O WORKSHOP FIM

 

A Sofia respira mais aliviada, a Mãe acaba por contar ao Pai uma versão resumida dos acontecimentos e ele também pensa que tomou a decisão acertada.

Se queres trabalhar cá, é realmente importante conheceres a realidade do País, comenta, e concordo que passares uma temporada fora é importante. É uma boa decisão, Sofia.

O Nicolau conhece muita gente em França, sugere a Mãe, mas a filha abana a cabeça, não sei, vou escolher Línguas e Literaturas Modernas, provavelmente formação em tradução.

Eu vou escolher Ciências Desportivas, versão desporto radical, brinca o Gonçalo, mas ninguém acha piada.

O António e a Teresa olham um para o outro, sorriem, claro, Sofia, se é isso que queres, avança, repetem.

Contudo, a Sofia decide falar com o Nicolau, ele foi professor universitário, fez investigação, pode dar-lhe boas dicas.

O Nicolau está muito frágil, mas de cabeça está óptimo, confidencia a Natália enquanto tomam um chá no jardim, então, vais ser professora universitária?

Ainda não sei, confessa a Sofia, é por isso que quero falar com o Nicolau. Estou um pouco indecisa, se escolho tradução ou ensino. Se escolher tradução, e se estabelecer contactos com editoras, será mais fácil publicar um livro.

Então, é isso que deves escolher, interrompe o Nicolau que atravessa vagarosamente o terraço e as duas levantam-se.

A conversa é agradável, o Nicolau dá-lhe boas dicas, até indicou pessoas com quem posso falar, comenta a Sofia ao jantar.

Então, já tomaste uma decisão? pergunta a Teresa e a filha sorri, já estava mais ou menos decidida, apenas confirmei detalhes.

O Greg continua sem dar notícias, a Sofia já nem pensa nele, empenha-se no curso que escolheu.e a Teresa suspira de alívio, claro está que quer que a filha seja feliz, mas não tem a certeza se Greg seria uma boa escolha.

Temos que arriscar, eu sei, desabafa com a irmã, mas ir para tão longe para estar com alguém que acabou de conhecer...

Eu sei, repete a Carolina, ainda hoje, apesar da Filipa ter uma vida pessoal e profissional, me preocupo se ela se está a alimentar como deve ser, se o Matias levou o casaco e o Edgar pôs gelo na mão...Ou se a Inês se esqueceu do passe. Vamos ser sempre Mães deles... mas também temos que os deixar voar.

Mas, apesar de compreender isso, está a ser muito difícil para a Teresa deixar voar os filhotes.

FIM

Comentários

Elvira Carvalho disse…
Marta desculpe mas só hoje consegui ler mais esta história e li toda de seguida.
A Teresa sofre do mal de todas as mães. Racionalmente a gente sabe que tem de os deixar voar. Mas emocionalmente o coração sempre fica apertado.
Abraço e saúde
Os pais precisam de aprender que, como eles, os filhos um dia abrirão as asas e voarão para outros destinos. É a lei da vida.
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Cumprimentos cordiais
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Um conto que terminou bem. Temi o por :)
É sempre difícil deixar voar os filhos. Mas a vida segue :)

Beijos boa noite.

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