EU, EDGAR O GRANDE
Ok, admito: fiquei desapontado quando a Inês nasceu.
Queria um irmão homem, ter o " meu escravo pessoal", mas tive o cuidado de não o dizer alto.
O Miguel e o Matias " crucificavam-me " e tinham razão: podem ser chatos, pregarem-me partidas idiotas e estamos sempre a discutir, mas sei que me defenderiam até à morte!
A única coisa que não percebo e comentei isso várias vezes com a Mãe, porque é que resolveram chamar-me Edgar quando o nome dos meus irmãos começa pela letra " M "?
A Mãe sorri, achas que isso é importante? responde, é um nome como outro qualquer.
Foi eu quem o escolheu, acaba por explicar o Matias mais tarde, era o nome do meu amigo favorito. No jardim infantil! acrescenta.
E ainda é teu amigo? pergunto, mas o Matias abana a cabeça, não, foi para uma escola diferente, nunca mais o vi!
AH, e agora tenho o nome de um rapaz que já não é teu amigo! protesto e avanço decidido para o Matias.
Apanho desprevenido, ele caí ao chão, mas levanta-se de imediato e dá-me um empurrão.
Ups! o meu braço bate com toda a força contra a porta do armário, amanhã vou ter uma grande nódoa negra, mas isso não me impede de começar a dar socos de que o Matias se esquiva com alguma arte.
Ah, acerto-lhe na canela, ele faz um esgar de dor e eu volto a atacar.
PARA COM ISSO, EDGAR! grita o Matias e à porta do quarto, aparece a D. Margarida um pouco aborrecida.
MENINOS, mas o que é que se passa aqui? Estão doidos? mas nós nem a ouvimos e a governanta suspira.
Infelizmente para nós, o Miguel chega a casa nesse momento e atraído pelo barulho, entra no quarto e avalia a situação num minuto.
Nem hesita, separa-nos e dá um safanão a cada um de nós.
CONTINUA
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Quantas vezes subo os degraus da minha alma
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Abraço, saúde e boa semana