ELVIRA - O FIM
Matos empurrou-me com tanta força que, se não me segurasse ao corrimão caía.
" Isso pergunto-te eu!" observei " O que andas a fazer? Negócios ilícitos e tudo para ganhar mais uns euros? Olha se o Chefe te apanha!"
" Não apanha nada! Tenho tudo organizado!" respondeu o Matos " E aquele gajo é um banana! Só saberá se tu disseres e tu não vais abrir o bico, senão..."
" Senão o quê? Bates-me? Matas-me? " gozei " Deixa-te de histórias! Conta-me o esquema!"
" Não tenho nada a dizer! Vai-te embora; esquece o que viste ou..." ameaçou o meu companheiro.
" Não vou nada! Se queres o meu silêncio, divides a tua parte do lucro!" exigi.
" Está calada, Elvira, não sabes do que falas!" ripostou o Matos, a olhar para o relógio " Estou atrasado por tua culpa."
" E eu ralada que estejas atrasado!" disse, convencida de que estava a ganhar a partida " Ou digo ao Chefe o que andas a fazer e és preso num minuto!"
A bofetada apanhou-me desprevenida, tentei bater-lhe também, mas o Matos esquivou-se.
Ergueu novamente a mão, bateu-me novamente, desequilibrei-me e caí pelas escadas abaixo.
Dei com a cabeça com toda a força na esquina da escada, rebolei e fiquei inerte no patamar.
Penso que ainda ouvi o Matos gritar, mas não tenho a certeza de nada.
Porque agora não sei onde estou...
FIM
Comentários
Beijos e uma excelente tarde.
Bjos
Votos de uma óptima noite.
Parabéns! O texto é belo!
E assim, elo por elo
Engendraste um texto assim
Cheio de encanto, a mim
Como a outros, por singelo
Enredo feito um castelo
Com torres, reis e clarim
Que anuncia sonho e luz
Ou notícias que seduz
A mente do teu leitor!
Tudo de bom pelo canto
Cantado por sacrossanto
Encanto ou sede de amor!
Grande abraço! Feliz Natal e Próspero Ano Novo! Laerte.