PEDRO FIM
A Maria Rosa está encantada, fala pelos cotovelos, descreve-me tudo, o monitor disse-lhe que há um workshop de pintura à tarde, posso ir? pede.
Porque não? concordo, nunca ela falou tanto, está descontraída, está sempre tão tensa na presença da Mãe.
Não, não posso pensar que é culpa da Beatriz, mas os miúdos percebem facilmente a tensão nos adultos e reflecte-se no comportamento, ouço a voz da Teresa na minha mente e sorrio.
Aprendo muito coisa sobre a minha filha naqueles quatro dias: é bem-disposta, divertida, enquadra-se facilmente no grupo.
Quando regressamos, a Maria Rosa tem novos amigos, os Pais ficaram com os nossos contactos, prometeram telefonar para combinar um encontro no parque ou um almoço ou festa de aniversário.
O que vai dizer a Beatriz a tudo isto? Como é que vamos viver daqui para a frente?
Será que a Mãe a conseguiu convencer que não está a agir correctamente? Que tem que pensar na filha e não nela?
Suspiro, a Maria Rosa pergunta-me se me sinto bem, sorrio, claro que sim, filha, vou ter saudades tuas! confesso.
Deixo-a em casa dos avós, a avó conversa uns minutos comigo, a Beatriz não aparece, mas não te preocupes, afirma a minha ex-sogra, isto não volta a acontecer!
Espero bem que não, respondo, só quero ter uma vida normal com os meus filhos!
Despeço-me, regresso a casa tarde, deito-me em cima da cama, estou já preocupado com as férias de Verão.
Talvez passar uns dias com as minhas irmãs na vila onde têm a casa de férias; espero que o Miguel não me convença a comprar uma casa lá também.
Mas a ideia até me agrada e deixo que o Miguel me convença.
Se a Beatriz não gostar... afinal de contas, a vida é minha e posso fazer o que quiser e que mal há em estar perto das minhas irmãs?
FIM
Comentários
Abraço e saúde
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Beijos. Boa noite