A DISCUSSÃO PARTE IV
Contudo, a proposta é para trabalhar como organizadora das missões, ser o elo de ligação entre os voluntários e a casa mãe.
Gerir os donativos, estabelecer contactos com o público, o que é que acha? a Clarinha diz que sim, está interessada, os detalhes serão discutidos mais tarde.
Ao sair, resolve dar uma volta, passa mesmo rente ao colégio do filho, reconhece a sogra e por isso, atravessa a rua, entra numa confeitaria.
Procura uma mesa, fica mesmo em frente do portão de entrada do colégio, vê os miúdos a saírem.
Qual deles é o Luís? Não vê desde os seis meses, calcula que seja aquele menino de cabelo escuro e calções azuis, a sogra dá-lhe um grande abraço.
A Clarinha bebe um gole do café, deve ou não ir ter com eles? não, terei que falar primeiro com o Mateus, estabelecer um plano, pensa, talvez seja melhor falar com o advogado.
Tão embrenhada está nestes pensamentos que não dá conta que a sogra entra na confeitaria e senta-se numa mesa próxima à dela.
A sogra fica surpreendida, a Clarinha não sabe bem o que fazer, sorri, cumprimenta-a e a senhora responde civilmente, estás de volta? O Mateus não me disse nada! exclama.
Regressei há uma semana, responde a Clarinha pouco à vontade, a minha Mãe morreu e estou em casa do meu Pai.
O Luís observa-a atentamente, quem é esta senhora que conhece o meu Pai? mas não fala, tem os olhos do Mateus, mas o formato da boca é meu, murmura a Clarinha.
Quem é? pergunta alto, a avó hesita, a Clarinha faz-lhe uma festa na cabeça, sou uma amiga do teu Pai e despede-se.
Saí apressadamente da confeitaria, atravessa rapidamente o parque, senta-se ofegante num banco.
O que é que eu vou fazer? Falar com o advogado, aconselha o Pai quando ela lhe conta o que se passou nessa noite ao jantar, e depois vê-se.
No tom do Pai, há uma ligeira censura.
CONTINUA
Comentários
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Tudo parecia mágico, tudo me seduzia.
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Beijo, e uma ótima semana.
Abraço e saúde