O CASAMENTO FIM

 

No dia seguinte, descarrego as fotos, envio-as para o Inspector Bernardes e conto tudo o que se passou quando nos juntamos na cozinha para um brunch.

Que horror! diz a Mãe, ainda bem que tiveste a sensatez de não dizer nada, arruinavas o casamento da tua irmã! e o Pai oferece-se de imediato para telefonar à empresa de catering, saber do estado de saúde do tal Victor e pagar-lhe as despesas médicas.

Mas a que propósito vais fazer isso? protesta a Mãe, o catering deve ter um seguro para cobrir isso, o Pai não responde, encolhe os ombros e tenho a certeza absoluta de que o tal Victor vai receber um bónus extra.

O casamento continua a ser a conversa favorita da casa durante a semana, a Mãe está aborrecida, porque a Bia não lhe telefona e eu estou ansiosa por saber se o tal Victor foi vitima de agressão.

O Inspector responde-me ao mail uns dias mais tarde, agradece imenso as fotos, mas o Victor não foi vítima de agressão, tem apenas um problema médico que foi agora diagnosticado e para o qual está a receber o tratamento adequado.

Mas, como lhe disse, a Teresa tem bons instintos, é observadora, atenta ao pormenor, vai ter uma boa carreira, frisa novamente e despede-se.

Fico um pouco desapontada, que idiota, Teresa! volto a recriminar-me, mas seria interessante se fosse um caso de agressão e eu tivesse contribuído para a solução do caso com as fotografias da cena.

Não estou de bom humor naquela manhã, vou ter duas horas de Criminologia I, não sei como vou aguentar.

O professor entra, está a sorrir, raramente o faz e todos ficamos surpreendidos.  O que é que terá acontecido? Tivemos todos 20? é o que nos ocorre.

Mas o professor está a olhar para mim, parece que temos que agradecer à Teresa, afirma, e eu olho-o estupefacta, mas o que é que eu fiz?.

O professor sorri, graças a ela, recebemos um convite do Inspector Telmo Bernardes para visitarmos o laboratório forense da polícia, continua, acho que vai ser muito interessante. Claro que vou querer um relatório detalhado, que concebam uma cena de crime para ser debatida aqui na aula.

Estão todos excitados, no intervalo, todos exigem saber pormenores sobre o Inspector, o porquê de ter feito o convite, tenho que lhes pedir para se organizarem, não posso responder a todos ao mesmo tempo, peço.

Não sei qual é a intenção do Inspector, será que quer que eu integre a força policial?

Não... quero prosseguir com a especialização de apoio à vitima, seguir o caso de pessoas como Victor.

Mas vou gostar da visita, é uma boa forma de estabelecer contactos... mal sabia eu que iria conhecer o amor da minha vida.

FIM



Comentários

Elvira Carvalho disse…
Caramba amiga, isso é que foi deixar a gente "em pulgas"
Abraço e saúde
Mais uma estória que termina, bem! Gostei O destino cruza a s pessoas ;))
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A força da mente não me deixará ter frio
*
Beijos, e um excelente dia :)

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