A EMPRESA - PARTE VII
O Jorge entra sozinho, pois, segundo diz, o Bernardo está numa reunião de trabalho.
Aguarda educadamente que eu fale. Exponho-lhe a situação e pergunto-lhe se tem alguma coisa a dizer sobre o assunto.
A Ana e a Carolina tentam ler-lhe a expressão, mas ele é enigmático.
Estão ansiosas, preocupadas, mas não dizem nada.
" Então? " insisto e a resposta chega calma, educada.
" Se me está a perguntar se eu tirei alguma coisa da casa dos clientes, a resposta é não.
Nunca faria isso; sempre me disseram que, se quero ser respeitado, tenho primeiro que respeitar os outros." e sorri levemente.
As minhas assistentes respiram de alivio, mas eu pergunto novamente:
" Tem a certeza? " e a postura do Jorge muda.
O corpo fica hirto, tenso e os olhos parecem de aço, mas continua a falar calma, educadamente:
" Eu disse que não tirei nada da casa dos clientes. Nunca faria isso! Nunca!" frisa.
Começo a ficar desconfortável e não me atrevo a encarar as assistentes.
Estamos os quatro em silêncio, sem sabermos muito bem que atitude tomar quando o Augusto entra, empurrando o Bernardo.
" Vou contar tudo o que se passou e NÃO TE ATREVAS a negar! EU VI!!!" grita.
(CONTINUA)
Comentários
O desconforto, no caso, reflecte sempre a incerteza e provoca mau estar ao inquirido, quer carregue ou não, com a culpa.
Veja e comente o post
Olinda Capital Colonial – Invasão de Pernambuco
http://amornaguerra.blogspot.pt/
BRASIL: SORRISO DE DEUS.
Beijos