NÚRIA FIM
Resolvo marcar um quarto no Hotel onde a recepção vai ser organizada para evitar confusões em casa, dizemos aos convidados para irem directamente para a Igreja.
A cabeleireira dá os últimos retoques, a maquilhadora também e a Mãe tira cuidadosamente o vestido do invólucro e a Glória dá um pequeno grito.
É lindo, diz quando recupera a voz, podia ter um pouco de bordados, o decote e a cauda serem maiores, critica e a Mãe ri-se, estás sempre do contra, comenta.
Descemos, as pessoas que estão no hall do Hotel aplaudem, agradeço com um sorriso e entro na limusina.
A Igreja está linda, cheia de flores rosas e brancas, a cerimónia é comovente, o Matias aperta-me a mão.
A recepção decorre muito bem, o menu é muito elogiado e o ponto alto é a subida da Inês ao palco.
Como sempre, o vestido é extravagante, nunca resultaria em mim, mas resulta nela, é a imagem dela.
Preparei uma canção, a letra é da minha autoria e pedi a um amigo para compor a música, anuncia, espero que gostes, mano, claro que vou contar com a ajuda do Edgar para a cantar. Anda lá, e o Edgar sobe ao palco, muito contrariado.
A canção é um sucesso, a Inês decide continuar com o espectáculo e toda a gente começa a dançar.
Vamos embora? sussurra o Matias, o quê? Agora? pergunto e o meu marido apenas sorri.
Saímos sorrateiros, mudamos de roupa, mas o Matias explica que vamos dormir noutro Hotel, quando derem conta que "fugimos", vão subir e bater à porta desta quarto, a tua irmã sabe o numero, explica.
Mais segredos, penso, mas até acho graça.
A minha irmã não vai gostar nada, tenho a certeza absoluta de que tem um plano maluco para a nossa despedida, mas tenho que concordar com o Matias.
Seria demais e tudo o que queremos agora é tranquilidade e a companhia um do outro.
FIM
Comentários
Obrigada por mais um conto interessante!
.
Coisas de uma Vida...
.
Beijos. boa tarde.