GOSTOS
Ouço murmúrios e sei que é de mim que falam, mas nada digo.
Apenas aguardo que a onda venha, embata no penhasco e invada imperiosamente a praia, varrendo destroços e deixando apenas espuma.
E que eu possa continuar a escrever, tranquilamente, sem nada que interrompa o esboço que faço para o meu texto.
Meras anotações, que desenvolverei mais tarde e tenho pena de já aqui não estares para as discutir contigo.
Foi uma decisão unilateral e continuo a achar que me devias ter deixado participar, mas, como já afirmei antes, não vou mendigar, não vou pedir-te amor se achas que não mo podes dar da forma como o quero receber.
Contudo, não me podes impedir de escrever, aqui no meu bloco a última coisa que me disseste:
Que esperavas que eu encontrasse alguém que gostasse de mim e se casasse comigo!
Para quem já tinha sofrido uma desilusão tão grande, como eu, esta frase provou-me que, acima de tudo, pensaste em mim, no meu conforto, na minha realização como pessoa e mulher!
Será sempre um daqueles amigos especiais, sempre presentes mesmo quando ausentes e por quem largamos tudo e lamentamos que os braços sejam pequenos demais para abraçar convenientemente!
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