É tudo uma questão de tempo, diz o Pai, eles próprios têm que descobrir isso e tu mostra-te receptivo, aconselha-os se tiverem dúvidas, deixa-os crescer. É complicado vê-los partir, fico no passeio até o carro desaparecer e depois volto para a minha casa vazia. Vazia é como quem diz, a Mãe descobriu a chave sobresselente e está a arrumar a cozinha, a Sofia na sala a dispor os móveis. Eu ia fazer isso, protesto e a Mãe ri-se, quando? pergunta e continua a arrumar, encolho os ombros e abro o frigorífico para tirar uma cerveja. Está cheio de alimentos, oh, Mãe, comprou isto tudo? exclamo e a Mãe volta a rir-se, já sei que só ias comer take-away, assim não tens desculpa! E, os miúdos? interrompe a Sofia e eu encosto-me ao frigorífico, encolho os ombros, não estão muito convencidos, não sei se se vão adaptar e não sei o que fazer se isso acontecer. O melhor a fazer é manter a calma, ouve-os, aconselha-os, repete a Mãe e eu suspiro, sim, foi isso o que o Pai disse. O teu Pai é um homem sen
Comentários
Este, não sei porquê, tocou-me fundo.
Maravilhoso!
Beijo :)
Se eu pudesse...»
A condição que nos é imposta limita a nossa forma de caminhar na vida.
E explica porque os nossos sonhos não passam de sonhos e porque as noites sem lua são tão assustadoras.
Reconheça-se que, mesmo na tristeza, há beleza.
Magnífico poema, querida amiga. Gostei muito.
Beijos.
Bjs
um dia talvez o se, não faça sentido.
um poema bem ao teu estilo.
beij
Na profundidade do poema, uma coisa está muito certa, ainda se lhe dê sentido diferente: "E, as noites sem lua / tão assustadoras."
Beijos