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A mostrar mensagens de janeiro, 2018

LATITUDE - PARTE III

Neste ponto da narrativa, o telefone toca e Jaime solta um palavrão. Atende zangado, mas Leonardo, o agente, limita-se a rir. " Então, como vai isso? " pergunta e Jaime, engolindo em seco, diz: " Estaria melhor se não interrompesses!" " Disseste que me enviavas a sinopse dentro de quinze dias. Já passou um mês e continuo sem saber nada sobre o enredo do livro. " queixa-se o agente. " Só sei que é sobre o Detective Latitude, mas o que é que ele vai fazer? " " Ainda não decidi!"  e Leonardo enfurece-se. " Ainda não escreveste nada??? Oh, pá, mas o que é que andas a fazer? Há um prazo a cumprir, entendes? " Jaime opta por não dizer nada e despede-se rapidamente, cortando-lhe novas recriminações. É que teve uma ideia e tem pressa em a colocar no papel. " A rua ao pé do bar está cheia de polícias e Latitude olha os rostos, à procura de algum conhecido. Perto da porta, está o Detective

LATITUDE - PARTE II

Joaquim encolhe os ombros...  Já sabe que ele não vai confessar nada, mas tem quase a certeza de que há uma mulher no meio... Suspira, porque foi sempre por causa de uma mulher que o Latitude se meteu em trabalhos...  Mas está longe da verdade, porque a proposta que o Latitude recebeu foi para organizar a segurança de uma grande empresa. Oferecem um bom salário, carro da empresa e carta branca para os instalar sistemas de alarme que achar conveniente. Latitude sabe que um ex-colega aceitou uma proposta semelhante e teve bastante sucesso. Por isso, está hesitante.  Amanhã vai almoçar com o ex-colega para confirmar detalhes e depois conversar com a irmã e o cunhado sobre o assunto. Talvez aceitasse a proposta, se o bar não tivesse sido assaltado naquele fim de semana e o Joaquim assassinado. Por quem? Porquê? São as perguntas que o Latitude faz de imediato. CONTINUA

LATITUDE

O Detective Latitude passa os dias no bar... Desde que foi suspenso por causa daquele affair com a stripper... " Onde é que estavas com a cabeça?" ralhou a irmã " Um detective com uma carreira brilhante... inacreditável!" Mas Latitude encolheu os ombros e desperdiça os dias a beber cerveja e a jogar dardos. " Não achas que devias fazer qualquer coisa de útil? " pergunta o Joaquim, o dono do bar " Não é que me importe que estejas aqui... Os clientes sentem-se seguros por verem o polícia sentado no bar... mas não achas que está na altura de voltares ao trabalho? " " Não sei se quero voltar." responde Latitude " Não vão confiar em mim... Estava a pensar em abrir uma agência de detectives..." " E andares a seguir maridos e mulheres infiéis." Joaquim ri. " Ou espionagem industrial..." diz o ex-detective, seguro de si. " Porquê? Alguém já falou contigo sobre isso?" Joaquim fi

DOMINGO Á NOITE - O FIM

O Vasco desvaloriza a situação; o desaparecimento do Dr Fontes pode não estar ligado ao da Fátima. Não se deve preocupar... Não lhe diz respeito; a empresa tem que resolver os problemas pendentes e ela limita-se a ajudar no que for possível. Mais nada, acrescenta ao despedir-se. Vera sente-se mais reconfortada e quando o Dr Saavedra lhe propõe encarregar-se de parte dos projectos da Fátima, concorda. Tem uma pequena reunião com a Ana para decidirem como organizar os projectos, mas evita falar mais no assunto. A Alice é que continua curiosa e na pausa para café a meio da tarde, pergunta: " O que é que acham de tudo isto? " " Não sei verdadeiramente o que pensar." responde a Ana " Estou mais preocupada em decifrar a letra da Fátima."  Mas a Alice não desarma e continua: " Ela e o Dr Fontes são ou não cúmplices? " " Oh, Alice, não sabemos! É uma pista que a polícia está a seguir e pode não dar em nada. Desapare

DOMINGO Á NOITE - PARTE V

Vera não quer acreditar, Jaime compreende isso pela expressão dela. " O Dr Fontes e a Fátima envolvidos? " repete. " Tudo leva a crer que eles estão envolvidos, não só romanticamente, mas também num esquema de burla." adianta Jaime. " Burla? Burla aqui na Empresa? " pergunta Vera. " É apenas uma pista que estamos a seguir." confirma Gonçalo " O que queremos saber agora é se notou alguma coisa estranha entre eles." " Não, não. Pensei apenas que eram dois colegas a almoçarem juntos." confessa Vera. O Inspector sorri e diz: " A colega Alice afirma que eles estão envolvidos." mas Vera apressa-se a contradizê-lo:  " A Alice é um pouco exagerada." e após mais uma troca de impressões, deixam-na sair. Vera encosta-se à parede. A mente está num turbilhão. A Fátima e o Dr Fontes, os dois suspeitos de burla? Não admira que tenha tentado tirar-lhe os projectos dos dois maiores clientes. Telef

DOMINGO À NOITE - PARTE IV

O Inspector levanta-se quando a Vera entra na sala.  Vera sorri em resposta e senta-se. Fica calada; espera pacientemente que lhe façam perguntas. Ao contrário de Alice, pensa o Inspector, que ofereceu logo uma série de informações. " A Dra Vera trabalha na mesma área que a Dra Fátima? Como descreveria a sua relação com ela? " pergunta o Inspector, observando-a atentamente. " Não éramos amigas intimas, mas havia cortesia, respeito profissional. Até que..." e interrompe-se. " Até que? " questiona o detective " A D.Alice diz que a Dra Fátima modificou muito nos últimos meses, que se achava superior aos outros."  Vera sente-se desconfortável, mas Jaime insiste na questão e tem que responder. " Sim, começou a intrometer-se nos meus projectos e tivemos uma discussão muito amarga por causa disso. O Dr Saavedra, o director do Departamento, teve que interferir e reorganizar as funções de cada uma." confirma Vera. &

DOMINGO Á NOITE - PARTE III

Faz-se silêncio e todos apressam-se a sentar. Os telefones recomeçam a tocar e há já alguém que os atende. Não a Alice que, descarada, fica parada em frente do Director à espera que este fale. O Director está acompanhado por um senhor franzino, com ar de doente que se apoia numa bengala e dois homens mais novos que se depreende serem da Polícia. " Ah, Alice, este Senhor é o marido da Fátima e estes são o Sargento Jaime Peres e o Detective Gonçalo Luis. " apresenta-os à recepcionista que os cumprimenta com um sorriso e um aperto de mão. "  Estes Senhores têm umas perguntas a fazer sobre a Dra Fátima. Como a Alice, a Dra Vera e a Engenheira Ana são as pessoas que lidam mais com ela, não se importam de os ajudarem? " diz e virando-se para os dois polícias, acrescenta " A Alice leva-os para a Sala de Reunião e podem conversar lá à vontade." Alice assim faz enquanto o Director acompanha o marido da Fátima até ao elevador. Aquele Senhor

DOMINGO Á NOITE - PARTE II

No dia seguinte, Vera atrasa-se um pouco e está já preocupada com a boca que vai ouvir. Mas, quando entra no escritório, está uma grande confusão. Os telefones tocam sem parar e todos falam alto, altamente excitados.  " O que se passa? " pergunta Vera e a Alice, a recepcionista pergunta-lhe: " Ninguém te disse? Ninguém te telefonou? " e quando Vera abana a cabeça, continua, deliciada: " A Fátima foi dada como desaparecida." Vera olha-a incrédula. A Fátima, a quem a recente promoção subiu à cabeça e está a fazer a vida negra aos colegas? " Não.... Estás a gozar comigo??? " repete, mas a Ana, que trabalha no gabinete ao lado, confirma: " O marido está agora reunido com o Chefe. Veio acompanhado por um Inspector e um Sargento. Ao que parece, disse-me a Eugenia que ouviu antes de fechar a porta da sala de reuniões, ela saiu daqui na 6ª Feira e não foi para casa. Se calhar, fugiu com o dito cujo." sugere.

DOMINGO À NOITE

" Ah, quem me dera que não tivesse que trabalhar amanhã..." lamenta-se Vera. Vasco não responde. Está tranquilo, confortável e quer gozar o momento, saboreando o vinho e o calor do fim da tarde. Mas Vera repete a ladainha e Vasco suspira.  " Já te disse o que penso sobre o assunto. Faz qualquer coisa, mas deixa de te lamentar." e sai da sala, sem saber o que enfurecia mais. Os queixumes ou a incapacidade em resolver o assunto. Ou seja, uma alternativa. Vera também suspira.  Ele tem toda a razão; devia tomar uma providência e está sempre a adiar uma decisão que só ela pode tomar. " As coisas talvez melhorem amanhã." convence-se, mas está consciente de que diz isto há muito tempo. CONTINUA

LEANDRO E NATAL - O FIM

Leandro dorme até tarde e resolve preparar um " brunch " com o que sobrou da ceia de Natal. Está  a acabar quando o telemóvel toca. É da Brigada Anti-Fraude, o Inspector Dantas, será que o colega pode passar por lá? " Alguma coisa grave? " pergunta Leandro e o colega afirma estar relacionado com o caso que está a investigar. Curioso, Leandro arruma tudo e, em menos de uma hora, está sentado em frente ao Inspector Dantas que folheia um dossier volumoso. Dantes não deve ter mais de quarenta anos e nota-se que está nervoso. Diz a Leandro que foi promovido há pouco e está ainda a ambientar-se. " O Sargento Meireles falou-me do seu interesse no Bando que se intitula os " Poderosos". Sabemos que a base deles é em Vilar dos Tristes e um dos seus negócios é o jogo ilegal. Creio que o colega pensa que esse tal Zé do Laço trabalhou para eles? " " Enquadra-se no que ele fazia. Fraudes com cheques, apostas, etc. Estive com ele há a

LEANDRO E O NATAL - PARTE V

O Sargento Antunes interrompe-o: " O Inspector tem a certeza de que este Zé do Laço esteve em Vilar dos Tristes? É que ninguém se lembra de ninguém com este nome e não têm recebido qualquer queixa de fraudes. Neste momento, o grande problema deles é o jogo ilegal."  " Mas ele também pode estar metido." comenta Leandro " Tenho que esperar pelos documentos da Brigada Anti-Fraude." O Alcides entra nessa altura com novas informações sobre o carro. " O Inspector tinha razão. Este carro foi roubado em Vilar dos Tristes e pertencia a um José... " consulta as notas " Manuel Vi cente que também desapareceu. " " Isto confirma a minha teoria de que o Zé do Laço esteve em Vilar dos Tristes. " murmura Leandro " O que se passou lá, o que poderá ter contribuido para a sua morte e ainda por cima, atirar o carro para dentro de uma esquadra... é o que temos que descobrir." anuncia aos dois subordinados. " N

LEANDRO E O NATAL - PARTE IV

" Sargento Antunes, é melhor contactar a esquadra de Vilar dos Tristes." pede Leandro ao Sargento " Sei que ele passou lá uns tempos... Quero saber tudo... Eu sei que é Natal... " atalha quando o Sargento protesta " Mas alguém está lá e pode dar-nos informações." Alcides pergunta: " Ele trabalhava para algum gangue? " mas Leandro não responde. Está preocupado com a situação: matarem um " zé - ninguém " como o Zé do Laço não é bom sinal. " Alguém está a preparar alguma coisa e é grave." pensa " Tenho que falar com a Brigada Anti-Fraude. Quem está de serviço?" e alto, diz: " Liguem à Brigada Anti-Fraude.  Eu falo com quem atender." e fecha-se no gabinete. Uns segundos depois, o telefone toca. É da Brigada Anti-Fraude, o sargento Meireles. Leandro explica-lhe o que se passa e o Sargento Meireles promete enviar tudo o que tem sobre um novo grupo que opera na zona de Vilar dos Tristes n