AMANTE FAVORITO
Nem mesmo o "Baci" que lhe ofereci,
a medo confesso,
o acalmou!
Pelo contrário!
Ficou ainda mais furioso, este vento,
Pelo contrário!
Ficou ainda mais furioso, este vento,
que me arrancou
o papel prateado e azul
que embrulha o bombom das mãos
e me arrastou literalmente pela rua fora até à paragem,
onde fiquei exposta,
à mercê da sua frustração.
Gostava de saber, oh vento, que culpa tenho eu
Gostava de saber, oh vento, que culpa tenho eu
se o calendário estipulou que o Inverno
tinha que terminar esta semana?
Se a Primavera está alegre, confiante e exuberante e sente-se radiosa, pronta para se revelar e pavonear-se pelas ruas?
Porque é que temos que andar com estas roupas pesadas e tristes quando as montras estão inundadas
Se a Primavera está alegre, confiante e exuberante e sente-se radiosa, pronta para se revelar e pavonear-se pelas ruas?
Porque é que temos que andar com estas roupas pesadas e tristes quando as montras estão inundadas
de tops e blusas leves, cheias de flores, riscas e rendas
que nos inspiram
e nos fazem suspirar
pelo piropo
que adivinhamos
no olhar do homem que também parou para apreciar?
Vá lá, vento, deixa a Primavera instalar-se,
Vá lá, vento, deixa a Primavera instalar-se,
porque estarás sempre presente
– num dia de sol, quando menos esperarmos,
cá virás tu para varreres tudo,
até os nossos pensamentos mais agradáveis!
E, nunca, mas nunca te esqueças que,
E, nunca, mas nunca te esqueças que,
aconteça o que aconteça,
serás sempre o meu amante favorito.
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