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A mostrar mensagens de setembro, 2014

APAIXONADAMENTE

Meu amor, Não sei se isto é uma carta de amor. Aquela que nunca escrevi, porque te amei apaixonadamente. Tão forte que até doía só de pensar em ti. Hoje escrevo-a para me lembrar de ti. Agora que te despediste de mim e de tudo o que fizemos juntos. Acordo vazia; arrasto o corpo e os pés pelo tempo e penso sempre que estás no jardim e, a qualquer momento, vais entrar para beber um café. Continuo a fazer os teus queques preferidos que ofereço ao rapaz que trata agora do jardim. Às vezes, ele sugere plantar coisas diferentes, mas eu não deixo. Ele abana a cabeça; deve pensar que estou maluca, senil, mas tu querias o jardim assim e se o mudasse agora, perdia-te. A sala também está igual. Nem arrumei na estante o livro que estavas a ler e sei bem que não o vou ler. Como poderia? Ouviria sempre a tua voz a explicar-me os detalhes mais interessantes do enredo... Mas a loucura maior talvez tenha sido deixar o cão apropriar-se da tua poltrona. Não tenho coragem d

SORRISO "EXCERTO DO MEU CONTO SOBRE CAFÉ E CHOCOLATE"

Breve introdução: O desafio era escrever sobre Café e Chocolate.  Escrevi sobre alguém que: " Ok, até posso ser viciada em chocolate e café. Até posso ter peso a mais e evitar olhar para o espelho para não me assustar com a silhueta. Mas tens que concordar que a minha vida não é fácil e se bem que saiba que este não é o caminho correcto – comer para esquecer – o teu não é muito melhor. Enquanto berras e dizes as maiores barbaridades, eu bebo um café. Cheiro-o, sorvo-o enquanto escuto as histórias dos outros. Há os faladores, sempre a contarem histórias inacreditáveis; outros são mais discretos, não se confessam, mas ouvem avidamente. Naquele café, somos uma família e sentimos a falta uns dos outros. Porque a pausa para o café é sagrada – o mundo para, desaparece e a nossa vida é apenas nossa. Mas como te vou convencer disso? Que tudo é possível e que eu sou a protagonista numa história em que decido o final. Poderá não ser o teu final, talvez não seja o meu, mas e

"ANTÓNIO SEDUZIDO" (EXCERTO DO MEU CONTO SOBRE SEDUÇÃO)

Breve Introdução: Um desafio na aula de Português: seduzir e como seduzir. Escrever um poema que seduza o leitor. António está pouco à vontade com o tema, pois "escrever , “com floreados” como diz, não é realmente a sua área". Mas eis que.... " O poema é curto, simples e cheio de musicalidade. É isso que intriga o António e que faz com que o volte a ler. Pausadamente, saboreando cada uma das estrofes. Fala de amor? Amor escondido no nevoeiro? Estará o autor a falar de um amor proibido, contrariado? Proibido por quem? E porquê? António folheia o livro, procura um outro poema que responda às questões deste. Mas os outros poemas apenas falam de memórias de outros dias. Alguns estão carregados de uma tal dor que até o magoam. É um poeta triste, esconde a angústia no mar, confessa-se à Lua, encontra conforto nas sombras. Está preso a um passado que não consegue esquecer e de que fala em palavras simples, humanas. António procura outros livros do po

LUA DE MARFIM

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É com prazer que informo que participo  nesta nova Colectânea  organizada pela editora Lua de Marfim. Caso desejem adquirir um exemplar, podem contactar directamente a editora para o e-mail: antologias.luademarfim@gmail.com  A Colectânea anterior,  na qual também participei, chama-se "Cartas"