A FESTA
" Fechei-me" na casa da vila para concluir o livro, mas o meu irmão aproveita a ausência do Tio Gonçalo e dá uma festa naquela noite.
Não resisto ao cheiro do churrasco contra o qual a nossa Mãe teria protestado veementemente.
Resignou-se ao facto de não nos ter tornado vegetarianos, mas limitou o consumo de carne vermelha e fomentou a degustação do peixe cozinhado de qualquer maneira, sempre acompanhado com vegetais.
Vejo que o meu irmão comprou carne de frango, sirvo-me de dois pequenos bifes, ketchup, um pouco de arroz e muitos vegetais.
Escolho um sítio abrigada para degustar em paz, estou com fome, a noite está linda e afasto-me por momentos do bloqueio que sinto.
Não sei muito bem o que fazer com as duas personagens principais, tenho que encontrar uma solução, mas o que pensei parece-me ridículo.
Estou a matutar no assunto quando um rapaz masculado, talvez da idade do meu irmão se senta ao meu lado.
Olá, deves ser a Sofia, a irmã do Gonçalo, eu sou o Dinis, e estende-me a mão.
Esboço um sorriso, aperto-lhe a mão, está uma noite maravilhosa, não achas? continua, não te tenho visto lá pelo centro.
Pratico corrida e natação, respondo, acalmam-me, não sou uma desportista radical como o Gonçalo, explico.
Nem todos somos, concorda o Dinis, eu também pratico corrida, se quiseres companhia, diz-me, podemos ir juntos. Por onde vais?
Olho-o curiosa, ele aguenta o olhar sorridente e dou por mim a explicar-lhe o meu percurso.
Falo também no meu livro, pelos vistos, o Gonçalo já lhe contou, ele mostra-se interessado.
Por volta das duas da manhã, despeço-me, estou muito cansada, o Dinis compreende, diz-me que me liga para combinarmos qualquer coisa.
Adormeço rapidamente apesar do barulho que ainda reina no pátio.
CONTINUA
Nota: A Sofia é a filha mais velha do António e da Teresa.
Comentários
-
As palavras são o ponto de encontro
Beijos e uma boa tarde.
Abraço e saúde