O GRUPO DE ESTUDO - PARTE II
Parecia emproado, mas é muito acessível, simpático, diz o Rafael no dia seguinte.
Também me surpreendeu, concordo, mas viste como ergueu uma barreira quando lhe perguntamos pelo pulso?
Não admira, observa o Rafael, não deve ter sido fácil ser maltratado por causa de uma sujeita que se fartou de rir.
Não lhe chames sujeita, repreendo, mas o Rafael acha que a Júlia é uma parvinha, que se anda a exibir pelos corredores da Universidade e em quem não se pode confiar.
Na semana seguinte, encontramos-nos para estudar na casa do Gustavo.
Ele abre-nos a porta, acompanhado por uma miúda que não deve ter mais que sete anos e que apresenta como sendo a Maria Clara, a minha irmã mais nova.
Hoje, portou-se mal, veio directa da escola para casa, explica o irmão, agora vai lanchar e depois, fica no quarto a brincar, ok?
A Clarinha não lhe respondeu, nota-se que está furiosa, mas obedece.
Não é parecida contigo, repara o Rafael e o Gustavo sorri, não, somos todos diferentes, o que é bom, não é?
Nota que ele está a erguer outra barreira e por isso, desvio a conversa para o tema em discussão.
Trabalhamos durante uma hora, fazemos depois uma pausa e o Gustavo oferece-nos uma bebida.
Vamos até à cozinha? convida, bebemos qualquer coisa, acho que a Mãe deixou uns scones e umas bolachas, vende-os na loja.
A Clarinha está sentada ao balção, com uma chávena de leite em frente e um prato com torradas.
Já deve estar tudo frio, penso, porque é que não comeu?
Nâo me apetece, responde a miúda à pergunta do irmão, deixa-te de disparates, recrimina o irmão, queres que te aqueça o leite?
Mas a Clarinha morde os lábios, abana a cabeça e o Gustavo desiste, manda-a para o quarto.
Está numa idade complicada, não aceitou bem o divórcio dos Pais, esclarece o Gustavo.
Os scones são óptimos, até como mais do que devia e faço mais perguntas sobre a loja.
O Gustavo não poupa os detalhes, passa por lá, tem um ambiente fantástico, diz.
CONTINUA
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