A IRMÃ DO MEIO - PARTE V
A música continua alta, a Clarinha bate-me à porta, quero dormir e não consigo.
" Gustavo, GUSTAVO, baixa a música!" grito, mas o meu irmão finge que não ouve.
Bato novamente à porta, os Pais apercebem que há qualquer coisa de errado e aparecem no corredor.
" Mas o que é que se passa?" o Pai está aborrecido, quer ler o jornal, ouvir um pouco de música.
" É o Gustavo, está a ouvir música tão alta que ninguém consegue dormir!" explico.
" Ele sabe que não pode fazer isto!" diz a Mãe e abre a porta do quarto que está completamente às escuras.
Só o PC está ligado a " vomitar " música.
O Pai acende a luz, o quarto está vazio e desarrumado.
" Gustavo, Gustavo, aparece imediatamente. Não tem piada!" chama a Mãe e o Pai abre o armário, era o local favorito do meu irmão para se esconder quando era pequeno.
A janela está aberta e a Mãe vê que o anorak, o telemóvel e as sapatilhas desapareceram.
" Foi dar uma volta!" observa o Pai, já a ligar-lhe para o telemóvel.
Claro que o Gustavo não atende, o Pai fica furioso.
" Sabes de alguma coisa?" pergunta-me a Mãe " Tinha alguma coisa planeada para esta noite?"
" O Gustavo não me diz nada. Diz que sou uma idiota!" respondo.
" Ele falou com o Martim..." interrompe a Clarinha, mas o Martim, o filho do vizinho do lado, não sabe de nada.
Sim, falou com o Gustavo de tarde, confirma, pediu-lhe um livro emprestado e não, ele não disse nada sobre o que ia fazer nessa noite.
" Sei que ele e os colegas gostam de ir até ao Astúrias!" acrescenta.
O Astúrias é um pequeno bar ao fundo da rua; é o ponto de encontro para a " night".
O Gustavo ainda pode lá estar ou ir já a caminho de outro bar.
O Pai agradece ao Martim e depois de trocar umas palavras com a Mãe, volta a sair.
A Mãe vai deitar a Clarinha e eu fico parada no meio do corredor, sem saber o que devo fazer.
Resolvo tentar novamente ligar para o telemóvel do Gustavo.
CONTINUA
Comentários
Abraço, saúde e bom fim de semana
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Onde a mente relaxa lentamente...
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Beijo e um excelente fim de semana.