CAROLINA
Talvez não devesse dizer isto, mas tenho finalmente tempo para mim...
Tempo para tomar o pequeno almoço na cama se me apetecer, não me preocupar com compras, com os horários dos miúdos, oh, D. Carolina, eles já são crescidos o suficiente para se organizarem, diz a D.Margarida e o Matias concorda.
E a Inês? pergunto, nós tomamos conta dela, responde o meu filho, estuda connosco, come connosco e a D. Margarida ri-se, a Inês já sabe tomar banho sozinha, claro que alguém tem que a vigiar, mas não vai haver problemas!
Rio-o também, a Inês tornou-se a minha sombra desde que tive o ataque cardíaco, vamos as duas às aulas de yoga e lanchamos na loja da Teresa, de vez em quando, ajudo-a com os trabalhos de casa e ela adora ler-me as histórias favoritas.
Nunca pensei que a nossa filha tão rebelde fosse um doce, comento e o Gustavo sorri, até à próxima asneira, se bem que o Matias me tenha assegurado que se ela ultrapassar os limites, torna-se prisoneira, comenta.
Prisioneira? repito, a Inês? O que é que ele quer dizer com isso? A Inês arranja logo uma maneira de se libertar.
Sinceramente, não quis saber, explica o meu marido, estou mais preocupado com o teu bem estar! Como te sentes?
Estou bem, estou até a pensar em voltar a trabalhar e o Gustavo pousa a escova de dentes, nem pensar! exclama, o médico disse para teres calma!
Mas não sou uma inválida, protesto, terei que reorganizar a empresa, mas posso supervisionar os projectos dos meus colaboradores, encarregar-se de um ou dois, organizo o tempo em função disso. Mas não vou ficar em casa o dia todo!
Tens a certeza? Já falaste com o médico? o Gustavo está mesmo preocupado e eu dou-lhe uma palmada amigável na mão.
Se achares que estou a exagerar, continuo, falamos, ok? O que achas?
CONTINUO
Comentários
Abraço, saúde e boa semana
-
Sentimento fatal...
-
Beijo e uma excelente semana.