FILIPA E TADEU PARTE II

 

Ah, e para mim, foi fácil??? pergunto, estou em casa há horas, a fazer o jantar e tu nada! exclamo, nada! e o Tadeu fica parado no meio da sala a olhar para mim.

Vá lá, Filipa, foi um dia muito longo, repete, falamos amanhã quando estiveres sóbria, frisa, nunca te vi assim, até nem gostas de beber!!!

Pois, não gosto mesmo nada de beber, mas sinto-me solta, livre, e volto a rir-me, levanto-me, tropeço e quase caio.

Anda lá, vamos para a cama, diz o Tadeu e não me lembro de mais nada.

Deitou-me, tenho a certeza disso, pois acordo na cama umas duas horas depois, com a boca seca.

Levanto-me sem fazer barulho, o Tadeu está a ressonar e vou até à cozinha fazer um chá.

O Tadeu guardou os restos do jantar, ligou a máquina, mas deixou a mesa posta, boa, murmuro, não tenho que a pôr amanhã! mas será que haverá amanhã para nós? penso.

Resolvo tomar um duche, mudar de pijama e depois, instalo-me no sofá a beber o chá.

A dor de cabeça é terrível, mas que estupidez! raramente bebo e ontem fiz aquela figura triste! agora é que não resolvo nada com o Tadeu! e suspiro.

Acho que adormeci, porque acordo com o telemóvel a tocar, olho para o relógio em cima da mesa, cinco da manhã, quem é a esta hora?

Hum, quem fala? sussurro, pois não quero acordar o Tadeu, Filipa, é o Miguel, a voz do meu irmão soa urgente, é a Mãe, sentiu-se mal e vamos agora com ela para o Hospital!

O quê??? O que é que aconteceu? pergunto, não sabemos! continua o meu irmão, vais lá ter? Já telefonei à Teresa e ao António, e desliga.

Fico a olhar para o telemóvel, estou como o tolo no meio da ponte, não sei o que fazer e o Tadeu aparece entretanto.

O que é que aconteceu? Quem era a esta hora? é a minha Mãe, explico, vai para o Hospital e eu vou até lá.

Calma! Não te disseram mais nada? eu abano a cabeça, tenho que me vestir, declaro e visto à pressa um fato de treino, amarro o cabelo e agarro no anorak.

O Tadeu está a acabar de se vestir quando regresso ao quarto, o que é que estás a fazer? Não tens que vir! observo.

Claro que tenho que ir, estás nervosa demais! responde, não te vou deixar guiar assim! e saímos de casa.

Em menos de quinze minutos, estamos na sala de espera do Hospital, a Teresa e o António acabaram de chegar, ainda não sabem de nada, está em observação!

CONTINUA


Comentários

Elvira Carvalho disse…
Continuo a acompanhar. Que terá acontecido à Carolina(?)
Abraço, saúde e boa semana
Oxalá não seja nada de grave!
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Procuro as ondas de qualquer olhar
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Beijo e uma excelente semana.

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