APÓS O DIVÓRCIO - FIM

 

O avô traz um Miguel confuso e irritadiço, que a Ângela, chamada à pressa, distraí com a construção de um forte.

A Laura vai ficar connosco uns tempos, explica o meu sogro, vai recomeçar com a terapia e espero que fique mais calma e enfrente as situações. Tu continua com os teus planos, casa-te, sê feliz, acrescenta.

Dá-me um abraço e vai-se embora. Tenho pena dele, devia estar relaxado, a gozar a vida e tem que se preocupar com os delírios da Laura.

A Guiomar chega entretanto, ajuda-me a dar banho e o jantar ao Miguel e quando este adormece e voltamos para a cozinha para jantarmos, diz que precisamos de falar.

Se é sobre a Laura, os Pais estão a tomar as medidas necessárias para a ajudarem, explico.

Mas a Guiomar acha que não é suficiente, a Laura vai sempre desestabilizar a nossa vida, comenta e não sei se tenho força para assistir a este tipo de cenas.

A Laura não vai interferir com a nossa vida, insisto, ela precisa de ajuda, mas tem os Pais e os irmãos.

Não, vai ser muito duro para mim, toda esta preocupação em torno do Miguel, tens que o proteger da Mãe, mas ao mesmo tempo, não o queres afastar dela. E, qual será a reacção dela um dia quando tivermos filhos? pergunta.

Não achas que estás a fazer uma tempestade num copo de água? observo, sou eu quem tem que resolver esse assunto, a única coisa que te peço é apoio, mais nada.

Estou a ficar irritado, a Guiomar está nervosa, mas vejo que não está disposta a ceder.

O que queres fazer? digo muito sério, sei qual vai ser a resposta.

Vamos dar um tempo, tenho que pensar em tudo isto, quando me disseste que o Miguel não estava no colégio, achei que ela o tinha raptado e é muito duro, repete.

Dá um beijo na cara, pega no casaco e na carteira e ouço a porta a bater.

Fico ali na cozinha, a comida está fria, mas não tenho qualquer vontade de a aquecer.

Nem dou conta das horas passaram e é o choramingar do Miguel que me desperta.

Está em pé na cama, deve ter sede, pego nele ao colo e o meu filho aninha-se contra o meu peito.

Bem, filhote, parece que vamos ser só nós os dois, murmuro e sento-me com ele ao colo.

Ele volta a adormecer, eu não.

Estou novamente no ponto de partida e pergunto-me se devia ter continuado casado com a Laura.

Mas a resposta é não.

FIM

Comentários

Elvira Carvalho disse…
Coitado do Pedro. Há gente que nasce para sofrer não é mesmo, Marta. Vamos a ver se ele encontra alguém que o ame o suficiente para não se preocupara com a Laura.
Enfim pode ser que a autora retome a história no novo ano que se aproxima.
Abraço, saúde e bom Natal
Muito bem! :)
Gostaria de vos desejar um feliz Natal pessoalmente. Não o podendo fazer, resta-me desejar-vos muita saúde. Um Natal tranquilo sem sobressaltos...extensivo aos vossos familiares e amigos. Que todos tenhamos a noção de que o perigo nos prossegue e espreita em cada esquina. Voltarei dia 27.

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É OUTRA VEZ NATAL...
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Beijo. Uma excelente semana, e Boa Festas.

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