FRANCISCO - PARTE IV


No dia seguinte, há uma reunião: a Mãe e dois dos irmãos da Maria estão presentes, o Major e a Glória também vieram e a Catarina oferece-se para tomar conta dos miúdos.

Também quero a tua opinião, observa o Francisco, mas a cunhada aperta-lhe o braço em solidariedade e desaparece no quarto do bebé.

O Frederico é o último a aparecer, estou aqui para te apoiar, pá, diz, mas não percebo porque é que isto é tão grave, ela aparece dentro de uma ou duas semanas.

O Francisco nem lhe responde, a situação é grave, não pode ser tratada com indiferença.

O Leonardo, um dos irmãos da Maria, acha que a primeira coisa a fazer é conversar com os colegas de trabalho, talvez ela lhes tenha dito alguma coisa, talvez se descubra o porquê deste absurdo, acrescenta.

O Major concorda, mas aconselha também uma visita ao bar onde, supostamente a Maria esteve na noite de sexta-feira, os amigos podem não se ter apercebido, mas os barmen estão sempre atentos e visto qualquer coisa fora do normal, comenta.

Falamos novamente com os amigos dela, insiste a Mãe, e se não conseguirmos nada, continua a irmã da Maria, avisamos a polícia.

A polícia? repete o Frederico e ri-se, a que propósito é que se vai avisar a polícia? Isto é um amuo, uma brincadeira da Maria.

Oh, cala-te, protesta o Francisco, a Maria já não tem idade para este tipo de brincadeiras, não estamos a brincar, há uma criança no meio disto,  intervém a Glória, pedindo de imediato desculpas à Mãe da rapariga pela ousadia.

Mas a Mãe da Maria tem que concordar que a filha é muito leviana, não está a assumir as responsabilidades e culpa-se por não ter sido mais exigente com ela.

O Leonardo oferece-se para ir até à empresa e tentar obter mais detalhes sobre o comportamento da Maria na última semana, a Mara, a irmã, diz que vai com o namorado ao bar.

A avó, o Major e a Glória estabelecem um plano para ajudarem o Francisco a tomar conta do David e convencem-no a contratar uma baby sitter e uma senhora para fazer as limpezas.

A Catarina diz estar disponível para ajudar no que for preciso e apenas o Frederico fica calado.

Os outros despedem-se, é tarde, amanhã é dia de trabalho, mas o irmão fica.

Continuo a achar que é um absurdo contactarem a polícia, afirma o Frederico, a Maria sempre foi desmiolada e tu foste sempre na onda dela.

CONTINUA



Comentários

Elvira Carvalho disse…
O Frederico a dizer que a Maria e o irmão são desmiolados, parece uma anedota.
Aquele tipo não tem um espelho em casa?
Abraço, saúde e uma boa semana
Mais um belo episodio onde não parecem entender-se!:))
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Vaguear de espírito livre, e sozinho
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Beijo, e uma excelente Semana.

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