A CASA DE FÉRIAS FIM

 

Tal como o Gustavo previa, a casa fica pronta no início de Verão, faltam apenas algumas peças de mobiliário, a Carolina pede desculpa por isso, mas a Teresa nem quer ouvir.

Podemos ficar lá, diz, o essencial está feito, por isso, não te preocupes!

O Gonçalo leva uns amigos, a Francisca também, temos que concluir o projecto da horta, explica e por isso, acampam todos no terreno, só utilizam a casa de banho e participam nas refeições, a Teresa impôs essa regra, se são férias em família, pelo menos, ao jantar estamos juntos! exige.

Exploramos o parque, as redondezas e ao fim da tarde, instalamos-nos no alpendre, como lhe chama a minha mulher, a ler, a conversar, a beber um copo de vinho fresco.

A Sofia preocupa-nos, pois ou passa parte do dia fechada no quarto a trabalhar " no meu romance" ou sentada no parque com um livro.

O resto do pessoal passa a tarde a explorar o parque, faz passeios de canoa, comenta a Teresa, não sei onde vão buscar tanta energia depois de estarem toda a manhã a cavar, mas vejo que se estão a divertir.

Encolho os ombros, problema da nossa filha, exclamo, podia desligar-se um pouco da escrita, usufruir do local, mas se não quer... quem será?, interrompo-me, pois ouço um carro a parar em frente ao portão.

O portão abre-se, aparecem dois miúdos sorridentes que gritam, Tio Tó, Tia Tè e  por trás deles, o Gustavo e a Carolina.

Trouxemos provisões, anuncia a minha cunhada, o jantar é por nossa conta!

Mas tu pagas o vinho! observa o marido, resolvemos vir passar uns dias aqui, estamos alojados na casa de turismo, estes diabos quiseram vir connosco e a Filipa adorou a ideia.

O Tadeu vem buscá-los no fim de semana, continua a Carolina, isto é uma maravilha! acho que nunca mais vou sair daqui!

O Gustavo sorri, pois é, temos uma surpresa para vocês, e eu e a Teresa olhamos um para o outro, desconfiados.

Eu tinha que encontrar um hobby, continua o nosso cunhado, estar aqui a ajudar nas obras deu-me uma ideia! e fica silencioso por uns minutos.

Então? incentivo, o Gustavo ri-se, compramos uma pequena propriedade, vamos reconstruir a casa e somos capazes de fazer do anexo um alojamento local para rentabilizar o investimento, observa, ainda não decidimos, mas isto vai manter-nos ocupados.

Até estamos a considerar a hipótese de ficar aqui parte do ano, continua a Carolina, posso continuar com o meu negócio de decoração.

Parece que têm tudo planeado, observa a Teresa, pede mais detalhes, o Gustavo serve-se de mais um copo de vinho.

Agora só falta o Pedro considerar esta hipótese, penso, mas não sei.

O Pedro encontrou finalmente um lugar seguro, há muito tempo que não o via tão feliz, talvez não seja uma boa ideia.

Ou é, porque isto tem tudo para ser um lugar feliz.

Nós estamos certamente felizes hoje, neste momento, rodeados de crianças e adolescentes cheios de energia que nos fazem rir.

FIM

Comentários

Elvira Carvalho disse…
E mais uma história magistralmente terminada.
Abraço e saúde
É muito bom quando as coisas dão certo. Que bom. Adorei este conto! Obrigada :)
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Deixo um sussurro nas arestas do vento

Beijos e um excelente dia!

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