ROSÁRIO - FIM


No bilhete, a Amélia pede-me para não ler os cadernos e entregá-los a um jornalista se ele publicar uma crónica sobre o tema " Bairro da Leopoldina".

Fico preocupada, mas qualquer coisa me impede de avisar o Telmo. Será melhor para mim não saber o que aconteceu.

O Telmo envia-me um mail a pedir para destruir o disco do meu computador, configurar um outro email pessoal e para não o contactar durante uns seis meses.

" O que é que fizeste?" pergunto-me, mas apresso-me a cumprir o que a Amélia me pede.

Porque a dita crónica é publicada e se o Telmo tinha um plano, a Amélia também tinha tomado as suas precauções.

Entrego os cadernos ao jornalista num café discreto e parto nessa mesma noite para Buenos Aires.

A empresa tem lá uma sucursal e não vai parecer estranho eu trabalhar lá durante seis meses.

São os meus Pais quem me dizem que a empresa de Telmo está envolvida num escândalo.

Ainda não sabem a ligação entre a empresa e o Bairro da Leopoldina, mas estão a vasculhar tudo.

O Telmo? Dizem que está no Brasil ou na Tailândia e o resto da família está desesperada porque não entendem a razão da fiscalização por parte da Judiciária e das Finanças.

Suspiro e penso que não posso voltar à Europa tão cedo.

Será que vão descobrir que o Telmo me pagou a viagem à Tailândia e porquê? 

Melhor ainda, sabem que eu existo?

Quando me propõem ficar na Argentina mais dois anos, não hesito e assino o contrato.

Afinal, o jornalista viu-me e quem sabe se não deu já o alerta?

Não vou correr mais riscos por causa do Telmo e a vida aqui não é nada má.


FIM







Comentários

Anónimo disse…
Gostei!Tens que começar outra

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