DIA DOURADO

Espero sempre por ti o dia inteiro,
Quando na praia sobe de cinza e oiro,
O nevoeiro,
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda
de Sophia de Mello Breyner Andresen
Quando se dissipa o nevoeiro,
apenas fico eu, o mar e a linha do horizonte!
Estamos completamente sós!
Nada ou ninguém se aproxima
apenas a tempestade se faz sentir,
trazendo já para o mar as sombras.
Em breve, terei que me ir embora – mas tinha que vir!
O mar é um velho amigo, que eu tinha que rever!
Sabem, aquela sensação de que falta alguma coisa
e não descansamos enquanto a não fazemos,
e tem que ser naquele momento, naquele minuto?
Depois perderá a importância
e isto era importante demais para ficar em branco!
Pouco importa
se o mar me olha enraivecido,
com olhos de louco e o azul calmo se transformou num cinza escuro e feio!
Tinha que ser o primeiro a saber,
a saber que há uma promessa,
ainda que muito ténue,
de eu voltar a ter dias dourados!

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