QUANDO

Posso continuar a falar na brisa.
Esquecer-me das palavras enterradas
na areia molhada,
onde volto a ser criança.
Procurar “beijinhos” e búzios,
fazer castelos de areia e gritar indignada
quando a maré subir e os conquistar...

Não deixei de te sonhar,
de te amar...
É apenas querer estar sozinha,
perder o olhar no horizonte e
reconciliar-me com os meus pensamentos...

Quando a maré regressar e a brisa me abraçar,
lembrar-me-ei das palavras,
sentirei a minha pele
e procurar-te-ei...
Vendo-te,
novamente,
por completo,
como parte de mim....



Foto de Gui Costa, "S/T" (1000 Imagens)

Comentários

Secreta disse…
E a minha mente divagou por um mar de sentires...ao ler-te.
Beijito.
Paixão Lima disse…
Amamos a criança que fomos e nem sempre estimamos o homem ou a mulher que somos. Mas, ao envelhecermos, a parte mais bela de nós é da criança que fomos e que continua viva em nós.
Será um paradoxo ?!
Anita de Castro disse…
Sonhos lembranças que nos fazem sonhar ,o mar esconde muitos tesouros,até mesmo os nossos silencios
Um beijinho Marta
Nilson Barcelli disse…
A maré regressa depressa...
Excelente poema. Estás a escrever cada vez melhor.
Querida amiga Marta, desejo-te um bom fim de semana.
Beijo.
Daniel Costa disse…
Marta

Belo o teu poema e bem formulado, enqunto profundo.
Beijos
"não deixei de te sonhar"

que bela declaração de amor...

gostei muito!

beij
Quando vi o reles poema de amor, lembrei-me da brisa, da noite escura. Quis ver a maré e construir castelos de areia; sonhar com os lábios de mel e voltar a conjugar o verbo amar. No entanto, lá no fim do horizonte, uma miragem mostrava o teu rosto a sorrir. Meus pensamentos divagaram no Céu que fazia parte de mim. Amar-te-ei até o fim do mundo, mas não estás aqui.
Sofá Amarelo disse…
Nada mais importante que a reconciliação com os pensamentos... pois só assim é possível sentir a maré regressar e desejar o abraço da brisa... só assim 'perder o olhar no horizonte' faz encontrar beijos e búzios espalhados na areia molhada...

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