GUSTAVO PARTE V

 

O Gustavo Júnior não quer tomar banho, não quer dormir, faz uma cena sempre que o contrario.

Perco a paciência, os livros aconselham o diálogo, mas não está a resultar e por isso, dou-lhe uma sapatada.

O Júnior berra mais alto, tenta sair do quarto, mas eu impeço-o e como está cansado, acaba por adormecer.

Na manhã seguinte, a cena repete-se, acabo por lhe dar dois açoites, entrego-o a uma auxiliar que o convence a ir brincar com os outros meninos.

Diz-me a educadora ao fim do dia que ele pouco participou nos jogos, foi um pouco agressivo com os outros meninos, explico-lhe por alto o que está a acontecer.

Oh, rapaz, não podes continuar a comportar-se desta maneira, aviso, não é nada cool! e o Júnior deita-me a língua de fora, suspiro.

Prevejo tempos muito complicados e quando almoçámos no parque com a Matilde, o Bernardo e a prole, confesso que não sei o que fazer.

Tens que ter paciência, aconselha a Matilde, pelos vistos, a Luísa deixava fazer o que ele queria, tu és o inimigo, porque o estás a obrigar a fazer coisas que ele não gosta.

Sim, prepara-te para ouvires não gosto de ti, és mau, és feio, interrompe o Bernardo, as palavras favoritas dos gémeos, o Júnior e a Margarida já ultrapassaram essa fase, mas tens que o convencer que não o pode fazer tudo o que quer.

Suspiro, a Margarida chama-nos nesse momento, o meu filho está a lutar com o primo, o meu sobrinho caí no chão, levanta-se rapidamente, ataca-o.

Caem os dois ao chão, insultam-se mutuamente, vejo que o meu filho é fluente em palavrões.

Isto acaba aqui, diz o Bernardo, foi ele quem começou, acusa o meu filho, não quero saber, apressa-se a esclarecer o tio, sentam-se os dois ali até à hora de almoço.

O filho obedece-lhe de imediato, o meu abre a boca, não és o meu Pai para me dizeres o que fazer! replica, não me contenho, dou-lhe um safanão, ele desequilibra-se e volta a cair.

Obedece ao tio Bernardo JÁ!!!! Não quero ouvir um ui, grito, o meu filho está tão surpreendido que se senta ao pé do primo.

Não se pode dizer que o almoço foi um sucesso, o Júnior recusa qualquer comida, a Matilde faz-me sinal para não insistir.

O que é que eu vou fazer? queixo-me e a minha Mãe suspira, deixa-o ficar cá em casa, talvez a Clarinha o consiga convencer, sugere.

Não sei realmente que magia a Clarinha usou, mas o Júnior obedece-lhe.

CONTINUA

Comentários

Belo capítulo que gostei de ler. Acompanhando
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Saudações cordiais.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Aqui o grande problema foi a separação dos pais e uma das partes deixar fazer tudo o que o menino quer. Por vezes para não terem trabalho a educar é mais simples dar-lhe largas. O Pai tem de ter muita calma, não é com violência, mas também não se pode mostrar mole ou com pena do menino. Eu por acaso sei o que isto é!!!.
O Gustavo vai ter um bico de obra, e, quando ele estiver mais ou menos domado, às tantas, a mãe vem buscá-lo! ...
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Não saem os poemas com ousadia...

Beijos Boa tarde.

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