Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2017

LEANDRO E O NATAL - PARTE III

" Ok, alguém verificou a informação? " pergunta Leandro, abrindo o processo. " Oh, inspector, é Natal. Só tomamos conta da ocorrência; ainda não confirmamos nada." responde o Alcides. "  Pois.... " murmura o inspector " Se alguém tivesse confirmado a informação, saberia que a Travessa do Laço é pouco dada a participar este tipo de ocorrência.... " Alguém bate à porta do gabinete e o sargento de serviço entra sem esperar resposta. " Inspector Leandro, descobrimos um corpo na mala do carro. A equipa quer falar com o inspector antes de o remover."  " Um corpo? " repete Leandro e levanta-se de imediato. O Alcides e o sargento seguem-no, curiosos. Uns minutos depois, olham os três para o corpo de um homem, com cerca de 30 e poucos anos, que a equipa tira com todo o cuidado e coloca em cima de uma maca. A máquina dispara e Leandro aproxima-se. A camisa está rasgada e ensopada de sangue, os braços estão

LEANDRO E O NATAL - PARTE II

" O quê??? Um carro entrou pela esquadra dentro??? Quando é que foi isso??? " repete Leandro, mas Alcides está tão perturbado que o inspector não pede mais detalhes. Enfia o casaco, pega nas chaves e desce até à garagem. Meia hora depois, está na esquadra de Benavente e depara com uma cena caricata. A porta, de vidro, está estilhaçada e o carro parou mesmo em frente ao balcão do atendimento. O sargento de serviço não sabe o que pensar, está ali parado sem tomar qualquer atitude e fica aliviado quando vê o inspector. Este aproxima-se do carro e tenta abrir a porta. Mas esta está bloqueada e Leandro olha em volta. Dir-se-ia que a Fada Má passou por ali e transformou os homens em estátuas de gelo. Ninguém fala, ninguém toma a iniciativa. " Então? Alguém chamou a equipa forense? " pergunta o Leandro " O carro não veio parar aqui sozinho... Alcides, toma nota da matricula.... E, sargento, chame a equipa de manutenção, alguém tem que limpar

LEANDRO E O NATAL

Este ano, o Inspector Leandro não se importa de passar o Natal sozinho.   Não entende muito bem esta ânsia de querer estar sozinho a meditar, mas está um pouco cansado das pessoas. Talvez porque viu demasiada maldade... e desconfie de tudo e de todos. Por isso, não reage quando lhe dizem que estaria de piquete na Véspera. O pessoal da esquadra vai organizar uma ceia, mas ele prefere ficar em casa, com o telemóvel ligado. Prepara uma ceia agradável, escolhe como música de fundo uma " Lied" de Schubert e senta-se em frente da lareira a beber um gin-tónico. Na esquadra, os rapazes devem já estar um pouco bebidos, pensa... e adormece. Acorda uma hora depois assustado com o telemóvel. " Sim, o que se passa?.... Calma, Alcides, não estou a perceber nada..." pede. CONTINUA

NATAL

Imagem
O " Minha Página" vai fazer umas férias.... Vai sonhar com a neve ou partir para um local exótico.... Mas volta na próxima semana....  Com uma nova história.... Se começa pelo fim e acaba no princípio....  Surpresa.... A todos que me acompanham, um FELIZ NATAL.....  A foto é minha... Tirei-a com o telemóvel....

A VILA - FIM

Depois de uns minutos de pânico, a Teresa telefonou para o INEM. Quando este chega, declarou o óbito e, tal como a lei exigia, comunicou o caso à GNR. A morte do José foi tratada como "morte suspeita" e não como homicido como um dos GNR's disse ao Filipe Paixão. Mas a Tia Madalena não quis saber; dizia que a Teresa era a culpada, podia negar as vezes que quisesse, mas era amante do Joaquim e os dois eram cúmplices. O Filipe tentou acalmar os ânimos e chamou-lhe a atenção de que a Teresa estava ausente há mais de um mês e o Joaquim tinha-lhe pedido ajuda para vender o negócio. O Joaquim e a Renata Sofia tinham decidido que estava na hora de viverem juntos e optaram por comprar uma casa numa vila mais próxima da cidade. Daí, o Joaquim ter contactado o Filipe para o ajudar na transferência do negócio e na venda da oficina. " Ah, ah... Acredita nisso, Sr Paixão? "  riu-se a Tia Madalena " Ela nunca me enganou... Aquela sonsa, com a mania

A VILA - PARTE VII

" Temos mesmo que falar!" decidiu a Teresa " Falar sem intermediários... Nada de Padre António, Filipe ou Tia Madalena." Por isso, foi no último autocarro; o José não lhe negaria guarida por uma noite e discutiriam tudo o que havia para discutir. A mercearia já estava fechada quando chegou, mas também já passava das dezanove horas e não ficou surpreendida. O que a surpreendeu foi a porta da casa não estar fechada à chave e não haver luzes. Tocou, mas como o José não atendeu, resolveu entrar com a chave. Felizmente, o José não tinha mudado a fechadura. Subiu as escadas, não havia luzes na sala nem a televisão estava ligada.  " Que estranho!" pensou " Se calhar, mudou de hábitos e vê as notícias mais tarde!"  Como havia luzes na cozinha, foi até lá. " Olá, Jos... " mas a saudação morreu, pois o marido estava caído no chão e saía sangue de um ferimento na cabeça. " AI..." o grito espalhou-se

A VILA - PARTE VI

Na loja/galeria confirmaram que sim, vendiam à consignação os bonequinhos da Teresa. Infelizmente, não podiam dar o contacto dela, porque, há cerca de uma semana, dez dias, a Teresa tinha retirado os bonequinhos da galeria e cancelado o contrato. Ferida com a hesitação do Gonçalo, a Teresa ponderou os prós e contras da situação e resolveu alugar um pequeno estúdio numa outra zona da cidade. Perto do estúdio, havia uma loja de artesanato que se mostrou interessada na colecção que apresentou e a Teresa não hesitou. Arregaçou as mangas e começou a preparar uma nova colecção. Sabia que tinha que resolver a situação com o José, mas estava relutante em voltar à vila. O José continuava desanimado e, se não fosse o Padre António a dizer-lhe que estava a ser egoísta e não podia pensar só nele, a mercearia continuaria fechada. Por isso, o José lá abria a loja, controlava as vendas, as entregas do fornecedores, mas pouco mais fazia. Até ao café deixou de ir; ficava e

A VILA - PARTE V

Na vila, o Padre António tentava animar o José que estava ainda de pijama e com a barba por fazer. Na loja, com o pretexto de dar uma ajuda, a Tia Madalena embelezava a história. " Quem diria que a Teresa era uma falsa? Deixar assim o homem... A esta altura, ela e o Joaquim estão a rir-se do pobre do homem..."  Mal ela sabia que o Joaquim estava numa outra cidade a instalar o equipamento de som para actuar naquela noite. A Renata Sofia ia ter com ele e passariam o fim de semana juntos. " Não sei como vamos resolver a situação... Não sabemos onde está a Teresa e o José não a quer procurar e esclarecer o assunto." confessou o Padre António ao Filipe Paixão naquela noite ao jantar. O Filipe tinha ficado surpreendido com o convite do Padre, mas este explicou-lhe que precisava de companhia " sensata". O "Don Juan" não se considerava uma pessoa sensata; tinha fama de correr atrás de tudo o que tivesse saias, mas o Padre sa

A VILA - PARTE IV

No dia seguinte, o Joaquim carregou o equipamento de som e partiu para cumprir "compromissos profissionais". Foi o que bastou para alguém dizer que ia ter com a Teresa. O Padre António ouviu e aconselhou severamente quem estava presente a reflectir no perigo de " levantar falsos testemunhos". Mas ninguém prestou atenção, pois a história estava a tornar-se interessante, tanto mais que o José não tinha aberto a mercearia. Nesse momento, a Teresa contava tudo o que se tinha passado ao Gonçalo que a escutava boquiaberto. A Teresa estava entusiasmada, cheia de planos e precisou de uns minutos para perceber que Gonçalo estava muito calado, muito distante. " Não estás contente? " perguntou-lhe e o gerente da loja/galeria fez um esforço para explicar claramente o ponto de vista. " Não... Quero dizer, os teus planos são fantásticos, mas ...." hesitou, mas a Teresa interrompeu-o de imediato: " Não queres fazer parte d

A VILA - PARTE III

A Tia Madalena tinha razão num ponto: tanto a Teresa como o José tinham um caso... Mas não era um com o outro. A Teresa estava envolvida com o gerente da loja/galeria de artesanato onde vendia as suas peças e o José estava apaixonado pela Renata Sofia que conhecera numa festa onde actuou como DJ. A razão da boleia foi porque se encontram os quatro um dia na entrada do mesmo motel e, como nenhum dos dois queria que houvesse falatório, tiveram que conversar sobre o assunto e decidir uma estratégia. Entretanto, o Filipe Paixão tentava falar com o José "Electro" sobre o que se tinha passado na mercearia. Mas o José encolheu os ombros e disse simplesmente: " O que se espera de um homem que casou tarde e com uma mulher mais nova? Ciúmes idiotas." " Pois é... A Teresa é boazona!" riu-se o Filipe " Mas não dá trela e olha que eu tentei." José riu-se também e pensou que talvez não fosse má ideia contar ao Filipe. Mas calou-se

A VILA - PARTE II

A Tia Madalena pode dizer muita coisa, mas a verdade é que toda esta história começou quando o José acusou a Teresa de o trair com o Joaquim "Electro" Pirata. A Teresa negou veementemente; o Joaquim apenas lhe deu boleia, mas o José não acreditou e partiu alguns dos objectos de barro que ela estava a preparar. A Teresa enfureceu-se e deitou ao chão as caixas de tomates e peras que tinham recebido naquela manhã. O José gritou, chamou-lhe " leviana, gastadora" e no meio da confusão, o Joaquim entrou para mudar, como combinado, o fusível do quadro. O merceeiro atacou verbalmente o Joaquim, que, espantado, sem entender a fúria do outro, nem reagia. Se não fosse o Filipe Paixão, que, apesar da fama de Don Juan, era um homem ponderado intervir com a ajuda do Padre António, sabe-se lá o que aconteceria. Isto era a opinião da Tia Madalena, que, a pretexto de ajudar a Teresa, entrou também na mercearia. " Estava tudo no chão!" contou e

A VILA

LISTA DOS PERSONAGENS PRINCIPAIS: José Tareco - o dono da mercearia da vila Teresa Tareco - a mulher e artesã Joaquim " Electro" Pirata - o electricista e DJ nas horas vagas Filipe Paixão - o "Don Juan" da vila Tia Madalena - a "sabe tudo" ======================================================================= " AI...." o grito correu pela noite tranquila, mas ninguém abriu a porta e espreitou. Sabiam muito bem quem estava a gritar e porquê. Segundo contava a Tia Madalena, a Teresa merecia tudo o que estava a acontecer. Ainda bem que o José tinha tomado uma atitude; aquilo era um escândalo... Ouviu-se uma sirene e todos se interrogaram: " A policia aqui na vila? A esta hora? Porquê? " mas apenas o Filipe Paixão abriu a porta e, ousado, perguntou a um dos GNR: " O que aconteceu? " " Um homicídio. Volte para dentro, se faz o favor." pediu, carrancudo, o GNR. O Filipe fecha a porta co