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A mostrar mensagens de julho, 2005

ESSENCIAL

“ Pior que a morte de um homem é a morte das ideias ” Frase que a minha irmã sublinhou em certo capítulo do livro “As duas mortes de Sócrates” de Ignacio Garcia-Valiño, um romance histórico, escrito tipo policial com uma abordagem “ essencialmente moderna e original ”, como diz o resumo. A frase é verdadeira, porque muitas vezes, não há um seguidor capaz de ultrapassar os ensinamentos do mestre, aprofundar ainda mais o porquê das coisas. E não é novidade nenhuma – todos nós sabemos que isto acontece por medo – medo de fazer perguntas, medo das respostas, até medo de nós próprios. Seja na Grécia antiga, seja em pleno Século XXI – tão velha como o mundo! Custa aceitar isso, porque representa uma má organização, falta de valores e de audácia da sociedade em que vivemos – as aparências iludem, diz o ditado. E o que nos ensinou Sócrates? A analisar a nossa mente, a ponderar todos os pontos de vista. A mensagem que fica? Vamos continuar onde os outros pararam; vamos a ter ideias, desenvolve

O TEMPO A PASSAR

Como o tempo custa a passar, quando nada tenho para preencher o espaço aberto pela tua mentira . Melhor dizendo, a incoerência da tua história ou será que pensaste que eu não compreenderia? Aquela história que me contaste, a tal mentira branca, insignificante para me desviar atenção… Transforma-se numa bola de neve e sabes?..... Odiei que se tivesse derretido na palma da minha mão – que a queimasse como se quisesse gravar uma mensagem, que já compreendi, mas em que não quero acreditar. Não quero cometer o erro de estar a ler nas atitudes dos outros coisas que lá não estão (já falamos sobre este meu defeito), mas é impossível não compreender o que não tens coragem de me dizer frontalmente. Mais uma vez! Mais uma vez encontro um buraco na tua história que me contas para disfarçar, sei lá o quê…. Fica tudo no ar, sem explicações……… É só comigo ou és assim para toda a gente? Mais uma coisa a aprender e a ter que esquecer….. como o texto daquele autor desconhecido que a Carmen transcreveu n

EU, A VENTANIA E A SOFIA

Ao abrir a pasta, encontrei o rascunho para a minha história. Uma história para crianças, esses seres maravilhosos que nos fazem sentir “grandes” em sentimentos e desejos. Porquê uma história para crianças? Eu, que não tenho filhos – nunca terei – e pouco convivo com crianças. Não sei; talvez porque são um público mais exigente e eu quero responder a esse desafio. Porque eu própria exijo dos autores que aprecio e leio coerência, bom desenvolvimento da história, bom enquadramento na época, caso se trate de um romance de ficção histórica. Porque nunca tentei escrever uma história completa, com personagens e achei que uma história para crianças era um bom ponto de partida. Lembram-se da Ventania e da sua gata Sofia? Já escrevi aqui no blog sobre estas minhas 2 personagens, transcrevi a frase de abertura, mas a uma certa altura "bloqueei" e sinto que há qualquer coisa que me está a falhar. Li livros de autores infantis, para estudar as palavras que usam, as imagens que constroem

QUEM ÉS TU, LEONOR TELES?

Quem és tu, na verdade? Leonor, Leonor Teles serás, na verdade, a “ Rosa Brava ” descrita no livro de José Manuel Saraiva? Largas o teu veneno, corrompes a terra, expulsas quem te faz frente, cravando esses teus espinhos, sem dó e piedade? Coisa feia, Leonor – pensares só em ti, no que te faz feliz, no poder que terás e para quê, não me dirás Leonor? Acabares os teus dias sozinha, numa cela de um convento, envenenada! Jogaste e perdeste – a tua beleza o teu maior trunfo, as intrigas a tua verdade! Depressa te descobriram, Leonor – serás uma vitima ou uma mulher que nasceu fora de época? Seja em época for, Leonor, calcar os outros para atingir os nossos objectivos não é boa política. Não nos devemos rebaixar, devemos lutar pelo que achamos ser justo, mas Leonor, intrigas, manipulação, não! Engraçado, Leonor estudei-te no Liceu, mas nunca te liguei importância, mas agora até estou interessada. Vou navegar na Net, ver o que dizem sobre ti e descobrir quem foste!!!!!

SACRA

Quem é que não conhece a “ Ave Maria ” de Gounot? Ontem, descobri por acaso na FNAC, um CD com excertos de música, que eu chamo de música sacra e que a ouvir tipo concerto ...... só numa Igreja! Exactamente porque a considero música sacra e se estamos a louvar a Deus, uma Igreja com boas condições acústicas como a da Lapa, é o sítio ideal. Ou a Igreja do Marquês, mais moderna que a da Lapa, que, com a ajuda dos paroquianos e uma série de iniciativas, angariou dinheiro suficiente para comprar um órgão. Assinalou essa compra com um concerto, convidando uma orquestra e um coro especialista em tocar e cantar música sacra. Infelizmente, não me lembro do programa; lembro-me da excitação, da emoção das pessoas por terem concretizado um sonho. A Igreja do Marquês organizou o seu próprio coro, com o seu solista residente, embora convide outros solistas e gere um programa variado para a comunidade e para quem quiser ir. Como eu, que não pertenço à paróquia e fui assistir ao concerto com a minha

EM CONFLITO

Nada melhor que um biscoito de canela para saborear depois de beber o pingo. Nem sempre o como, mas hoje apeteceu-me. Ontem foi um dia difícil – tive que ir a casa à pressa, pois o enfermeiro que faz o penso à ferida que a minha Mãe tem na perna disse que esta estava inflamada e era melhor ser vista por um médico. O meu lado rebelde gritou “Porque é que não nos deixam contratar alguém que esteja lá todo o dia, que ouça o que o enfermeiro tem para dizer e caso disso, chamava logo a ambulância para a levar ao Hospital?” Mas não; insiste em estar sozinha e assusta-nos com telefonemas deste género – “Nem calculas o drama que está lá em casa” disse-me a minha irmã e acrescentou “Estou como o tolo no meio da ponte. Nem sei o que fazer!” Eu também não; continuo a achar toda esta história muito estranha, mas quando tento argumentar, a resposta é “Já te contei tudo. Temos que aguardar.” E, aqui estou eu, dividida entre o remorso, a culpa e a raiva! Remorso, porque talvez devesse ter ficado em

DESEJOS

As pessoas são engraçadas: Há as que ficam admiradas quando lhe chamamos a atenção para o facto do prazo de pagamento da Factura estar ultrapassado, apesar de estar escrito a negrito que é a “30 dias da data”. Há as que se apressam a dizer que houve lapso dos Serviços responsáveis, que vão averiguar, mas garantem a liquidação no decorrer daquela semana. E há ainda as que fazem de conta que nem receberam o fax…. Falo em “engraçado”, mas tenho vontade de chorar, porque num passado não muito longínquo, era raro, muito raro mesmo ter que contactar os clientes e pedir-lhes o pagamento da Factura. O problema com que eles se debatem é o meu. Falta de liquidez! Não numa escala tão grande, mas tive que fazer cortes para viver com uma certa “folga”. Não vou tantas vezes ao cinema como gostaria; almoçar ou lanchar fora só de vez em quando, em ocasiões muito especiais! Deixei de fazer as minhas viagens e refugio-me sempre que posso em casa da Cristina, que organiza passeios interessantes . Como o

BONS SONHOS

Nada como um bom livro para desanuviar! Como sempre – em inglês e com um titulo bastante curioso! “Little earthquakes ”, mas assim que li o resumo, percebi que o tema central é a gravidez e as consequências, ou seja, como cada uma das 4 mulheres retratadas está a viver a gravidez. Porque são 4 mulheres – 3 delas conheceram-se na aula de yoga e a quarta anda nitidamente perdida. Há muitas perguntas, já tenho algumas respostas, (creio que uma delas ficou afectada pela perda do bebé), mas ainda não posso dizer concretamente o que se passa. Cada capítulo é dedicado a uma das 4 mulheres, pouco a pouco descobre-se o que ela faz, o que sonhou, as suas desilusões e expectativas. Um livro inteligente, porque deixa as pistas no ar para que nossa imaginação funcione, embora não seja um estilo inovador. Já li livros semelhantes, alguns muito bem conseguidos; outros uma autêntica desgraça, porque o autor não soube contornar a situação. Não deixa de ser agradável, contudo “estatelar-me ” em cima da

QUEIXAS

Na Visão desta semana, há uma crónica humorística, muito bem escrita! Um estilo muito directo e a desenvolver uma tema bastante interessante: Classificar os empregados de mesa/balcão dos nossos Cafés e Esplanadas! Quem se lembraria disso? Alguém que é muito observador e que pinta um quadro interessante da nossa sociedade. O que nos faz rir ainda mais é a forma como ele fecha o texto: “ Ou acaba o Verão depressa ou terei que fazer terapia ” E eu, embora rindo, não posso deixar de dizer: “ Ou Agosto chega depressa ou eu despeço-me” Porquê? Porque não cabe na cabeça de ninguém que um colega de trabalho me fale ou me mande um SMS como o que recebi ontem. “Eu desliguei-lhe a chamada?” e mesmo que fosse verdade, qual era o problema, uma vez que me faltou ao respeito? Pode negar, pode dizer o que quiser, mas eu acho que me faltou ao respeito. Eu pedi ajuda e tudo se resolveria com uma conversa franca. Claro que “bloqueei”, quando me falam alto e deitam cá para fora todas as frustrações, todos

FINALMENTE

Finalmente, hoje vou sair à noite! Vou só comer uma “francesinha” com as minhas irmãs. A Mãe foi operada e a Cristina achou que Lisboa podia passar uns dias sem ela e munida de malas, revistas e livros, bateu-nos à porta, com um sorriso franco e cheia de histórias malucas. Até o ambiente sombrio, pesado que enche a casa se evaporou e eu até já digo piadas, canto canções “pimpa” só para escandalizar. O efeito é o contrário e acabo por ficar com dores nos maxilares de tanto rir. Ontem foi por causa das peúgas invisíveis que comprou para o marido e que me quis à viva força mostrar. Cansada, a desejar ardentemente um bom banho e uma cama cheirosa, a última coisa a preocupar-me é realmente o tipo de peúgas que o meu cunhado usa – não lhe vou levantar a perna da calça para me certificar disso! A partir daí, esqueci-me por completo do cansaço e da minha preocupação, excessiva talvez, em não ter um computador com memória suficiente para que eu faça o meu trabalho sem sobressaltos. Desta vez, n

PALAVRA-CHAVE

Parece que a palavra-chave deste Verão é o “segredo”. Desde o “ Segredo do Rio ” de Miguel Sousa Tavares para as crianças até ao “ Segredo do Chocolate ” para os mais “entradotes”. Emprego a palavra, não no sentido pejorativo, mas apenas para indicar que somos igualmente “crianças” para quem a palavra tem um outro significado e o livro responde a necessidades diferentes. A necessidade de um bom livro que chama a atenção – o resumo de um livro leva-nos à conquista espanhola por Cortés das chamadas Américas, de um jovem que parte em busca de ouro e glória. Só que encontra um feiticeiro e uma nativa por quem se apaixona e que o seduz através da magia do chocolate. Qual é o segredo? Qual é a magia que o chocolate esconde e nos torna viciados? Terá sido por isso que o nosso jovem herói está condenado a viver no limbo? Será que há realmente pessoas que não tem sossego, nem em vida nem na morte, porque lhes falta alguma coisa? O livro é de um autor americano que não conheço e fiquei curiosa

UMA SERENATA

Pensei que eras tu a fazer-me uma serenata! Que tinhas contratado os “Mariachi” para me seduzir ainda mais – não é o que os filmes antigos, do tempo dos nossos avós e pais mostram? Mas não era uma serenata – é apenas um vento egoísta que se levantou, sabe Deus donde e varre tudo o que lhe aparece pela frente. Lá ao longe, ouve-se o ruído seco do trovão e o calor tornou-se sufocante! Preferia que fosses tu a fazer-me uma serenata e à chuva – ainda guardo boas recordações desse filme! Quem é que pode esquecer o bailado magnífico do Gene Kelly e aquela canção fabulosa “ I am singing in the rain”? Pois é, confesso – gosto de chapinar nas poças e de molhar os sapatos... Enfim, prazeres infantis! A minha Mãe resmunga e pergunta-me se “ isso é a conduta ideal de uma mulher com 44 anos!”. Esta mulher de 44 anos até gostaria de se tornar bailarina, se pudesse. De tocar piano e quanto a falar Francês, já falo! Onde é que eu estava com a cabeça para ter “perdido” todo este tempo, a fingir que tin

QUEBRAR HÁBITOS

Não sei se reparastes, mas ainda não quebrei o hábito de te contar em primeira mão todas as novidades sobre a minha "ilustre" pessoa! Talvez nem todas, mas as mais importantes guardo-as para ti e lá vai um e-mail ou um SMS. Às vezes, não respondes; outras é só um "Ok", mas desta vez, foi um sincero "Acho que sim, sobretudo se te faz feliz" e escreveste a negrito. Faz-me feliz, sim; pensei que tinha perdido o rumo, mas agora esqueci tudo, apesar das nuvens pretas continuarem lá. Já nem te falo destas "nuvens", pois sei que vais novamente brincar comigo e eu vou ficar sem saber se estás a falar a sério ou a brincar. As tuas brincadeiras nunca me irritam, porque nunca me humilham e agora, que apanhei o "jeito", respondo-te à maneira. Por isso, aguardo ansiosamente a tua nova "partida"....porque eu já estou a preparar a vingança!

NA ERA DO "LIGHT"

Com o Verão finalmente a entrar em força e o cheiro a férias cada vez mais intenso, vamos organizar a leitura. É importante estarmos a par do que acontece no mundo literário e seleccionar os livros dos autores que conhecemos bem ou de que nunca ouvimos falar. Que podem ser muito “light” e sobre os quais tenho as minhas reservas. Muitas vezes, o fim é pouco real; é previsível; nada tem a ver com o mundo em que vivemos. Eu gosto de ser surpreendida pelo fim; chegar ao fim e dizer “nunca pensei nesta possibilidade”. Compreendo que, e dado o stress da nossa vida diária, se procure fugir a livros com enredos complicados ou não se leia mesmo. Procura-se prazeres mais imediatos e mediáticos e há muito tempo que eu não faço uma loucura desse tipo. Já nem sei o que é deitar-me às primeiras horas do dia e acordar com os olhos inchados e os ouvidos a zumbirem ainda do barulho.... E com tantas mudanças que houve, acho que nem tenho roupa adequada nem sei como hei-de estar... Ia, de certeza destoar

UM "SE" A IGNORAR

Há quem diga que sou frágil e cheia de complexos . Há quem ache que o meu maior problema é ser insegura . Mas quem me conhece desde sempre, diz que estou muito mais independente, muito mais alegre e converso muito mais à vontade . E é com um sorriso nos lábios que escrevo, porque resolvi arriscar e vou avançar com um projecto que discuti há algum tempo com a minha professora de francês. Aprofundar ainda mais os conhecimentos de uma língua, em cujo universo navego facilmente vai permitir valorizar-me profissionalmente e em caso disso, “reconverter-me”. Porque eu adoro fazer traduções; acho que o desafio é muito maior do que estar sentada a uma secretária a enviar e-mails . Lá vou eu empregar a palavra “excitante”, mas é a única que me ocorre, pois transmite tudo o que estou a sentir. Tenho que me preparar, esclarecer todas as dúvidas possíveis, comprar um bom dicionário e sobretudo, pensar que vou conseguir. Com tanta conversa à minha volta, de “ eu sou brilhante”, “eu sou mesmo bom nis

COR AZUL

Pensei em mudar o nome do blog. Talvez um nome mais sugestivo; mais brilhante, mais excitante! Pensei em “ Senhora da Casa ”, que é o que o meu nome significa. Há uma história bíblica por trás disso: “ Bem-vindo sejas Senhor a esta humilde casa ” – terá dito a irmã mais velha de Lázaro a Jesus - Marta = Senhora da Casa que o Filho de Deus abençoou com a Sua Presença. Essa é a história que corre na Família; a minha Avó paterna era uma pessoa muito devota e como nasci em Maio, sugeriu o nome. Os meus Pais tinham decidido chamar-me “Anabela”, mas (nunca saberemos porquê) o registo não aceitou e a minha Mãe lembrou-se do que a Avó tinha dito e chamo-me, portanto Marta Maria . Um nome simples e bonito, como eu gosto e é por isso que vou manter o nome do blog - Minha Página. Mas o que este título evoca é: Páginas e mais páginas em branco, Que eu posso preencher à minha vontade, sem restrições, sem sentimentos de culpa , sobre a vida, a minha vida e como eu, enquanto pessoa, sinto e vejo es