O VOLUNTARIADO FIM
Toma nota mentalmente para falar com a D. Eulália, as duas têm que dar uma limpadela a esta casa o mais depressa possível.
O que é a Mãe do Mateus está a pensar? preocupa-se a Madalena, mas a senhora está no quarto do neto, encontrou dois sacos, abriu os armários, está a escolher roupa.
A Madalena ajuda-a, o Pai do Mateus aproveitou e despejou o lixo que encontrou e despedem-se na rua, o casal vai buscar o Francisco ao infantário.
Tive tanta vergonha ao ver aquela casa tão desarrumada, desabafa com a Teresa, não foi isto que lhe ensinei! Onde é que eu falhei? repete, mas a Teresa abana a cabeça, a partir de certa altura, os filhos voam sozinhos, escolhem outras prioridades! A Sofia até se esquece de comer quando está a escrever um livro, tenho que me impor...
A Madalena suspira, não está convencida, a Matilde tem a casa impecável apesar de ter um trabalho absorvente e quatro crianças, diz
A D.Eulália está lá para ajudar, mas mesmo assim, há certas coisas que somos nós quem tem que organizar, acrescenta e levanta-se.
A loja está limpa, os empregados da cafetaria estão a acabar de arrumar, um deles diz que cancelaram um take-away, o que é que se faz? pergunta.
Eu levo-o, interrompe a Madalena, não me apetece cozinhar, o Telmo deve vir outra vez tarde! as duas mulheres saem, fecham a loja, separam no parque de estacionamento.
A Madalena pensa em telefonar à Rita, mas lembra-se que esta lhe disse que estaria fora uns dias, uma viagem de negócios importante.
Espero que o Telmo não demore muito, murmura, não quero ficar sozinha, estou muito ansiosa!
Coloca a carteira, o saco de take-away no chão, prepara-se para abrir a porta, surpreende-se por ouvir vozes na cozinha.
Olá, o que é que se passa? e o marido sorri-lhe, afasta um banco, pede-lhe para se sentar.
A Matilde e o Bernardo também estão sentados, a filha aperta-lhe a mão, o que foi? Aconteceu alguma coisa? a Madalena quase grita, quer levantar-se, mas o Inspector não a deixa.
Houve um acidente, o avião caiu num local um pouco remoto, estão a começar a identificar as pessoas, conta o marido, não sabem ainda quantos morreram.
O Mateus já foi para lá, interrompe o Bernardo, não podemos pensar o pior! Não temos a certeza de nada!
Mas a Madalena já não o escuta, olha para o marido com os olhos marejados de lágrimas e ele abraça-a um segundo antes dela começar a chorar ruidosamente.
Todos se sentem impotentes, mas rezam para que a Clarinha tenha sobrevivido.
Será que sobreviveu?
FIM
Comentários
Parabéns. Adorei.
Abraço, saúde e uma boa semana
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Saudações poéticas
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Muito bom este conto!
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Beijos
Uma boa semana!