AS REGRAS
Era uma vez...
Um menino que não gostava de regras.
Não entendia porque é que tinha que lavar as mãos antes de comer ou vir para casa quando começava a chover.
Ou porque é que tinha que interromper o jogo, o jogo que estava a ganhar, porque eram horas de ir para a cama.
Porquê? Era a sua pergunta favorita e muitas vezes, não obtinha qualquer resposta.
" São regras!" explicava o irmão que obedecia a todas, sem as questionar.
Mas, um dia, tudo mudou.
As pessoas apareceram vestidas de preto, falavam baixo e o avô, muito sério, disse-lhes para se portarem bem.
Intrigados, os dois irmãos sentaram-se na varanda. À espera de uma explicação que lhes foi dada por uma mãe chorosa e que repetia no fim de cada frase que "tinham que ser fortes".
O menino ia perguntar: "Porquê?" mas compreendeu, naquele momento, que não o devia fazer.
Não se tratava de uma regra; era algo mais forte que exigia toda a sua atenção e compromisso - a dor.
Silencioso, deslizou do banco e abraçou a mãe que chorou ainda mais.
O irmão nada fez. Fugiu, escondeu-se na casa da árvore e quando o encontraram horas mais tarde, era uma pessoa diferente.
Tornou-se agressivo, desobediente.
Como se culpasse as regras pelo que tinha sucedido ao Pai naquele dia de tempestade...
Comentários
Uma boa semana.
Um beijo.
Bj.