ESTRANHO


Estranho a personagem do meu “pseudo romance” (às vezes escrevo páginas sem hesitação; outras, tudo me soa a oco e fico bloqueada) estar agora a pensar em “restaurar a estufa do Pai à sua antiga glória”.
Pomposa frase que me soa a antigo, a fora de moda, mas é legítima!
Talvez a ideia não seja muito original, mas apresento-a do meu ponto de vista!
Talvez seja assim que eu veja a minha relação com o meu próprio Pai, com algumas diferenças!
Apresento o Pai da minha personagem como um homem sério, caloroso, com interesses na vida e o meu é uma criança grande.
Que na infância me divertia, mas na adolescência, juventude, e mesmo hoje, me exaspera, porque não me escuta.
Posso descrever a nossa relação como distante, um pouco hostil talvez, porque há muito que deixamos de ter razões para falar.
Tenho pena que assim seja, mas o meu Pai vive escondido num passado cheio de amarguras, tristezas, que eu não quero compartilhar, porque eu quero esquecer as minhas próprias amarguras e as minhas próprias tristezas.
Talvez seja por isso que a nossa relação tenha estagnado, murchado, afundado no lodo.
Tal como a minha personagem, eu preciso de luz, das plantas para não murchar.
Mas, tal como a minha personagem, hoje, e mesmo quando ele partir, vou recordar-me dele com carinho!
P.S.: Esta foto é do Site Aves Digitais de Portugal e o autor é o José Viana

Comentários

Anónimo disse…
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