O ASSALTO PARTE II

 

É melhor não tocar em nada, avisa o Mateus, teremos que avisar a polícia, mas onde é que está a Filipa? pergunta a Carolina, procurando o numero da filha no telemóvel.

Continua a ir para o voicemail, comenta uns segundos depois, o ex-genro encolhe os ombros, vou procurar lá dentro, diz, é melhor ficar aqui com os meninos.

Avança pelo corredor, há vidros espalhados pelo chão, sente uma corrente de ar, alguém deixa uma janela aberta, terá sido por aí que fugiram? pensa.

A porta do quarto da Filipa está fechada, o Mateus abre-a cuidadosamente e depara com a ex-mulher no chão, meia despida e inconsciente.

O Mateus vê de imediato que foi espancada brutalmente, verifica o pulso, respira, mas o Mateus receia que haja danos nas vias respiratórias.

Apressa-se a voltar para a sala, a Carolina está inquieta, então? pergunta e o Mateus faz-lhe sinal para o seguir.

Encontrei a Filipa, está inconsciente, alguém a espancou, explica e prende-lhe o braço, não, Carolina, é melhor não entrar no quarto agora, vou chamar a Polícia e o 112. Por isso, vá para cima com os meninos, deite-os e eu darei notícias logo que for possível.

A Carolina tenta disfarçar o desespero, leva os netos, prepara-os para a cama e logo que eles adormecem, telefona ao filho Miguel.

Explica-lhe resumidamente a situação, o filho tenta acalmá-la, vai telefonar ao Mateus, vai correr tudo bem, assegura e desliga.

A Carolina suspira, liga ao Edgar, à Inês, o Matias está de lua de mel, não vai interromper os planos.

Passa a noite acordada, não consegue dormir, às seis da manhã tocam à porta, são o Miguel e o Mateus exaustos.

A Filipa foi operada, as lesões eram graves, mas os médicos pensam que irá recuperar totalmente e sim, foi violada.

Mas o que é que aconteceu? insiste a Carolina, a Polícia está a analisar o apartamento, os meninos terão que ficar aqui uns dias, responde o Mateus, agora, vou até casa, preciso de tomar um banho e dormir um pouco, acho que vou adiar as minhas consultas para amanhã.

E a Mãe também deve dormir, aconselha o Miguel, eu fico à espera da D. Margarida, ela vai ajudar com os meninos.

Como é que eu vou dormir? lamenta-se a Carolina, a minha filha está ferida!

CONTINUA