O VOLUNTARIADO PARTE V

 

A Madalena suspira de alívio, depois acusa a filha de ser uma irresponsável, o Inspector deixa-a desabafar, pois também ele quer dizer umas verdades à Clarinha.

A Madalena telefona aos Pais do Mateus que ficam espantados com a notícia e sugerem um encontro, temos que nos revezar a tomar conta do miúdo, dizem, enquanto a Clarinha não regressa, o Mateus vai dizer-lhe para vir no primeiro avião.

A Madalena tem sérias dúvidas de que a filha regresse de imediato, mas concorda com o encontro, pode coordenar melhor o trabalho.

Telefonam também da ONG, estão verdadeiramente surpreendidos pela atitude da Clarinha, ela apenas disse que estava a pensar em tirar uns dias de férias, explicam, achamos isso natural...

Com a Clarinha, nada é natural, murmura a Madalena baixinho, mas limita-se a agradecer.

Não sei, Rita, não sei, confessa à irmã mais tarde, tenho que me acalmar, porque acho que lhe vou bater quando ela estiver à minha frente. Sabes que nunca bati aos meus filhos, sempre tentei resolver as coisas, apelando ao bom senso, ao sentido de responsabilidade deles... parece que não resultou!

Não digas isso! interrompe a Rita de imediato, foste uma Mãe excelente, estiveste presente, ajudaste...

Oh, Rita, não sejas boazinha, a Madalena está zangada, ou já te esqueceste das vezes que a Clarinha fugiu de casa e a Matilde esteve perdida no estrangeiro? Falhei redondamente!

A culpa não foi tua! grita a Rita, elas tomaram más decisões, não estou a negar isso, mas a Matilde enfrentou a situação, pois houve abertura, confiança da tua parte para ela lidar com os próprios demónios. E, a Clarinha também é uma pessoa responsável...à sua maneira, acrescenta e a irmã suspira.

No dia seguinte, os sogros da filha vêm tomar café, a Clarinha ainda não apareceu no local onde o Mateus está a trabalhar, o nosso filho já está à procura dela, a Madalena não se preocupe, diz o Pai.

Temos agora que pensar no nosso neto, interrompe a Mãe do Mateus, eu estava a pensar que podíamos ir buscar o Francisco hoje ao infantário, ficava lá em casa até ao fim de semana e no domingo, trocávamos. 

Parece ser uma boa ideia, concorda a Madalena, temos é que ir a casa deles, a Clarinha não trouxe roupa suficiente....

Começam a fazer um plano para assegurar o bem-estar do Francisco, a Madalena continua a pensar que a filha não virá tão depressa como os sogros acham.

Conseguem convencer o porteiro a abrir-lhe o apartamento da Clarinha e do Mateus, a D. Cristiana abre de imediato as janelas para deixar entrar ar, está muito abafado, declara.

A casa está uma verdadeira desordem, a Madalena sente-se envergonhada.

CONTINUA



Comentários

Elvira Carvalho disse…
Continuo a acompanhar a saga da Clarinha e bem divertida com este Mateus que vai mudando de nome de uma conversa para outra. Rsrsrs.
Abraço, saúde e bom domingo.
Estou a acompanhar, embora atrasada :)
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Beijos
Uma boa semana!

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