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A mostrar mensagens de agosto, 2016

A EMPRESA - PARTE II

A verdade é que não sei como começar esta história... Nem acho que seja importante falar onde nasci, o que faziam os meus Pais e o que estudei... Porque o interessante é o que aconteceu depois...  Depois de ter trabalhado aqueles anos como ajudante de florista e estudado à noite para tirar um Curso de Gestão de Eventos... Ter organizado festas de crianças e almoços para pessoas conhecidas como freelancer aos fins de semana... E conhecido aquele homem misterioso que se ofereceu para financiar a minha pequena empresa.  Há anos que não penso nele... Estivemos juntos enquanto fomos úteis um para o outro e um dia, simplesmente deixamos de o ser. Dito assim, sem qualquer paixão, faz de mim calculista... Eu acho que estou a ser realista, mas como disse, consideram-me arrogante. ( CONTINUA )

A EMPRESA - PARTE I

A verdade é que devia ter escutado os conselhos da minha Mãe... Mas eu, Maria Filomena Peres, decidi que seria eu a impor regras à vida e não o contrário... O que não está errado, se não se esquecer o básico - o respeito pelos outros e por nós próprios. E eu aborreci muita gente com a minha arrogância e as minhas exigências... Se não tivesse sido tão precipitada, talvez não estivesse sentada aqui na sala de espera do Tribunal como arguida num processo contra a minha empresa de eventos. Publicidade negativa para uma empresa que construí com muito trabalho, empenho e paixão. Diz-me a assistente que alguns clientes cancelaram e exigiram o reembolso. Nem quero pensar no prejuízo... Mas o que aconteceu para estar hoje aqui no Tribunal? Eu conto... (CONTINUA )

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO ZÉ DO LAÇO - O FIM

Aconteceu tudo tão rápido que só agora percebo a armadilha. Claro que o membro importante da organização não pode ser acusado de homicídio. Onde é que eu tinha a cabeça? Fazem-lhe perguntas, mas ele apenas diz que jantou com ela.   Que o comportamento dela foi tudo menos discreto...  Sim, bebeu um copo em casa dela, mas quando a deixou, ela estava viva. Também interrogam o Leão e este limita-se a recitar uma lição bem estudada. Eu atrapalho-me um pouco e eles pressionam-me até confessar o crime que sei bem que não cometi. Segundo diz o advogado, posso não ter uma pena muito pesada.   Só tenho pequenos delitos no meu registo criminal e não há grandes provas contra mim. Aconselha-me a ter calma, mas eu não consigo.  Não esqueço a cara do Tavares quando sabe do crime... Primeiro, fica vermelha, depois pálida e com um murro violento na secretária, faz voar papéis, canetas e estatuetas em todas as direcções. " Imbecis!" brada, ameaçando-nos com o punho

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO ZÉ DO LAÇO - PARTE VIII

Não sabemos o que se passa lá dentro. Não me atrevo a fazer perguntas... Nunca devia ter dado ouvidos ao Zé da Viola! penso. O guarda-costas está impassível. Aguarda...  O quê? Não estou a gostar nada disto e tento sair do carro, mas Leão impede-me. " Só quero apanhar um pouco de ar..." justifico, mas nesse momento, a porta abre-se e o nosso "convidado" aparece. Continua de tronco nu, está descalço e parece transtornado.   Leão saí do carro imediatamente e pergunta-lhe: " O que se passa? " e o outro responde: " Creio que está morta!" e cai no meio do chão. Corremos os dois para dentro da casa e não queremos acreditar no que estamos a ver. Há garrafas partidas, cadeiras derrubadas, roupa rasgada no meio do chão. E sangue... Ela está no meio do corredor, nua, a sangrar abundantemente da cabeça.  Leão toca-lhe no pulso e confirma: " Está morta!"  " O que fazemos? " pergunto, mas Leão não responde.  Apre

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO ZÉ DO LAÇO - PARTE VII

A mulher que entra é sexy e sabe que o é.  O perfume dela ainda se insinua às minhas narinas e a mão arde-me onde ela me tocou. " Tem calma, Zé. Olha que ela não é para o teu bico!" repreendo-me enquanto ela correspondeu ao beijo sensual com que Mateus (assim se chama o "convidado" do Torcato) a cumprimenta. Leão faz-me sinal para avançar e chegamos ao restaurante quase em cima da hora. Eles desaparecem no interior e o Leão diz-me para voltar dali a hora e meia, duas horas. Procuro um restaurante calmo para jantar e leio o jornal.  Às vinte e três horas estaciono em frente do restaurante, mas não há sinal nem do Leão nem dos "convidados".  Ligo o rádio e escolho uma estação que só dá música. Entusiasmo-me, ponho a música alta e só dou conta que eles saíram quando o Leão bate com força no vidro. Saio com um sorriso de desculpa, mas eles nem dão conta, tão agarrados estão um ao outro. Entram, o Leão instala-se ao meu lado e arrancamos. &qu

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO ZÉ DO LAÇO - PARTE VI

" Lembras-te da conversa que tivemos quando entraste ao serviço?" pergunta-me e sem esperar resposta, continua: " Hoje, precisamos que sejas formal e mais discreto do que nunca." " Com certeza!" afirmo e o Tavares sorri, ma ldoso : " Óptimo! É o que eu quero ouvir!". " Hoje, v ais ser o motorista particular de alguém importante da organização.  Esperam-te às oito da noite na Quinta das Maçãs. Entra pela cozinha e pede para falares com o Leão. Ele diz-te o que vais fazer."  " Leva  f ato completo, camisa branca e gravata preta ou cinzenta." exige . " E, Zé? " adverte " Bico c alado sobre o que vires e ouvires, certo?"  e , satisfeito com o meu s inal, manda-me embora. São oito horas e aguardo na cozinha pelo Leão. Este aparece, também ele com um fato preto e camisa branca e um auricular. É um homem grande, musculado e raramente olha a pessoa de frente. " És o motorista? Sabes onde é o re

A VERDADEIRA HISTÓRIA DE ZÉ DO LAÇO - PARTE VI

E cá estou eu a caminho da Mealhada... Evito a estrada principal e chego mais cedo do que o previsto.   Dizem-me que tenho que esperar e recomendam-me um restaurante. Não há que hesitar: leitão com dose dupla de batatas fritas.  Vinho??? Não, é melhor um Ice Tea...  Instalo-me na esplanada e desfruto por completo da hora livre... Estou a acabar a sobremesa e recebo um telefonema.  A encomenda está pronta e posso regressar à base. Chego à garagem pouco depois das sete da tarde.  E, horror dos horrores, o Tavares está lá e faz-me sinal para o seguir até ao gabinete. " O que fiz de errado?" e passo rapidamente em revista todas as entregas que fiz. Mas não é sobre isso que o Tavares quer falar... (CONTINUA)

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO ZÉ DO LAÇO - PARTE V

São nove horas e aqui estou eu na Garagem d o Ouro. O dia está cinzento e frio.  Pode chover e visto um anorak por cima do Polo Branco que comprei ontem de propósito. Fazem-me sinal para entrar e encontro-me dentro de um gabinete luxuoso.   Quem diria? O exterior da garagem é tão modesto....  Não tenho muito tempo para fazer considerações, pois alguém me diz para sentar. Obedeço. À minha frente, está um homem já com algumas rugas e o cabelo grisalho. Os olhos são vivos, observadores e sinto-me constrangido. Devo ter passado o teste, pois o homem, que se apresenta como Tavares, senta-se confortavelmente, cruza as mãos e começa a falar.   Tem uma voz brusca; está habituad o a que lhe obedeçam. " Vais ver que o trabalho é simples. É só levar e trazer encomendas. Também te podemos pedir para ires buscar clientes nossos ao Aeroporto e levá-los ao Hotel, onde for preciso. Nada demais! A única coisa que te pedimos é discrição total." e olha novamente para mim. &