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A mostrar mensagens de 2014

A VERDADE

Ignoro... Os teus discursos sobre respeito... Esse respeito que nunca tens pelos outros, mas de que tanto falas... Posso repetir cada uma das tuas palavras... Como posso contar todas as vezes em que pisaste, humilhaste, magoaste alguém... Porque a verdade... A verdade é sempre a tua... nunca a dos outros....

NATAL

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O meu presente de Natal! Obrigada à Lua de Marfim por ter seleccionado o meu texto. E sobretudo obrigada a vocês...  Por estarem aí... Festas Felizes....

NEM SEMPRE

Nem sempre a vida é mágica... Mas, por vezes, há imagens que nos falam... Palavras que nos sorriem e olhares.... Olhares que nos consolam, que nos acariciam... Que, apesar de tudo, fazem com que se sorria também...

MORRER DE AMOR

Diz-me... O que é morrer de amor... Pois acho que já morri... Que outro nome poderei dar?... A todo este vazio que me apunhala... Aos olhos baços... aos lábios sem cor... A esta cara encovada... Diz-me se morri... Pois há dias em que me interrogo sobre o que faço aqui...

O NADA

Esta é uma carta ao Sol... Uma carta sobre o brilho, sobre o dourado... Para esquecer o frio da noite... A solidão... O silêncio... E depois... o nada....

EXÍLIO

Um dia... exilei as palavras na Lua... Hoje, procurei-as... Intensamente... Mas as palavras ignoraram-me... Desprezaram-me... E sou eu agora quem fica presa nesse exílio... Pois não sei o que dizer para que me perdoem...

TARDE FRIA

Este é o meu desafio... Escrever cartas... Sem que sejam de amor... Porque não falar sobre o poema favorito? Ou sobre o prazer de apenas sentir o corpo? De como esse momento se torna numa memória perfeita... Numa tarde fria de Outono...

RESPIRA-SE

Abram alas... Não falem... Desfaçam os sorrisos... Pois algo me diz que hoje haverão más noticias... E se as houver, digam-nas depressa... Não preencham o tempo com banalidades! Digam a verdade nua e crua... Será um choque, eu sei... Pois a verdade magoa... Mas, pelo menos, foi dita... E assim respira-se....

REDUZIDA

Podemos escrever muitas cartas na vida, algumas divertidas, outras mais tristes, mas nunca pensamos verdadeiramente como uma carta nos pode surpreender, magoar até. Não, nunca pensei receber uma carta tão seca, tão formal que tive que a ler uma outra vez para ter a certeza de que compreendi o conteúdo. A primeira reacção foi amarfanhar a pobre carta e protestar contra a estupidez de quem a enviou. Depois, mais calma, alisei o papel e reli-a. Uma vida inteira reduzida a isto – uma simples folha de papel cheia de termos pomposos. Posso voltar a usar o meu nome de solteira se quiser; fico com a casa e tudo o que estava só em meu nome – o resto será dividido como previsto. Nem isso me consegues dizer!!! Podíamos conversar sobre o assunto; mas não, tinhas que pedir ao teu advogado para me mandar esta carta. Sim, estou furiosa e com vontade de te telefonar. Ou talvez te escreva uma carta, uma carta verdadeira escrita com o coração, que deixe a nu a minha dor. Pensando bem,

ESTA

Esta é... Uma carta escrita para apaziguar a dor… A dor que fala alto… A dor que não se compreende e que grita no silêncio do corpo… Só as palavras me ouvem… A chuva chora comigo e o Vento sussurra-me carícias… Tenho medo… Já não é o medo de te perder… É o medo de não me apaixonar pelas palavras… Por isso, escrevo esta carta… Escrevi frases curtas de propósito… Talvez o Vento a leve até ti… Mas agora não faço questão… Porque é só uma carta escrita para apaziguar a dor…

SETE

7 pequenas histórias que vou contar... Se em prosa ou em poema... não é essa a mentira. A mentira está escondida no sorriso de quem mente, de quem grita bem alto para que não haja qualquer dúvida: “ É MENTIRA!” E o pior de tudo é que a mentira está tão impregnada na pele, nos pensamentos que distorce sempre a verdade. A verdade é sempre a sua verdade, os outros estão sempre confusos, são sempre levianos, seres inúteis que, infelizmente tem que tolerar. Fique em paz com a sua mentira: viva-a, siga-a. Apenas peço respeito, essa palavra que apregoa bem alto, como uma bandeira. A sua mentira é tentar disfarçar uma insegurança que a humilha... Se a admitisse, talvez tivesse uma surpresa... Mas como não o quer fazer, encolho os ombros e sigo o meu caminho. Não vou negar as minhas mentiras, a minha insegurança, os meus momentos de orgulho. Posso não ser totalmente feliz, pois ninguém o é, mas sei que não estou a mentir a mim própria. Essa é a pior mentira de todas

CARTA AO FUTURO

Eu? Resolvi ser original e escrever uma carta ao Futuro. A um Futuro que quero que seja diferente do Presente. Blá, blá, os desejos de toda a gente, mas a verdade é que não quero muito. Quero estar apenas confortável e não ter medos. Medo de envelhecer, de estar sozinha... Mas se o estive sempre (sozinha), o que será diferente no Futuro?  O ficar ainda mais esquecida no egoísmo dos outros. Sonho alto, eu sei ao esperar demais das pessoas que não sabem dar. Mas esse é o mal do Presente em que não há compaixão e as frases começam todas por “Eu quero”... Eu quis muita coisa; fui egoísta até ao extremo.  Um dia, perdi-me e fiquei sem saber o que fazer.  Pior, o que dizer, o que queria verdadeiramente. Ainda hoje não sei. Sei o que não quero e isso é o começo.  É uma porta que abri no labirinto do meu próprio egoísmo e que não posso voltar a cruzar. Apesar de todas as dúvidas... Porque temos que ter dúvidas para crescermos, para evoluirmos e sinceramen

CONTOS DE PRAZER - 3ª E ÚLTIMA PARTE

3ª PARTE A MISTURA Decidir? O quê, se tudo o que posso fazer é sentir? Este cheiro que me assalta as narinas? O cheiro forte do café; o adocicado do chocolate numa pausa, num encontro com o tempo. O que faço primeiro? Bebo o café fumegante ou como o bombom estaladiço? Não sei; e não gosto de me sentir indecisa ou apressada. Gosto de degustar; tenho prazer em comer. Há quem diga que o chocolate estraga o sabor do café. Eu acho que o completa; até faz com que sobressaia e torna-se  difícil  resistir. Vou beber um gole do café e depois trincar cuidadosamente o bombom. É de menta, o recheio que se solta e brinca descaradamente com o sabor do café. Tomo um segundo gole de café. Tem ainda tempo para se juntar ao que resta do recheio de menta, que manipula com gosto. Sorrio.... A pessoa que se senta à minha frente pergunta porquê. Mas não respondo; volto a trincar o bombom, deixo-o amolecer... Deixo os sentidos em alerta para viverem o prazer. Intensa...Profu

CONTOS DE PRAZER - 2ª PARTE

2ª PARTE O PROVOCADOR Adoro provocar-te... Ver como a tua boca se entreabre, antecipando um prazer que te vou negar. Por enquanto... Quero contornar os teus lábios, acenar-te com o cheiro e fazer-te salivar. Só depois é que te deixo mordiscar-me e sinto como a tua língua fica enfeitiçada. Esmago-me completamente contra os teus dentes, derrama-se o recheio que desliza lentamente pela garganta e o teu corpo explode. É uma onda gigante, uma sensação de calor brutal que te queima e que és incapaz de descrever. Não resistes; fechas os olhos, emites sons de prazer, um prazer profundo, enraizado e que perdurará em ti por tempos infinitos. O que interessa a chuva irritante a bater nos vidros? Ou a discussão que não leva a nada no quarto ao lado? Ou mesmo o livro que apertas contra o peito como um tesouro, um talismã? A tua vida é este momento em que continuo a entranhar-me na tua corrente sanguínea numa aventura impossível. Depois? ... Sinceramente, não

DESENCONTROS - O DIÁRIO DELA

Dia 0 "Escreve" dizem-me... Como se pudesse descarregar no papel toda a dor que ressoa na minha alma... Como se este diário fosse um romance de cordel, escrito pela heroína sofrida, com um final feliz. Dia 1 Tentei escrever... Mas tudo falhou e por isso, tentei escrever sobre a chuva. Porque está uma noite de chuva e estou sozinha. Num palco, onde só existo eu, a luz do candeeiro e chuva... Dia 2 Chuva... Chamei-lhe, uma vez, impiedosa; noutra, agradeci-lhe por ter ocultado as minhas lágrimas. Hoje não sei o que lhe chamaria ou o que lhe agradeceria. Estou cansada e doente e nem de ti quero falar. Por isso, hoje vou fechar a luz mais cedo e, se a chuva resmungar, deixa. Dia 3 O pior de tudo é a angústia que fica, o que não consigo explicar... Porque não sei porque partiste... Sei que te desejei intensamente; amei-te loucamente e continuo louca, porque tenho saudades de ti... Ontem, porque hoje tenho que fazer qualquer coisa... Qualquer coisa difere

LUST

Sentei-me confortavelmente... Comprei uma resma de papel, imprimi a minha pesquisa sobre os pecados mortais e abri o Word... " Escrevo sobre a gula? Ou sobre a luxúria?" pensei " O chocolate podia ser a personagem principal"  e, durante uns minutos, escrevi palavras associadas com chocolate e gula. " Não, é capaz de ser banal demais. Prefiro a luxúria." e, segura de mim, apaguei o que tinha escrito e recomecei. Em negrito, o título " LUST " e tomei nota mentalmente de que, algures no conto, teria que explicar o porquê da palavra em inglês. " Lust... A luxúria... O pecado da carne... O pecado de sentira sensualidade à flor da pele... O meu corpo em pecado...." Mas continuei a martelar nas teclas, sem pensar no encadear das palavras, das frases, preocupada apenas em deixar fluir a ideia. Falei sobre o cheiro na pele, comparei o prazer a um rio em tormenta. Questionei a importância do pecado, se estava a falar

SOM EM MIM

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Percorro a noite à tua procura... Falo-te por entre a chuva, ansiosa pelo som da tua voz em mim... Depois... Desiludo-me contigo e com o tempo... TELA DE VICTOR NIZOVTSEV

SOPHIA

Esta é a história de uma gata felpuda... O nome é Sophia, com “ph”, por ser francesa e aristocrata. Não é aventureira e desdenha o jardim, preferindo a suavidade dos tapetes. Até que um dia, confusa com a multidão que invade a casa, os choros e os lamentos, foge para a cave e ali fica. Nunca lá esteve; é um local escuro e com um cheiro estranho, mas sente-se segura. Não entende a comoção, não sabe ainda que o dono morreu e está sozinha. Enrosca-se em cima de uma velha manta e adormece. Quando acorda e se aventura até lá cima, estranha o silêncio. Mia, percorre as salas vazias, à procura de comida e do dono. Mas há qualquer coisa que mudou, Sophia sente-o e entra em pânico. Volta a percorrer a casa, à procura de uma janela, uma porta aberta para fugir para o jardim, também ele já diferente, cheio de folhas secas e relva pisada. O que se passa? Repete Sophia incessantemente. Onde está o seu amado dono? E se saiu, porque é que não lhe deixou leite na  tigela  com o nome d

CONTOS DE PRAZER - 1ª PARTE

O SEDUTOR Relaxo com uma chávena de café na mão. Deixo que esse cheiro agridoce me domine e fujo da manhã cinzenta, da chuva aborrecida, do vento frio. Não sei se estou no Brasil ou no  Taiti ; estou onde o sonho me leva e tudo é diferente. Até o ritmo, o sorriso e, sobretudo, o desejo. Esse desejo incontrolável que aprisiona os sentidos e torna a vida banal. Apressada e insignificante! Ou talvez seja eu quem é insignificante! Não sei... Neste momento, não penso em nada. Saboreio o café com todo o tempo do Mundo. Sei que tenho que voltar, entrar novamente naquele escritório desarrumado e sorrir serenamente. Como se fosse surda, imune ao veneno escondido em cada uma das palavras que ali se pronuncia. Não conheço tais palavras; as minhas podem soar banais e frouxas, mas, pelo menos, fui eu quem as escolheu e lhes deu tempo e espaço. Não o café; deixo que seja ele a seduzir-me, a consolar-me e até os meus segredos já lhe confessei. Tenho pena de deixar o café

VIAGEM

Viajo algures. Por entre as cores do arco-íris quando tocam as ondas do mar. Ou desafiam a brisa. Ou quando me provocam e abrem as portas ao infinito. Sem que haja um dia marcado para voltar. Porque não quero voltar; quero libertar-me do hoje... Viajo em sonhos . Invento Mundos; desenho-os em cores exóticas. Nas minhas cores exóticas e loucas, porque falam de luminosidade, de alma. Essa alma que sonha em mim e me dita as palavras. Viajo em mim. Sem limites. Sem dor. Apenas com o olhar. Ou o riso que se revela franco, cristalino como nunca o ouvi. E porque tanto anseio... Viajo, simplesmente viajo. Não para outro País, outro Continente. Descubro-me; penso-me sem nós que me atem, controlem. Porque o Mundo assim escreve e eu obedeço. Sem que seja feliz... Viajo, livre. Posso estender a mão e apreciar a brisa, sem que me achem louca. E se for, gozo esse momento de loucura por completo... Continuo a viajar Mesmo quando a viagem física acaba. Viajo sem rumo, expl

APAIXONADAMENTE

Meu amor, Não sei se isto é uma carta de amor. Aquela que nunca escrevi, porque te amei apaixonadamente. Tão forte que até doía só de pensar em ti. Hoje escrevo-a para me lembrar de ti. Agora que te despediste de mim e de tudo o que fizemos juntos. Acordo vazia; arrasto o corpo e os pés pelo tempo e penso sempre que estás no jardim e, a qualquer momento, vais entrar para beber um café. Continuo a fazer os teus queques preferidos que ofereço ao rapaz que trata agora do jardim. Às vezes, ele sugere plantar coisas diferentes, mas eu não deixo. Ele abana a cabeça; deve pensar que estou maluca, senil, mas tu querias o jardim assim e se o mudasse agora, perdia-te. A sala também está igual. Nem arrumei na estante o livro que estavas a ler e sei bem que não o vou ler. Como poderia? Ouviria sempre a tua voz a explicar-me os detalhes mais interessantes do enredo... Mas a loucura maior talvez tenha sido deixar o cão apropriar-se da tua poltrona. Não tenho coragem d

SORRISO "EXCERTO DO MEU CONTO SOBRE CAFÉ E CHOCOLATE"

Breve introdução: O desafio era escrever sobre Café e Chocolate.  Escrevi sobre alguém que: " Ok, até posso ser viciada em chocolate e café. Até posso ter peso a mais e evitar olhar para o espelho para não me assustar com a silhueta. Mas tens que concordar que a minha vida não é fácil e se bem que saiba que este não é o caminho correcto – comer para esquecer – o teu não é muito melhor. Enquanto berras e dizes as maiores barbaridades, eu bebo um café. Cheiro-o, sorvo-o enquanto escuto as histórias dos outros. Há os faladores, sempre a contarem histórias inacreditáveis; outros são mais discretos, não se confessam, mas ouvem avidamente. Naquele café, somos uma família e sentimos a falta uns dos outros. Porque a pausa para o café é sagrada – o mundo para, desaparece e a nossa vida é apenas nossa. Mas como te vou convencer disso? Que tudo é possível e que eu sou a protagonista numa história em que decido o final. Poderá não ser o teu final, talvez não seja o meu, mas e

"ANTÓNIO SEDUZIDO" (EXCERTO DO MEU CONTO SOBRE SEDUÇÃO)

Breve Introdução: Um desafio na aula de Português: seduzir e como seduzir. Escrever um poema que seduza o leitor. António está pouco à vontade com o tema, pois "escrever , “com floreados” como diz, não é realmente a sua área". Mas eis que.... " O poema é curto, simples e cheio de musicalidade. É isso que intriga o António e que faz com que o volte a ler. Pausadamente, saboreando cada uma das estrofes. Fala de amor? Amor escondido no nevoeiro? Estará o autor a falar de um amor proibido, contrariado? Proibido por quem? E porquê? António folheia o livro, procura um outro poema que responda às questões deste. Mas os outros poemas apenas falam de memórias de outros dias. Alguns estão carregados de uma tal dor que até o magoam. É um poeta triste, esconde a angústia no mar, confessa-se à Lua, encontra conforto nas sombras. Está preso a um passado que não consegue esquecer e de que fala em palavras simples, humanas. António procura outros livros do po

LUA DE MARFIM

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É com prazer que informo que participo  nesta nova Colectânea  organizada pela editora Lua de Marfim. Caso desejem adquirir um exemplar, podem contactar directamente a editora para o e-mail: antologias.luademarfim@gmail.com  A Colectânea anterior,  na qual também participei, chama-se "Cartas"