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A mostrar mensagens de março, 2010

ADORO

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Sei onde andas. Sei onde te procurar. Sei porque te procuro. Não são ciúmes; nem medo de traição. Apenas quero deambular pelas ruas e não quero estar sozinha. Quero-te ao meu lado, quero ouvir-te rir dos disparates que tenho vontade de gritar. Porque, às vezes, eu digo disparates - estou bem consciente disso - e o porquê ilude-me. Deambulo, então pelas ruas à procura da resposta, a inventar tempo que não existe, mas que insisto em sonhar. Não é sonho ouvir, sentir o teu riso nem acordar embrulhada no mesmo lençol. Nem é inventar tempo, sentir-me enraizada na tua vida. E os disparates, esses disparates que grito, dizem que apenas que te adoro. Foto de Filipe P Neto, "Caminhando à Chuva" (Olhares) Textos protegidos pelo IGAC - Cópias totais ou parciais, proibidas

COERENTE

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Não sei o que pensei. Não sei se o que pensei antes de adormecer, foi coerente. Lembro-me, sim, que gritei. E gritei bem alto. Com o meu corpo todo contraído, tentando negar toda uma vontade, todo um desejo que a palma da tua mão anotou ao deslizar em mim. Essa mão, que eu supunha estar dormente, por a ter pousada, leve, confortável sobre o meu pulso. Foto de Marina Segura "Smile" Textos protegidos pelo IGAC - Cópias, totais ou parciais, proibidas

EXPECTANTE - VERSO

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Vejo que a luz do dia enfraquece. Vejo-te, mais do que te sinto. Vejo como a tua boca se entreabre, se move, como a tua língua espreita, expectante. Vejo o meu dedo a acariciar-te os lábios, fascinado, enamorado, mas a minha boca murmura "não". Não, hoje não me reencontrarás nos meus gemidos de prazer. Estou triste, estou desanimada, sinto-me sozinha. Amar-te agora, seria como que uma mentira. Não te amaria em pleno e magoar-me-ia. Foto de Marcus Steinmeyer "Fine Art", Olhares Textos protegidos pelo IGAC - Cópias, totais ou parciais, proibidas NOTA: Mais um ensaio/jogo poético com a palavra "amar-te" - razão porque o post anterior tem no título a palavra "frente" e este "verso".

IMPACIENTE - FRENTE

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Continuamos loucos. Febris, impacientes. Loucuras de que não temos memórias, mas que estão agora presentes. O prazer no prazer. Sem pensar em mais nada. Sem lamentar não te ter conhecido antes. Amar-te, embebendo-me no teu desejo, e sentir-me impaciente, tão impaciente como tu, para te possuir. Nessa confusão em que fica o corpo, depois do amor. No olhar, no sorriso já nosso. Memórias partilhadas, sentidas e tocadas. Foto de Pascal Renoux Textos protegidos pelo IGAC - Cópias, totais ou parciais, proibidas -

PURA PAIXÃO

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De que te fala o meu corpo, quando se deixa cair contra ti, exausto, ofegante? Amei-te, provoquei-te Insinuei ter ciúmes de ti. Tu riste, excitaste-me, amaste-me também. Dizer o que o meu corpo te conta? Não, não dizes; sei-o pelo beijo traquinas que depositas no meu nariz. Tão perto do meu, tão cúmplice do teu. Qual o segredo que o teu corpo me confessa ao cruzar-se com a minha perna nua, suada? Pura paixão??? Foto de Hugo Macedo "O Corpo fala por si" (Olhares) Textos protegidos pelo IGAC - Cópias, totais ou parciais, proibidas

DESPERDÍCIO

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Em dias assim, é como se a chuva me castigasse. Por hoje estares ausente do meu tempo e achar tal um desperdício. Às vezes, amor, também eu me interrogo e arrependo-me de ter ciúmes do teu tempo. Em dias assim, pensamos demais, despimos as palavras, ficamos sós, esquecidos do mundo, num desperdício. Foto de Vitor MMM Costa, "Tu nunca me esqueças nunca", 1000 Imagens Textos protegidos pelo IGAC - Cópias, totais ou parciais, proibidas

CHEIRO

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Trivial Dizer qualquer coisa tão trivial como "ai". E eu digo-o muitas vezes quando me amas. Quando me lambuzo no teu cheiro e fico relutante em o lavar de mim. Ou tenho frio e não me posso acolher em ti. Resgato-o, então, dos sonhos, das memórias. Mas, algo me diz, que esta noite me deitarás na tua cama e me cobrirás novamente com esse teu cheiro. Foto de Pascal Renoux Textos protegidos pelo IGAC - Cópias, totais ou parciais, proibidas

EM CASCATA

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Hoje fico aqui. No cinzento da tua noite, eu, que a vivo intensamente. Eu, que te beijo nos teus beijos, e os sinto, em cascata, a infiltrarem-se no meu corpo. Lêem-me a alma, disputam-me os segredos, que, tantas vezes, em poemas lamechas de louvor, confessei à Lua. Hoje, fico aqui quieta. A Lua até me pode ver e pintar-me. Mas as cores, para saborearmos a noite, só tu as encontrarás. Foto de Hugo Macedo "This must be" (Olhares) Textos protegidos pelo IGAC - Cópias, totais ou parciais, proibidas

LÂNGUIDO

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Pareço adormecida. E quem não adormece, deitada ao Sol? Mas não; estou apenas a sonhar acordada. A imaginar que as dobras do lençol são as tuas mãos e o suor que escorre é o óleo com que me massajas as costas. " mmm" todo o prazer no meu corpo. Continuo de olhos fechados; tenho medo de os abrir, denunciar no olhar, esse secreto calor, ( não sei se por estar a pensar em ti, não sei se do Sol ) que irradia no meu corpo lânguido Foto de Hugo Macedo (Olhares) Textos protegidos pelo IGAC - Cópias, totais ou parciais, proibidas