DEPOIS DO JULGAMENTO - PARTE IV



Retenho a respiração por uns segundos e penso: " Este homem é mesmo bom!"

Considero dizer uma mentira qualquer, mas decido dar apenas uma resposta vaga, sem me comprometer.

" Talvez não seja, Inspector! Mas sei que não veio cá para falar nisso!" sublinho.

" Tens razão, Zé!" concorda Leandro " Quero apenas fazer-te uma pergunta sobre a noite."

" A noite?" repito incrédulo. 

" Sim, os locais favoritos, as pessoas presentes. Tu sabes o que eu quero dizer." insiste Leandro.

" Onde queres chegar?" sussurro baixinho. " Se conheço o Cintilante?" e alto, comento:

" Não sei muito! Frequento o Bar do Cais, sei que o Restaurante Togas está na moda e abriu há um mês e pouco um outro, mas ainda não tive oportunidade de lá ir. Quanto às pessoas, o grupo que frequenta o Bar do Cais é gente de respeito." concluo.

Leandro não está muito satisfeito com as minhas respostas, mas não me pressiona.

Levanta-se, eu imito-o e saímos para o corredor. Abro-lhe a porta e o inspector para.

" Ok, obrigada. Mas tem cuidado por onde andas.  Não deixes que se repita o que se passou na Capital!" e atravessa o jardim em direcção ao carro.

Fecho a porta e hesito antes de pegar no telefone.  Ligo para o " Silencioso"; é melhor que ele saiba por mim que o Inspector esteve em minha casa.



CONTINUA



Comentários

Sofá Amarelo disse…
Excelentes os nomes dos restaurantes e bares, designações bem integradas no tipo de história que desenvolves. Pode não parecer importante na narrativa, mas o nome das coisas , e mesmo a referência a alcunhas ou diminutivos, diz muito do género de conto que se tem pela frente. E tu consegues atingir isso na plenitude. Parabéns. :-)

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