ELVIRA - PARTE IV


Devia ter havido uma entrega na noite anterior, pois a sala tinha novamente uns dez cartões encostados à parede mais distante da porta.

Fechei a porta, acendi a luz e comecei a abrir o cartão mais próximo.

A primeira camada era papel, mas afastando-o cuidadosamente para não rasgar, vi pequenos sacos transparentes cheios de pedras coloridas.

O que é isto? Não eram diamantes, de certeza absoluta, mas eram pedras preciosas.

Alisei novamente o papel, fechei as abas e coloquei novamente fita.

Então, estás metido no contrabando de pedras preciosas? Com quem? E quanto recebes por fazeres isto?

Estas perguntas ocupavam-me a mente, mas sabia que não o podia interrogar abertamente.

O que também me espantava era o facto do Chefe não achar nada estranho no Matos aceder tão prontamente em fazer tantos turnos nocturnos e haver tantos incidentes em salas que estavam vazias.

Calculei que a recolha das caixas fosse na sexta-feira e esqueci-me deliberadamente de entregar um relatório.

O Chefe deu-me uma descompostura e eu prontifiquei-me a ficar até o acabar.

O Matos e o Cordeiro entraram ao serviço, disseram " Ainda por aqui?" e desapareceram na outra sala.

Pouco tempo depois, ouvi o elevador e resolvi segui-los no outro.  

Para não me verem, subi até ao telhado, descalcei os sapatos, desci e entreabri a porta de emergência.

Vi o Cordeiro bloquear o elevador e o Matos a carregar a primeira caixa.

Estavam a carregar a sexta caixa quando me desequilibrei e caí, abrindo totalmente a porta.

Sobressaltados, os dois homens olharam para o local e viram-me.

O Matos ficou muito vermelho, entregou a caixa ao Cordeiro e em duas passadas, levantava-me.

" O QUE ESTÁS AQUI A FAZER???"


CONTINUA



Comentários

Larissa Santos disse…
Gostei de ler:))
Hoje : A sede do meu devaneio

Bjos
Votos de uma óptima noite.

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