! Ufa!!! Porque é que as férias não começam já amanhã? Eu? Não tenho que fazer dieta ; se engordasse um ou dois quilos até me favorecia. Não está fácil reno

MORAL

Lá volto eu ao princípio, pois desta vez quem está no centro dos rumores sou eu. A primeira pergunta que faço e sei que a estou a repetir é: Será que esta gente não tem uma vida própria, não tem problemas pessoais que exijam a sua atenção por completo para estarem a vasculhar a dos outros? Ao escrever isto, fico com a impressão de que estou a ser má, mas a questão não é essa e isso leva-me a fazer a segunda pergunta: Qual é o problema se o rumor tiver fundamento? Não estamos a ferir ninguém – não há terceiras pessoas envolvidas! – nem sequer a infringir as regras de moralidade. Que é, pelos vistos, um tema polémico! Porque não é um atentado à moral em dizer mal das pessoas nas costas, mas ter uma relação mais profunda com um homem é! Eu avisei – estou a ser má, mas apenas estou a escrever o que sinto! E o que sinto é raiva misturada com ódio, desprezo, mas ao mesmo tempo, pena! Porque, mesmo que o rumor tivesse fundamento, eu estaria muito feliz, porque a pessoa em questão, apesar dos

BOA COMIDA

Como por aqui só se fala de comida, que tal tentarmos o “ empadão de espinafres com alheiras”? Não sei se não se enganaram e, em vez de “ empadão ” querem dizer “quiche”, que acho ser um prato mais agradável à vista e ao paladar. E se enveredarmos pela comida tradicional, não creio que se possa considerar o “empadão” como regional. Por exemplo, a açorda é um prato regional, típico do Alentejo! Quanto às alheiras, sou suspeita, porque uma das minhas tias fazia esse tipo de enchidos muito bem. Ela encarregava-se de tudo: criar o porco, matar o porco na altura certa, etc e não é fácil esquecer aquelas alheiras, bem recheadas de carne e feitas com a tripa do dito animal. Eu sabia o que estava a comer e comia com satisfação. Infelizmente, a tia já morreu e eu estou proibida, por causa do meu problema de estômago de comer esse tipo de comida. Mas ao pensar na alheira, com batatas cozidas e grelos, tudo generosamente regado com azeite – nunca óleo – ainda me cresce água na boca!