A CRECHE - PARTE V
" Inês e Francisco, nomes tradicionais.. Demais segundo diz o Miguel!" e o Gonçalo ri-se.
É então que me beija... Não é a primeira vez que me beija, mas agora é diferente.
É mais profundo, mais quente, mais exigente e eu decido naquele momento que não há qualquer problema em dar o próximo passo.
O Gonçalo pergunta-me se tenho a certeza, sei que ele está a pensar no assunto há alguns dias, mas não me quer pressionar.
Digo que sim e vamos até casa dele. Os Pais estão fora, ainda penso se é o local ideal, mas depois esqueço tudo.
No dia seguinte, estou cheia de dúvidas, telefono à Teresa e ela diz logo para ir, estou na loja, a Cristiana não está e podemos conversar sem interrupções.
Os dois estagiários estão a decorar a montra e tanto eles como a Teresa cumprimentam-me entusiasticamente.
Trocamos banalidades por uns minutos e depois a Teresa leva-me para o gabinete.
" Então, qual é o problema?" pergunta-me a Teresa quando fecha a porta e eu me sento no sofá.
" Não é bem um problema, é que...." e conto-lhe o que aconteceu na noite passada.
A Teresa suspira quando me calo.
" Foi com protecção? " é a primeira coisa que quer saber, eu aceno que sim, o Gonçalo é um rapaz prudente, acrescento.
" Ainda bem! Como te sentes?... Acho que foi um pouco cedo, mas agora temos que nos concentrar nos cuidados a ter para evitar..."
Sei do que ela fala, aceito sem protestar que ela marque uma consulta médica e escuto atentamente outros conselhos que ela acha pertinentes.
" Devo dizer à Mãe?" questiono.
" Essa decisão é tua." responde a Teresa " Ela vai acabar por perceber... por isso, sê honesta e diz-lhe tu!"
Mas, naquele dia é impossível falar com a Mãe; o Edgar e o Matias estão a discutir violentamente, não ouvem ninguém, a Mãe está a ficar nervosa.
Tento separar as pestes, mas levo um pontapé do Matias e o Edgar empurra-me.
Felizmente, o Miguel entra nesse momento, dá um grito vindo das profundezas do Inferno e os dois miúdos assustam-se.
" Seus fedelhos impossíveis!" declara o Miguel " A comportarem-se como...nem me ocorre uma palavra decente para classificar isto. Pedir já desculpa à Mãe e depois, não há lanche nem jantar!"
" Isso é radical demais, Miguel!" intervém a Mãe " Eu aceito as vossas desculpas, mas isto não pode voltar a acontecer. Quero que fiquem no vosso quarto, pensem bem no que aconteceu e me digam logo porque é que não podem fazer novamente uma cena destas."
" E o lanche? E o jantar?" tanto o Matias e o Edgar estão muito preocupados. Viram na cozinha um pudim de chocolate e claro que não querem perder a parte deles.
" Claro que vai haver lanche e jantar. Só que não vai haver pudim de chocolate!" esclareço.
CONTINUA
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Abraço, saúde e bom domingo