HISTÓRIA DA FAMÍLIA PARTE II

 

A relação com o Pai torna-se confortável, de vez em quando, almoçamos juntos e um dia, ele confessa ter conhecido alguém.

Está um pouco envergonhado, mas eu acho piada, brinco com ele, aconselho-o a aproveitar a vida.

Fico surpreendido, um pouco chocado quando me diz meses mais tarde que vai ser novamente Pai.

Fico uns minutos sem saber o que dizer, vejo que ele está preocupado, afinal, vou ter uma irmã vinte e seis anos mais nova, mas como também vou ser Pai, acabo por sorrir, então, vamos trocar informações sobre o peso, o leite ideal, a melhor creche, observo.

O Pai abre a boca de espanto, o quê? repete, vais ser Pai, porque é que não disseste nada? A Cristina só quer anunciar no fim do primeiro trimestre, explico, não me perguntes porquê. Vamos organizar um pequeno jantar, tu estás convidado e por isso, finge-te surpreendido quando anunciarmos o facto.

Conto tudo à Cristina nessa noite, ah, que piada, tio e sobrinho com poucos meses de diferença, comenta, eu e a Glória vamos trocar informações, podem ir para a mesma creche. Vai ser divertido!

Desde que não seja uma competição, exclamo e a Cristina olha-me um pouco zangada, o que é que queres dizer com isso? Claro que isto não é uma competição, os bebés são todos diferentes.

Combinamos o almoço para aquele domingo, a Catarina não quis vir, mas manda uma pequena lembrança pelo Tomás que a Cristina se apressa a esconder.

O Frederico serve-se de um segundo whisky, tem cuidado com isso, recrimino, nada de ficares bêbedo e fazer figuras tristes! 

Mas o meu irmão encolhe os ombros, saí para a varanda e eu e a Cristina trocamos um olhar um pouco desesperado.

Tocam à campainha, é o Pai e a Glória, como sempre sorridentes, a Glória apressa-se a ir para a cozinha ajudar a Cristina e a Mãe.

Apresento o meu sogro, em breve, discutem a situação política e eu saio para a varanda para falar com o meu irmão.

O Frederico finge que não me ouve, quer um terceiro whisky, mas eu digo baixinho, nem pensar, comporta-se, embora receie que isso vá ser difícil.

No fim do almoço, antes de servirmos o café, anunciamos a chegada de um novo membro da família.

Há oh, ah, abraços, beijos comovidos e o Pai decide então fazer um pequeno discurso.

Eu e a Cristina retemos a respiração, olho preocupado para o Frederico que continua a beber, já estou a pensar que é melhor eu levar o Tomás a casa da Mãe.

CONTINUA

Comentários

A Bebida não leva ninguém a lado nenhum!
-
Passando para desejar boa noite
Beijos...
Elvira Carvalho disse…
O Frederico já devia andar transtornado e a pensar no que acabou por fazer.
Abraço e saúde

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