O DIVÓRCIO PARTE V

 

A Francisca promete tratar da viagem, a Rita promete " tratar de si" e acaba por aceitar o convite de uns amigos para jantar fora.

É uma noite agradável, evita-se falar do Gonçalo e do divórcio e a Rita sente-se relaxada.

Mas acorda no dia seguinte chorosa, chama baixinho pelo Gonçalo e tem vontade de ficar ali, enroscada nos cobertores, escondida do Mundo.

Não, quase grita, não posso, tenho que reagir, mas não posso ficar aqui, tenho que sair e sem pensar mais no assunto, faz uma mala.

A Francisca já deve estar na Faculdade, pensa, será que vai entender o porquê da minha partida? Vai compreender, ela já é uma adulta e muito responsável.

Passa no escritório, deixa instruções à assistente, escreve um mail ao cunhado António a explicar o que vai fazer, a pedir ajuda na gestão da empresa.

Está um dia bonito de Sol, nota quando põe o carro em marcha, não sabe para onde vai, tem que sair da cidade.

Arranca, respira fundo quando ultrapassa os limites da cidade e liga o rádio, desliga o telemóvel.

Entretanto, a Francisca fica preocupada quando lhe liga e vai directamente para o voicemail.

Telefona aos Tios, mas eles não sabem de nada e a rapariga falta à última aula, vai até à empresa da Mãe, a assistente também está perplexa, chegou aqui, esteve a ver comigo os projectos pendentes, conta a Emília,  deu uma série de instruções e voltou a sair.

Tinha alguma reunião com um cliente? pergunta a Francisca, mas a Emília abana a cabeça, não sabe o que pensar da atitude da gerente.

O telemóvel vibra, a Francisca respira fundo, é um SMS da Mãe, está fora, precisa de estar uns dias sozinha, explica quando regressar, amo-te muito, diz.

Mas o que é que se passa? Porquê? O que é que se passou no jantar? repete a Francisca, o tio telefonou-lhe, recebi um mail da tua Mãe, vem até cá, pede.

A Teresa dá-lhe um copo de água, senta-te, Francisca, estás muito nervosa, precisas de te acalmar antes de falarmos.

CONTINUA