VIVER COM O MAJOR
Viver com o Major pode ser complicado.
Contam-me que a primeira mulher estava sempre a chamar-lhe a atenção para o facto de estar em casa e não no quartel.
Em casa, a prioridade era o diálogo, a negociação e para isso, o Major devia escutar mais as pessoas.
Não me posso queixar disso, porque o Major é um bom ouvinte, até consegue ser divertido.
É rigoroso nos horários, é um facto, mas eu também o sou, porque trabalho na Universidade e chefio uma equipa.
Já não me lembro bem quem beijou quem, se fui eu ou se foi ele. Sei que acordamos juntos na cama dele com o Sol a entrar pelas cortinas entreabertas.
Começamos a passar os fins de semana juntos, ou na cidade ou fora, a explorarmos trilhos e uma noite, o Major perguntou-me se eu queria viver com ele.
Não posso negar que não tenha pensado nisso, mas decidi não ser eu a abordar o assunto.
Onde vamos viver? Na tua ou na minha casa? Talvez na minha, sugere o Major, tem mais espaço, tu vais querer um escritório.
Não sei, os teus filhos podem não aceitar muito bem que uma estranha viva na casa que foi da Mãe, argumento.
O Major fica calado um minuto, talvez tenhas razão, diz, então, temos duas hipóteses, ou alugamos ou compramos.
E o que fazemos às nossas? observo, vendemos, alugamos? não será melhor perguntares aos teus filhos se não querem ficar lá a viver?
Só se for o Francisco, está a viver com a namorada, queixam-se que o apartamento é muito pequeno, principalmente agora que vão ter um filho, conta o Major.
Vamos combinar um jantar? sugiro e fico um pouco apreensiva, porque sempre que nos encontramos com os filhos dele, estes foram muito frios, distantes.
CONTINUA
Comentários
Desejo-lhe boa sorte já que os filhos do major não tem dado boas referências em capítulos anteriores.
Abraço, saúde e boa semana
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Algo vai morrendo lentamente
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Beijos, e uma excelente semana
Ótima terça feira!
Abraço!
Mário Margaride