ZÉLIA - FIM
" Sabes onde está a teu irmão?" insiste a Mãe antes de eu pedir explicações ao Pai.
" Não, disse que tinha que "desaparecer" por uns dias; deixou-me um nº de telemóvel..." confesso " mas já tentei ligar e dá sinal de impedido."
Os meus Pais não dizem nada por uns minutos e eu começo a sentir-me desconfortável.
" Mas o que se passa? Porque é que me chamaram?" questiono.
" Veio cá um individuo muito educado, verdade seja dita, e perguntou-nos pelo teu irmão." conta o meu Pai, acendendo um charuto.
O cheiro incomoda-me, mas não digo nada.
" Não o conheço; deve ser de algum grupo novo e da pesada!" confidencia " Respondemos que não sabíamos, que não o víamos há uns dias e ele apenas sorriu."
" Depois, polidamente pediu-nos para comunicarmos ao Bruno Machado que aguarda uma resposta até ao fim do mês!" concluí a Mãe " Sabes o que ele anda a fazer, Maria Teresa? Quem é que ele irritou?"
Abano a cabeça; o meu irmão respeitou a minha decisão de me manter à margem dos negócios da família e se me avisou do "desaparecimento" foi, talvez, por pensar que não associariam o meu nome ao dele.
Ia explicar isso aos meus Pais quando a porta se abre e o guarda-costas do meu Pai anuncia solenemente:
" Está aqui a Polícia!"
E eu sinto a minha vida, pela qual lutei tanto, a desmoronar-se....
FIM
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