A CASA DE FÉRIAS PARTE II

 

Não voltamos a falar da casa, mas sei que a Teresa está feliz, estabeleceu uma nova rede de contactos, trouxe uma pequena remessa de produtos e até já está a planear uma sessão de degustação.

Eu acho que cometi um erro, talvez devesse ter falado com a imobiliária e por isso, convido o meu irmão para almoçar, para ter uma outra perspectiva do assunto.

O Gonçalo entra no restaurante, confiante, sorridente, indiferente aos olhares de admiração que as mulheres lhe deitam, mas eu conheço-o bem, sei que está a observar tudo atentamente.

Trocamos um sorriso cúmplice, um abraço, o meu caro irmão está com um problema, diz, para me convidar para almoçar!

Era lá capaz disso! protesto, mas sim, tenho um problema e preciso da tua opinião, confesso.

O Gonçalo ouve-me atentamente e só fala quando tem a certeza de que terminei, oh, pá, para quem lida com números, às vezes és mesmo idiota! comenta, ainda não tens dados nenhuns para tomar uma decisão. Como é que sabes se tens que pedir ou não empréstimo? Se a casa está em ruínas, podes negociar o preço.

Mas e depois? pergunto, temos que a reconstruir do zero! e o Gonçalo suspira.

Não te preocupes, responde, conheço vários arquitectos, empreiteiros e negociamos o preço da renovação, repete.

Sorrio, não há como o Gonçalo para destruir obstáculos, acho que vou contigo ver essa casa, anuncia, estou curioso, até tiro fotos para começar os contactos.

Calma! aviso, ainda não comprei a casa, mas vais comprar e quando não estiveres lá, eu passo lá os fins de semana, continua o Gonçalo confiante.

Não é para levares uma das tuas amigas coloridas! interrompo e o meu irmão ri-se, posso ser maluco, mas nunca te faria isso! afirma.

Combinamos ir no próximo sábado, é a vez da Teresa ficar a trabalhar na loja e os miúdos vão a uma festa de anos e ficam lá a dormir.

Por isso, às dez horas o Gonçalo aparece em minha casa e viajamos até à vila.

Já tinha combinado com o consultor imobiliário a visita à casa, ele já lá está à nossa espera e o Gonçalo fica entusiasmado.

O preço é ridiculamente baixo, mas estou preocupado com as obras de renovação, mas o Gonçalo afirma que encontra a pessoa certa para as fazer a um preço razoável.

Passo o cheque do sinal, o agente fica de me enviar os papéis respectivos, agora tenho que falar com a Teresa e com o Banco, suspiro.

Se for preciso, empresto-te dinheiro, observa o Gonçalo que passa em revista as fotos que tirou, aliás, eu quero participar, combinamos depois os detalhes.

Olho-o surpreendido e o meu irmão sorri-me.

CONTINUA



Comentários

Elogio quem tem a paciência e gosto em escrever contos, em prosa, e por capítulos. Tem a minha total admiração e aplauso. Gostei de ler.

Acompanhando ...
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Cumprimentos poéticos..
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Acho que vão fazer uma boa obra, oxalá. Será que vão surpreender a Teresa?
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Coisas de uma Vida
Beijos e uma boa tarde.
Elvira Carvalho disse…
Bom parece que o António vai fazer uma boa surpresa à Teresa.
Abraço e saúde

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