HISTÓRIA DA FAMÍLIA PARTE IV
Não sei porque insistes em almoçar com ele, diz a Cristina nessa noite, vens sempre irritado!
Porque ele é meu irmão, respondo um pouco agressivo, tenho que saber o que ele anda a fazer...
E soubeste? insiste a Cristina e eu abano a cabeça, sempre que lhe fazia uma pergunta, ele desviava o assunto, explico.
Ah, tal como eu pensava! observa a Cristina, ainda abro a boca para rebater, mas não posso, ela tem toda a razão.
As semanas seguintes são complicadas, nem tenho tempo para telefonar o Frederico, ele também não faz qualquer esforço para me contactar.
Por isso, naquele sábado à noite, fico surpreendido pelo telefonema da Catarina, olá, Francisco, sabes onde é que anda o teu irmão? Ficou de vir buscar o Tomás, não apareceu nem atende o telemóvel, explica.
Não, não sei de nada, não tenho falado muito com ele, comento, tenho tido muito trabalho! Vou tentar saber alguma coisa, depois digo-te.
Já falei com o teu Pai, também não o viu, adianta a Catarina, diz que ia até casa dele.
Ok, vou telefonar-lhe e se for preciso, vou ter com ele, e desligo.
O Pai atende à primeira, o Frederico não está em casa, o telemóvel continua desligado e nem o carro está na garagem.
O porteiro diz que não o vê há dias, conta, tu não tens uma chave do apartamento dele? pergunta.
Tenho que a procurar, replico, espera aí, vou já ter contigo, desligo, resumo a situação à Cristina que suspira, não me admira nada que ele esteja escondido algures! Aqueles negócios dele.... hum, sempre desconfiei disso, observa.
Consigo encontrar a chave, nem espero pelo elevador, desço as escadas a correr e quinze minutos depois, estou no parque de estacionamento em frente da casa do Frederico.
O Pai está perplexo, continua a ir para o voicemail, exclama, onde é que o teu irmão está?
Não respondo, também não sei, recrimino-me por não lhe ter ligado, se bem que não teria qualquer impacto, penso, ele faz o que quer.
Subimos até ao nono andar, está tudo muito silencioso no corredor e a planta à porta da casa do Frederico está seca.
Batemos à porta, ninguém atende e o Pai pede-me a chave.
CONTINUA
Comentários
Abraço e saúde
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Não deixarei de usar minha voz ...
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Beijos e um excelente dia...