O VOLUNTARIADO PARTE II

 

A Rita decide contar à Madalena, o Gonçalo não concorda, mas a Rita acha que a irmã ficará aborrecida se ela não tocar no assunto.

Felizmente, a Clarinha já tinha abordado o assunto, a Madalena está enervada, irritada, não sei o que se passa na cabeça daquela minha filha!!! desabafa.

A Rita não sabe o que dizer, acho que é uma irresponsabilidade, opina, a Clarinha sempre foi uma pessoa inquieta, mas nestes últimos anos...não sei, parece estar mais calma, mais responsável.

Não, não! interrompe a irmã, a Clarinha é empenhada, luta pelos objectivos, mas continua a não pesar os prós e os contra!

Não há nada de mal em arriscar, diz a Rita calmamente, mas arriscar com a vida do filho...não posso concordar.

Ninguém concorda, insiste a Madalena, e a questão fundamental é que a Clarinha está a ignorar as opiniões dos outros e o Mateus está a ficar doido com as discussões.

A Rita cala-se, compreende o dilema da irmã, mas o que aconselhar quando a sobrinha está a ser teimosa e se recusa a ouvir os outros?

Espero sinceramente que a Clarinha não faça asneiras, desabafa naquela noite ao jantar, o Gonçalo encolhe os ombros, eu resolvia rapidamente o assunto, dava-lhe um par de estalos, confessa e a filha bate-lhe na mão.

Oh, Pai, que mau! Achas que se resolve as coisas com violência? exclama, isso ainda vai piorar as coisas. A Clarinha tem que ser convencida de uma forma pacifica!

E o Mateus e a Mãe não tentaram já isso? a Rita suspira, o meu maior receio é que a Clarinha prepare a viagem sem dizer nada a ninguém, deixa o miúdo em casa da Mãe e quando dermos conta, ela está a caminho do Uganda, Paquistão...

Claro que ela não vai fazer nada disso, protesta o Gonçalo, convencido de que a Clarinha vai compreender que a vida mudou e tem que fazer certos sacrifícios.

Mas a Clarinha faz exactamente o que a Rita previa, marca a viagem sem ninguém saber, resolve ir uns dias depois do Mateus e na data escolhida, apresenta-se em casa da Mãe com o miúdo e uma mochila.

Ele não passou muito bem a noite, até trouxe roupa extra, explica, vou trabalhar até tarde, devo estar cá por volta das oito.

CONTINUA


Comentários

Ena pah, vejo que a Clarinha não ouve o que lhe dizem. Mas será que vai mesmo? :)
.
Pode a esperança ser o meu porto seguro...
.
Beijo e uma excelente semana.
Elvira Carvalho disse…
E pronto a Clarinha fez o mesmo que fazia quando criança fugia de casa ou da escola, sem se importar com o sofrimento familiar. Parece incrível, como uma pessoa consegue interessar-se tanto para melhorar o bem estar dos desconhecidos e não se importe com o sofrimento dos familiares.
Abraço e saúde

Mensagens populares deste blogue

ABSURDA

A ENTREVISTA - FIM

A ENTREVISTA PARTE III